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Análise | Apesar de novos modos, Perguntados 2 é mais do mesmo com roupinha nova

Por| 25 de Outubro de 2018 às 08h05

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(Captura de imagem: Rafael Arbulu)
(Captura de imagem: Rafael Arbulu)

Um dos maiores sucessos do mercado mobile de jogos, Perguntados (Trivia Crack para vocês que baixam o app da gringa) está voltando com uma segunda edição de disputas de perguntas e respostas dos mais variados temas, desafiando seus conhecimentos sobre Geografia, História, Arte, Cultura Pop, Esportes e Química.

O jogo foi oficialmente lançado para iOS e Android nesta quinta-feira, 25. A argentina Etermax, produtora do jogo, disse que desenvolveu Perguntados 2 “do zero” e prometeu diversas surpresas aos jogadores para esta nova edição. De fato, há algumas novidades que adicionam à experiência de jogo de maneira positiva, mas será que isso bastou para dizer que isso de fato se trata de um desenvolvimento da franquia?

Passa ou repas… Não, pera

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A mecânica de Perguntados 2 segue a mesma premissa de seu antecessor: você disputa uma partida com outro jogador (que pode ser um amigo seu do Facebook ou escolhido aleatoriamente pela interface), que responde às perguntas dos temas dispostos no início desta análise. Três respostas certas e você abre a coroa, que por sua vez traz uma outra pergunta que, respondida corretamente, destrava um personagem. São seis personagens ao todo e quem obtiver os seis primeiros, ganha. Errou a pergunta? Passou a vez.

É um predicado bastante simples. Bobinho, até, mas que funciona. A grande vantagem de Perguntados 2 reside em seu conteúdo: se no anterior perguntas simples do tema Esporte giravam em torno de “Quem foi o campeão brasileiro de futebol de 2016?”, aqui a abordagem se torna mais complexa: eu mesmo tive dificuldade de lembrar as respostas de algumas sobre MMA (e eu sou um assíduo espectador de todas as competições do esporte), o que dá um tom de desafio, considerando que, para cada questão, há um timer em contagem regressiva para você responder.

Uma falta do jogo anterior que foi, felizmente, corrigida aqui é a adição de novos modos de jogo: além do modo Clássico detalhado acima, há o "Duelo da Torre", onde você escolhe um dos temas e responde a perguntas sucessivas, no intuito de construir uma torre com os seus acertos. Quem tem a torre mais alta (ou seja, quem acertou mais), ganha. Também há o desafio diário, que lhe presenteia com “coroas” que funcionam como moedas de troca na loja do jogo. Finalmente, trazendo um aspecto mais social a Perguntados 2, a Etermax inaugura a aba de “Equipes”, que funciona como qualquer RPG móvel online e suas “Guildas”: encontre um grupo, junte-se a ele, ajude-os ou receba ajuda (“Vidas”, aqui) e... bom, você entendeu.

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Tudo isso fechado em uma interface redesenhada e muito, muito atraente, com visuais semianimados que atraem a atenção. Lamentavelmente, isso tudo serve apenas para mascarar problemas óbvios que, apesar de não serem numerosos, passam aquele ar de indiferença do jogador.

Para começar: não encontrei qualquer opção de sugerir perguntas, algo que agradava bastante no primeiro. Claro, de repente isso se traduz como uma coisa boa no futuro, impedindo gente maliciosa de colocar conteúdo impreciso dentro do jogo. Mas, ainda assim, seria interessante que o conhecimento compartilhado por meus oponentes (e, consequentemente, os meus para eles) fossem abertos e trocados. Adicionaria uma camada de socialização ainda maior.

Mais além, ainda que tenhamos modos novos, um visual repaginado e as tarefas diárias (este último particularmente interessante como “uma gameficação dentro de um game”), a essência do jogo se manteve inalterada. Tal qual o antigo programa Passa ou Repassa, do SBT, você se diverte com perguntas e respostas... por um tempo. Depois, a coisa fica maçante, enfadonha.

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Adicione a isso a camada de microtransações absurdas (tem itens na loja que chegam a custar aproximados R$ 400 em dinheiro real) e você acaba desmotivado de trabalhar a massa cinzenta lembrando dessa ou daquela resposta. Ao menos, a quantidade de vidas é generosa e o “ouro” para adquirir power ups vem em quantidades moderadas, para que você não se sinta em um RPG, fazendo grinds absurdos em busca de itens supérfluos.

É bom, mas não é

Fazer a análise de um jogo móvel exige uma abordagem diferente, mais leve do que se comparado a um “triplo A” dos consoles ultramodernos. Não dá para ter o mesmo senso crítico que se teria de um Marvel’s Spider-Man ou Shadow of the Tomb Raider, mas, ao mesmo tempo, não se pode ser leniente a ponto de deixar qualquer erro passar simplesmente porque “é jogo de celular”.

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A sua opinião vai depender de sob qual ótica você enxerga Perguntados 2: se você é um gamer veterano, que busca experiências impactantes, então sinto lhe dizer, mas este não é o jogo para você. Agora, se você quer uma abordagem mais casual, ou brincar com algum conhecido, então com certeza Perguntados 2 será um sucesso. Não há dúvidas de que o jogo se sairá bem nas lojas de aplicativos (iOS e Android abrigam o jogo), mas volume alto de vendas não é sinônimo de qualidade inquestionável.

Ao final de tudo, faltou aquele gostinho de “quero mais”.