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Samsung é processada por violações de direitos trabalhistas na China

Por| 11 de Janeiro de 2018 às 12h20

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Samsung é processada por violações de direitos trabalhistas na China
Samsung é processada por violações de direitos trabalhistas na China
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A Samsung está sendo processada na Justiça francesa devido a violações de direitos trabalhistas em suas unidades de fabricação na Ásia. A ação, movida por duas organizações voltadas para a proteção de trabalhadores em países emergentes, acusa a sul-coreana de enganar os consumidores, realizando campanhas de marketing que enaltecem seu respeito às leis locais enquanto explora mão de obra irregular em países como China e Coreia do Sul.

O processo foi movido pelas ONGs Sherpa e ActionAid, citando nominalmente tanto o escritório global da Samsung, em Seul, na Coreia do Sul, quanto a subsidiária francesa da marca. A questão estaria relacionada, principalmente, à produção de semicondutores e smartphones da empresa, suas divisões de maior sucesso nos últimos anos e, claro, alvo de acelerações constantes na produção e entrega de componentes para atender à demanda crescente.

Relatórios de outras organizações são citados para apoiar o caso, com incidentes ocorridos desde 2013. Um dos principais relatórios que apoiam o processo foi emitido em 2014 pela China Labor Watch, que acusou a Samsung de explorar mão de obra infantil, não pagar horas extras e submeter funcionários a altíssimas cargas horárias em uma unidade de fabricação de celulares na província chinesa de Dongguan.

Como reflexo das acusações e após uma investigação interna, a Samsung encerrou os contratos com a Shinyang Electronics, responsável pela unidade onde as irregularidades aconteceram. A empresa também disse estar colaborando com as autoridades locais na apuração do caso.

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Os problemas, pelo menos de acordo com as ONGs responsáveis pelo novo processo, não teriam acabado. Além das acusações de que emprega funcionários abaixo dos 16 anos em condições que não a de aprendiz, única alternativa permitida pelas leis chinesas, a Samsung também não estaria realizando o pagamento devido de horas extras, enquanto submete trabalhadores a enormes cargas horárias para dar conta da demanda por componentes e celulares.

Como os consumidores franceses estão entre os que teriam sido enganados pelas campanhas de marketing e transparência da Samsung, as organizações acreditam que o país pode legislar em relação à questão. Entretanto, ambas esperam ver processos semelhantes surgindo em outros países, principalmente naqueles onde estão as unidades que apresentam as irregularidades citadas.

Informações publicadas na imprensa francesa, entretanto, apontam que o processo pode não ir adiante. A ideia é que dificilmente as autoridades do país viajarão até a Ásia para verificar as acusações das ONGs. Além disso, uma cooperação com órgãos de fiscalização chineses também pode ser difícil, levando a ação a se arrastar por anos até ser arquivada definitivamente.

A Samsung faz divulgações periódicas de relatórios de transparência e diz trabalhar ao lado de parceiras de fabricação e organizações de fiscalização para garantir que todas as leis sejam cumpridas em suas unidades de produção. Procurada pela redação do Canaltech, a empresa ainda não se pronunciou sobre o processo movido na França.

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Fonte: Associated Press/The Republic, France Culture