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Análise | Mesmo mais leve, PUBG Lite continua instável e não empolga

Por| 31 de Maio de 2019 às 13h45

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(Imagem: Divulgação/PUBG)
(Imagem: Divulgação/PUBG)

Quando o Canaltech analisou a versão para PlayStation 4 de PlayerUnknown’s Battlegrounds (PUBG), nossa conclusão foi a de que o jogo havia chegado ao console da Sony já bem velho. Não haviam novos elementos que justificassem a entrada dele no aparelho e, convenhamos, àquela época, Fortnite já estava dominando o cenário.

Recentemente, numa tentativa de dar novo respiro ao jogo, a versão “lite” de PUBG foi lançada para PC. A ideia era rejuvenescer um jogo já combalido, com uma versão leve e gratuita, mais acessível aos jogadores — especialmente aqueles dotados de PCs com configurações de hardware mais modestas.

Analisar esta versão é algo meio complicado pois não há o ineditismo de se estar testando uma novidade: em sua essência, PUBG e PUBG Lite são o mesmo jogo. Nesse ponto, há a vantagem de que a acessibilidade ao título aumentou. Nesse mesmo ponto, há o problema de que a versão mais leve repete os mesmos erros de sua contraparte mais “parruda”, mas aqui há o demérito de visuais ainda mais subdesenvolvidos e nem todo o conteúdo completo do jogo.

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Em PUBG Lite, os mapas são menores em tamanho e você normalmente compete com menos jogadores simultaneamente. Embora o jogo tenha suporte para até 100 pessoas, o matchmaking, independentemente do tipo de partida (solo, duplas ou equipes), leva bastante tempo, então acostume-se a esperar. Ao menos, do lançamento no dia 23 para cá, foram inclusos os dois mapas mais recentes: Vikendi e Sanhook.

A ideia, então, é reduzir o processamento e consumo de recursos do computador a fim de assegurar uma experiência mais completa e fluída. Não é bem isso que acontece: embora eu conceda que o jogo tenha um ritmo mais cadenciado e simples de se adaptar em comparação à versão completa, ele ainda tem alguns engasgos e gargalos visuais bem notáveis. Personagens que correm o cenário sem mover as pernas, matos e arbustos atravessando paredes, travamento em animações de baixa percepção (exemplo: acertei um oponente com alguns tiros e a “nuvem” de sangue dele travou no ar e ali ficou).

O vídeo abaixo, cortesia do canal iGaming do YouTube, mostra uma comparação entre PUBG, PUBG Lite e PUBG Mobile para fins de percepção:

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A variedade de armamentos, itens e outras benesses continua bem alta, ainda bem. Esse sempre foi um ponto alto em PUBG (mas também o tem Fortnite, por exemplo, então isso está longe de ser um diferencial) e a versão Lite não decepciona nesse aspecto: é praticamente impossível você passar muito tempo na partida desarmado. Infelizmente, porém, a quantidade ainda é reduzida frente à versão full.

Esse é um ponto que não ficou muito claro para mim, aliás: reduzir a parte gráfica, o tamanho do mapa e até o matchmaking com menos pessoas simultâneas são medidas para economizar processamento e memória. Agora, cortar conteúdo? Considerando todas as remoções sofridas, não acho que uma pistola a mais ou a menos no jogo faça muita diferença no parte técnica, mas certamente o faria na experiência das partidas.

A grosso modo, PUBG Lite funciona como se fosse um remaster descabido da versão do jogo para os smartphones. Ambas têm até tamanhos similares de instalação: PUBG Lite tem um instalador de mais ou menos 64 MB. O executável abre o launcher que vai baixar o jogo e suas respectivas atualizações — de tamanho aproximado de 2 GB. O problema: nos smartphones, PUBG funciona medianamente bem.

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Se a Tencent/Bluehole Studios quer, com esse título, retomar o cenário de eSports, é melhor voltarem para o brainstorm na sala de reunião: PUBG Lite não é a resposta que procuram. Poucos se dão conta, mas jogos do cenário de competição eletrônica rodam com as configurações mais baixas possíveis, a fim de antecipar eventuais problemas como lags visuais e erros de processamento. Aqui, o jogo não apenas já vem com especificações baixas, mas os lags permanecem mesmo com elas.

A conclusão a que se chega é justamente essa: PUBG Lite é um port mal executado para o PC de uma versão mediana nos smartphones. Ainda que o objetivo — gerar maior acessibilidade ao público — seja bastante nobre, era melhor ter deixado tudo na telinha. A esse ponto, a unica vantagem dele é mesmo ser gratuito. Tomara que atualizações futuras tragam mais brilho ao jogo, mas questionamos a assessoria de imprensa sobre essa parte e não obtivemos qualquer posicionamento.