Microsoft é acusada de censurar nomes de figuras políticas chinesas no Bing
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 24 de Maio de 2022 às 07h30
A Microsoft foi acusada de censurar personalidades chinesas no seu buscador Bing. De acordo com pesquisadores canadenses, a empresa estaria dificultando que pessoas usem o mecanismo na China encontrar "pessoas politicamente sensíveis".
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Segundo o Citizen Lab, laboratório interdisciplinar da Universidade de Toronto, no Canadá, o sistema de autossugestão do Bing simplesmente ignorou os nomes dos líderes do partido chinês, dissidentes e ativistas chineses. O mecanismo é aquele que complementa a frase quando o usuário começa a digitar um nome.
Conforme a pesquisa conduzida, pessoas politicamente sensíveis são a segunda maior categoria de nomes censurados pelo recurso de busca. Somente os nomes de personalidades do universo pornográfico foram mais ignorados que elas.
Em testes realizados no ano passado pelo grupo, nomes famosos não eram automaticamente preenchidos, como o do presidente chinês Xi Jinping, o falecido ativista de direitos humanos Liu Xiaobo e Tank Man — apelido do manifestante que ficou famoso na frente dos tanques na Praça Tiananmen, em 1989.
A suposta censura se aplicaria a nomes escritos tanto no alfabeto ocidental quanto em ideogramas chineses. Além do buscador em si, esse recurso também não completava as pesquisas no Menu Iniciar do Windows, nem no navegador DuckDuckGo, que usa dados puxados do Bing.
Microsoft diz que foi erro
Na visão dos pesquisadores, essa seria uma estratégia para desqualificar propositalmente membros do regime chinês. Mas a Microsoft disse apenas que um erro era o vilão do problema e que tudo foi resolvido.
"Um pequeno número de usuários pode ter experimentado uma configuração incorreta que impediu o surgimento de alguns termos válidos de sugestão automática, e agradecemos ao Citizen Lab por chamar nossa atenção para isso", disse uma porta-voz da Microsoft.
Jeffrey Knockel, pesquisador sênior associado do Citizen Lab, alertou sobre os perigos que vêm de regras de censura vazando de uma parte do mundo para outra. "Se a Microsoft nunca tivesse se envolvido em operações de censura chinesa, não haveria como eles se espalharem para outras regiões", disse ele.
Fonte: Citizen Lab