Apple está sendo processada por viés racial no oxímetro do Apple Watch
Por Giovana Pignati | Editado por Claudio Yuge | 02 de Janeiro de 2023 às 15h00
No último sábado (24), um norte-americano chamado Alex Morales deu entrada em uma ação coletiva contra a Apple sob a acusação de viés racial no oxímetro do Apple Watch. O processo alega que o sensor do smartwatch não apresenta aferições tão precisas em pessoas de pele escura quanto em usuários de pele clara.
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A ação representa todos aqueles de Nova York que compraram o relógio inteligente e acusa a empresa de brechas na garantia, fraude, enriquecimento injusto e violações à Lei Empresarial de Nova York. Usuários de outros oito estados norte-americanos também foram representados pelo processo.
Racismo estrutural
A petição apresenta um histórico da fabricação de oxímetros, destacando que a precisão da medição de vários dispositivos é menor dependendo do tom de pele do usuário. Para Morales, questões relacionadas ao racismo estrutural foram enfatizadas durante a irrupção da covid-19.
Ele apresenta pesquisas que comprovaram o viés racial em oxímetros antes e durante a pandemia, além de teorias que relacionam o uso desses medidores e o aumento no risco de hipoxemia, ou a baixa concentração de oxigênio no sangue, em pessoas negras.
Ainda no processo, Morales comentou que a Apple pode alegar não ser culpada de maneira direta pela imprecisão do oxímetro, estando submetida às limitações da indústria. Esta também não é a primeira vez que os sensores do Apple Watch são alvo de dúvidas sobre a sua precisão. Em 2015, a empresa admitiu que o sensor de batimentos cardíacos do relógio poderia ser afetado pela presença de tatuagens no braço.
Outros casos de tecnologias acusadas de viés racial foram os filtros das câmeras Kodak, que tendem a embranquecer as pessoas, e algoritmo do Twitter que, ao selecionar a área de destaque das fotos, priorizava pessoas brancas às negras. A empresa reconheceu essa falha do algoritmo em 2021.