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Linux celebra seu 30º aniversário — e ele está mais popular do que nunca

Por| 25 de Agosto de 2021 às 12h33

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Divulgação/Linux Foundation
Divulgação/Linux Foundation

O dia 25 de agosto é bastante especial para o mundo da tecnologia. Isso porque, há exatos 30 anos, o jovem desenvolvedor finlandês Linus Torvalds enviava uma mensagem a um grupo de usuários de Minix informando sobre um projeto que ele havia começado há pouco — e foi assim, sem pompas, que o Linux foi anunciado.

Claro que muita coisa aconteceu desde então e, na época, o sistema sequer tinha esse nome: ele estava em estágio inicial, tinha muita inspiração no Minix e foi apresentado pelo seu criador como “apenas um hobby”. A mensagem completa que crava o marco zero do Linux, enviada em 25 de agosto de 1991, dizia o seguinte:

Olá, todos aí usando Minix. Estou criando um sistema operacional livre (apenas um hobby, não será nada grande e profissional como o GNU) para clones AT de 386 (486). Isso está sendo preparado desde abril e já começa a ficar pronto. Gostaria de qualquer feedback em coisas que as pessoas gostam/não gostam no Minix, já que o meu SO se assemelha a ele (mesmo layout físico do sistema de arquivos devido a razões práticas) entre outras coisas.

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Já portei o bash (1.08) e o gcc (1.40) e as coisas parecem funcionar. Isso implica que terei algo prático dentro de alguns meses e gostaria de saber que recursos as pessoas mais querem. Qualquer sugestão é bem-vinda, mas não prometo que vou implementá-las :-)

Linus Torvalds

Ou seja, foi desse jeito modesto e corriqueiro, quase descompromissado, que Torvalds anunciava o início de uma revolução. Na época, o lendário desenvolvedor contava apenas 21 anos de idade e provavelmente não tinha a menor dimensão de que aquele seria o primeiro passo de uma jornada incrível que abriria um sem número de possibilidade tecnológicas nas próximas décadas.

Dois aniversários

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Uma curiosidade sobre o aniversário do Linux é que ele tem (pelo menos) duas datas oficiais de aniversário. Além de 25 de agosto, costuma-se celebrar o surgimento do sistema no dia 17 de setembro, dia que, em 1991, a versão 0.01 do código foi liberada, ainda que sem um anúncio público. O próprio Linus reconheceu, em entrevista à Linux Magazine, a existência da confusão e a possibilidade de a sua criação ter duas datas de aniversário.

Por que “Linux”?

Inicialmente, Torvalds chamou o seu sistema operacional de “Freax” — uma mistura de “free” (livre), “freak” (maluco) e “unix”, sistema que serviu de base para a sua criação. Ele até havia cogitado o uso do termo “Linux” para nomear sua obra, mas desistiu por considerá-lo um tanto quanto egocêntrico.

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Porém, quando os arquivos do novo sistema começaram a ser enviados aos servidores FTP de uma rede que conecta universidades e instituos de pesquisa da Finlândia, o administrador Ari Lemmke, da Universidade de Tecnologia de Helsinki, achou que “Freax” não era um bom nome e renomeou para “Linux” os diretórios em que ficavam armazenados os arquivos relativos ao sistema — tudo isso por conta própria, sem consultar Linus.

Depois disso, o criador do Sistema Livre acabou sendo convencido de que se tratava de um bom nome.

Linux por toda a parte

Você já deve saber que o sistema operacional mais usado do mundo hoje deriva do Linux. Sim, o Android, que equipa sete de cada dez celulares no planeta e é mais usado hoje do que o Windows (somando PC, celular e tudo) e tem como base uma versão do kernel Linux. Como o Linux é um sistema de código aberto, ele pode ser utilizado e modificado gratuitamente por qualquer pessoa ou empresa, daí a razão pela qual muitas companhias optam por ele na hora de elaborar seus próprios sistemas.

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E aqui vale uma breve explicação conceitual: “Linux” é um nome dado genericamente a qualquer sistema que se baseia no kernel (núcleo) Linux. Não existe, portanto, um único sistema chamado “Linux”, mas diversos derivados construídos de alguma forma com base nessa tecnologia.

Além do Android e de inúmeras distribuições (como Ubuntu, Fedora, Debian e Arch Linux), o Linux também está presente em sistemas bancários, smart TVs, na esmagadora maioria dos servidores que sustentam a web, em supercomputadores espalhados por universidades e centros de pesquisa, em computadores da NASA, em foguetes espaciais e até na Estação Espacial Internacional.

Recentemente, até mesmo a Microsoft, rival histórica do universo open source e do Linux, consequentemente, resolveu abraçar o Sistema do Pinguim, chegando a ponto de ter a sua própria distribuição. Ainda engatinhando no mundo dos jogos, o Linux serve de base para o sistema do Steam Deck, o console/computador portátil da Valve anunciado recentemente.

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Segundo o StatCounter, somadas, as fatias de mercado do Chrome OS (que também é Linux) e de outras versões da plataforma aberta em geral, o sistema ocupa hoje 3,59% dos computadores pessoais do mundo. Quando se fala em supercomputadores, porém, o Linux ajuda a dar vida a absolutamente todas as 500 máquinas mais potentes do planeta.

Em 2015, 96,3% do grupo do principais servidores de web do mundo estavam equipados com algum sistema Linux — o que deixa no ar a dúvida: a internet como conhecemos hoje seria possível sem ele?

Então, se você é usuário de Linux, celebre o dia de hoje. Se você ainda não é, considere escolher uma das várias distribuições indicadas a iniciantes para dar seus primeiros passos nesse universo cheio de possibilidades.

Fonte: Linux Foundation, Linux MagazineStat Counter, Top500, Linux Statistics