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Quase 75% dos brasileiros já têm acesso à internet , aponta pesquisa

Por| 26 de Maio de 2020 às 14h35

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Quase 75% da população brasileira com 10 anos ou mais (134 milhões de usuários) já estão estão conectados a internet, usando a tecnologia no seu dia a dia. É o que aponta a pesquisa TIC Domicílios 2019, lançada nesta terça-feira (26) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

A pesquisa aponta que, pela primeira vez em sua série histórica, mais da metade da população vivendo em áreas rurais declarou ser usuária de Internet chegando a 53%. No entanto, como esperado, essa proporção é inferior à verificada nas áreas urbanas (77%). No recorte por classe socioeconômica, também houve avanço no percentual de usuários das classes DE conectados: ele passou de 30% em 2015 para 57% em 2019. No entanto, um contingente importante de indivíduos segue desconectado: 35 milhões de pessoas em áreas urbanas (23%) e 12 milhões em áreas rurais (47%). Entre a população da classe DE, há quase 26 milhões (43%) de não-usuários.

“Com o isolamento social, medida de prevenção a Covid-19, milhões de brasileiros passaram a depender ainda mais da Internet e das TIC de maneira geral para realizar atividades de trabalho remoto, ensino à distância e até mesmo para acessar o auxílio emergencial do governo", pontua Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. "Mas a falta de acesso à Internet e o uso exclusivamente por celular, especialmente nas classes DE, evidenciam as desigualdades digitais presentes no país, e apresentam desafios relevantes para a efetividade das políticas públicas de enfrentamento da pandemia. A população infantil em idade escolar nas famílias vulneráveis e sem acesso à Internet também é muito afetada neste período de isolamento social. A pandemia revela de forma clara as desigualdades no Brasil”, completa.

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Apesar do aumento significativo nos últimos anos na proporção da população brasileira que usa a Internet, cerca de um quarto dos indivíduos (47 milhões de pessoas) ainda seguem desconectados.

Em sua 15ª edição, a TIC Domicílios realizou entrevistas em 23.490 domicílios em todo o território nacional entre outubro de 2019 e março de 2020, com o objetivo de medir o uso e apropriação das tecnologias da informação e da comunicação nos domicílios, o acesso individual a computadores e à Internet, e atividades desenvolvidas na rede, entre outros indicadores.

Dispositivo mais usado

O levantamento da CGI.br aponta também consolidação dos dispotivos móveis como principal meio de se manter conectado. O celular é o dispositivo mais usado para acessar a Internet, usado pela quase totalidade dos usuários da rede (99%). A pesquisa ainda aponta que 58% dos brasileiros acessam a rede exclusivamente de seus smartphones, proporção que chega a 85% na classe DE. O uso exclusivo do telefone celular também predomina entre a população preta (65%) e parda (61%), frente a 51% da população branca. De acordo com a TIC Domicílios, houve um crescimento no uso da rede pela televisão (37%), um aumento de sete pontos percentuais em relação a 2018.

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No que se refere a conexão domiciliar, a Internet está presente em 71% dos domicílios brasileiros. No entanto, outro dado ainda é preocupante: mais de 20 milhões de residências não possuem conexão à Internet, realidade que afeta especialmente a região Nordeste (35%) e famílias com renda de até 1 salário mínimo (45%). A boa notícia é que a pesquisa constatou um aumento no número de domicílios com acesso à Internet nas classes C e DE. Nessas últimas (DE), a proporção passou de 30% em 2015 para 50% em 2019.

Menos PCs

Pelo quarto ano consecutivo, a pesquisa também verificou uma redução da presença de computadores nos domicílios, passando de 50% em 2016 para 39% em 2019. Pelo recorte socioeconômico, enquanto 95% domicílios da classe A possuem algum tipo de computador, eles estão presentes em apenas 44% dos domicílios da classe C e 14% dos domicílios das classes DE.

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Em relação ao tipo de conexão presente nos domicílios, a pesquisa revela que nos últimos quatro anos houve uma inversão nas posições de conexão por cabo ou fibra óptica, e via linha telefônica (DSL). O acesso via cabo ou fibra óptica passou de 24% (2015) para 44% (2019), mesma diferença da conexão DSL, que caiu de 26% para 6% nesse período.

O que se faz na internet no Brasil?

