Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Trump concede perdão a ex-engenheiro do Google acusado de espionagem industrial

Por| 20 de Janeiro de 2021 às 11h20

Link copiado!

Waymo
Waymo

O presidente Donald Trump concedeu perdão ao ex-engenheiro do Google Anthony Levandowski, condenado a um ano e meio de prisão por entregar segredos industriais das pesquisas de carros autônomos da Waymo, subsidiária da Alphabet, à Uber. O nome do especialista faz parte de uma leva de 143 indultos concedidos pelo líder norte-americano em seu último dia na Casa Branca; o eleito Joe Biden assume o cargo nesta quarta-feira (20).

O perdão de Levandowski vem apenas meses depois de ele ser condenado a 18 meses de prisão, em sentença oficializada em agosto de 2020. Diante dos tribunais, ele se declarou culpado das acusações de roubo de segredos industriais pelo download de 9,7 GB de informações da Waymo, entre documentos de design, esquemas, arquivos e relatórios relacionados a testes de dirigibilidade autônoma e sistemas de LIDAR. Outras acusações relacionadas foram arquivadas como parte de um acordo.

Também como parte dos acertos com a justiça do país norte-americano, o ex-engenheiro ainda não estava preso, devendo se apresentar apenas após o fim da pandemia do novo coronavírus, por questões de saúde e por não representar perigo. Agora, ele recebe um perdão completo e não precisará cumprir a sentença; em agosto, ele também foi condenado a pagar uma multa de US$ 95 mil e outros US$ 756,4 mil em indenizações à Waymo, com o status destas cobranças ainda incerto.

Continua após a publicidade

No perdão, Trump cita o sentenciamento de Levandowski, que o menciona como um engenheiro brilhante e necessário para o país como um dos motivos para o perdão. O texto também cita o apoio de outros empreendedores e investidores do mundo da tecnologia, como Peter Thiel, fundador do PayPal, e Palmer Luckey, que iniciou a Oculus VR, e relembra os trabalhos do ex-engenheiro do Google nos primórdios do desenvolvimento dos sistemas de direção autônoma.

Já o próprio Levandowski, em comunicado, agradeceu ao presidente em nome de si mesmo e de toda a sua família. Ele afirma ver o perdão como uma oportunidade de seguir em frente e deixar a história para trás, estendendo seu obrigado a todos que o apoiaram não apenas agora, mas também durante todo o processo judicial que enfrentou.

Esta é uma história que se desenrola desde 2017, quando Levandowski foi alvo de investigações pelo furto de segredos industriais. No mesmo ano, a Waymo abriu um processo contra a Uber pelo mesmo motivo, após do envio de esquemas de LIDAR dos veículos da empresa de transportes, extremamente semelhantes àqueles desenvolvidos pela Alphabet.

Continua após a publicidade

Ao longo do processo, descobriu-se que o download da documentação foi feito antes de Levandowski pedir demissão para fundar a startup Otto, que mais tarde foi comprada pela Uber. A própria empresa de transportes também foi condenada a pagar uma indenização de aproximadamente US$ 245 milhões, além de ter assinado um compromisso de que as tecnologias da rival não seriam mais utilizadas em seus desenvolvimentos.

Hoje, o engenheiro trabalha em pesquisas relacionadas à direção autônoma em uma nova startup, a Pronto, da qual é cofundador. A empresa desenvolve sistemas de dirigibilidade baseados em câmeras e sensores com foco na utilização em caminhões de carga.

A lista de perdoados por Trump nesta quarta incluem também Steve Bannon, seu ex-assessor e estrategista de campanha que foi preso sob acusações de fraude, George Papadopoulos, conselheiro de políticas internacionais acusado de mentir sobre a manipulação russa nas eleições americanas de 2016, e os congressistas republicanos Duncan Hubnter, Chris Collins e Steve Stockman, acusados de desvio de recursos e fraude, além de rappers como Lil Wayne e Kodak Black, acusados de posse ilegal de armamentos.

Ao contrário do que era esperado, porém, o presidente não condedeu indulto a si mesmo, membros de sua família direta ou a seu advogado, Rudolph Giuliani.

Continua após a publicidade

Fonte: TechCrunch, CNN