O envio e recebimento de mensagens instantâneas (por meio de programas como WhatsApp e Facebook Messenger) são as atividades mais comuns no uso da rede, com 92% dos usuários conectados lançando mão dessa prática.O uso uso de redes sociais vem na segunda colocação, com 76%, seguido pelas chamadas por voz ou vídeo, com 73%.

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A busca por informações também está entre as principais atividades realizadas na Internet, com destaque para a pesquisa por produtos e serviços, com 59% dos usuários conectados adotando essa prática. A pesquisa por assuntos relacionados a saúde ou a serviços de saúde tem 47% de adeptos, sendo que ela apresenta uma proporção menor entre pessoas de 60 anos ou mais (39%) e nas classes DE (31%).

A TIC Domicílios 2019 indica também que 41% dos usuários de Internet afirmam efetuar atividades ou pesquisas escolares na rede, sendo que 40% estudam por conta própria e 12% realizam cursos à distância. Apenas um terço dos usuários (33%) fazem trabalho pela Internet, sendo que essa proporção representa menos da metade da força de trabalho (45%).

Em 2019, 39% dos usuários de Internet compraram produtos e serviços pela Internet nos doze meses anteriores à pesquisa. A proporção chega a 79% na classe A e 16% nas classes DE. Percebe-se também diferenças regionais: 45% dos usuários de Internet da região Sudeste e 26% da região Norte realizaram alguma atividade de comércio eletrônico nesse período.

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O que se consome na internet brasileira

No quesito "Atividades culturais", 74% dos brasileiros conectados gostam de assistir a vídeos e 72% deles também ouvem música. Isso corresponde a pouco mais da metade da população acima dos 10 anos que realiza tais atividades (56%), havendo, nos últimos anos, uma ampliação do consumo de serviços via streaming, como Netflix, Spotify e YouTube.

Os vídeos, programas, filmes ou séries são mais assistidos em sites ou por aplicativos de compartilhamento de vídeos, com 46% de adeptos; já os aplicativos de mensagens instantâneas respondem por 44% da preferência dos usuários para o consumo de conteúdo, seguidos pelas redes sociais (38%) e por serviços por assinatura (33%). O pagamento para assistir a filmes e séries na Internet ocorre em quase a metade dos indivíduos da classe A, e cerca de um terço da classe B, sendo pouco comum entre usuários das classes C e DE.

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Em relação às atividades culturais, a TIC Domicílios 2019 registrou também um (bem-vindo) dado inédito: 13% dos usuários de Internet escutam podcasts, com predominância entre usuários da classe A (37%) e que possuem ensino superior (26%).

Serviços eletrônicos oferecidos pelo governo

Por fim, a a TIC Domicílios 2019 também mostra uma maior consolidação do "e-governo". Isso porque 68% dos usuários de Internet com 16 anos ou mais usaram serviços eletrônicos oferecidos por órgãos governamentais nos doze meses anteriores à pesquisa. Os mais citados foram os serviços de direitos do trabalhador e previdência (36%), impostos e taxas (28%) e documentos pessoais (28%). No entanto, apenas 23% dos usuários conectados buscaram ou realizaram algum serviço público de saúde, como agendamento de consultas, remédios ou outros serviços. Ou seja, há um amplo espaço para criar serviços nessa área ou promover melhor os já existentes entre a população.

O perfil de quem utilizou serviços eletrônicos governamentais no período da pesquisa apresenta variação: a proporção é de 46% entre pessoas com 60 anos ou mais e, no recorte por classe socioeconômica, chega a 88% na classe A e 48% nas classes DE. Mais respondentes da classe A (80%) também afirmaram ter baixado aplicativos governamentais no celular do que respondentes da classe DE (42%).

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“De maneira geral, a pesquisa mostra que atividades culturais, escolares, de trabalho e de serviços públicos na Internet ocorrem em menor proporção entre quem usa a Internet apenas pelo celular e entre aqueles que não possuem banda larga fixa no domicílio", comenta Barbosa. "Apesar de os dados terem sido coletados num período prévio à disseminação da pandemia, eles revelam como limitações de acesso podem afetar os estratos mais vulneráveis da população”.

Para acessar a TIC Domicílios 2019 na íntegra, assim como rever a série histórica, visite o site oficial do Cetic. Na página, também estão disponíveis para download as tabelas em português, inglês e espanhol e as bases de microdados da pesquisa.