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Fechamento de sites não reduz índices de pirataria, revela estudo

Por| 15 de Maio de 2015 às 12h20

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Fechamento de sites não reduz índices de pirataria, revela estudo
Fechamento de sites não reduz índices de pirataria, revela estudo

Um estudo realizado por um centro de pesquisas da Comissão Europeia quantificou aquilo que muitos ativistas e usuários de internet já sabiam – o fechamento de sites de download faz muito pouco para reduzir os índices de pirataria. De acordo com o relatório, esses totais são, sim, reduzidos logo na sequência das ações, mas acabam voltando aos níveis anteriores na medida em que os usuários encontram novas fontes para baixar o que desejam.

O relatório analisa os efeitos diretos do fechamento do Kino.to, um portal de streaming alemão que foi derrubado por autoridades europeias em uma ação conjunta. Considerada um sucesso por governos de Espanha, França e Holanda, além da própria Alemanha, o ato levou a uma queda imediata de 30% no consumo de downloads ilegais nas quatro semanas logo após a intervenção.

Por outro lado, o número de assinaturas de serviços de streaming “legal” de mídia aumento apenas 2,5% no mesmo período, mostrando que muita gente não migrou para tais plataformas. Em vez disso, o que se observou é que os índices, pouco a pouco, voltavam aos patamares iniciais, uma vez que a poeira do fechamento do Kino baixava e, por meio de propaganda boca-a-boca, novos serviços piratas começavam a tomar seu lugar na preferência dos usuários.

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Além disso, os responsáveis pelo estudo chamaram as consequências de tais ações de fechamento de “efeito hidra”, ao mostrar que, rapidamente, os serviços encerrados são substituídos por outros. Sites menores, que antes ficavam à sombra do maior, começam a ganhar mais e mais usuários com ações desse tipo e, na soma, acabam tendo o mesmo total de acessos que o gigante caído. Foi o que aconteceu, por exemplo, após o fim do Kino, o que fez com que outras plataformas ganhassem tração, resultando em uma estrutura mais fragmentada, que, no fim das contas, é mais difícil de ser combatida pelas autoridades.

A ação, inclusive, remete ao recente fechamento do Pirate Bay, também fruto de uma ação da polícia. Um dos maiores sites de downloads ilegais do mundo, ele chegou a ficar fora do ar durante diversos meses até voltar a funcionar a partir de uma arquitetura de cloud computing, de forma a não sair mais do ar. Enquanto isso, diversos mirrors surgiram para preencher o espaço, enquanto outros serviços de torrent declararam estar ganhando usuários e participando ativamente do tal “efeito hidra”.

O fechamento do Kino aconteceu em 2011, quando autoridades de diversos países da Europa realizaram uma ação conjunta em escritórios e residências ligadas ao serviço. Na ocasião, equipamentos foram confiscados e diversos administradores da plataforma acabaram presos, com a plataforma encerrando suas atividades permanentemente em função disso.

Apesar da operação ter sido considerada um sucesso, a Comissão Europeia aconselha as autoridades contra esse tipo de atividade, uma vez que o fechamento desse tipo de serviço contribui muito pouco para a “legalidade” de seus usuários e, no final das contas, acaba criando mais ramificações que tornam ações posteriores muito mais complicadas e custosas.

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A pesquisa foi feita com base na análise de dados de cinco mil usuários de internet na Alemanha. Além disso, pesquisas foram realizadas para conferir os hábitos de consumo de mídia dos participantes, tanto em termos de downloads ilegais quanto no uso de serviços legítimos de streaming ou acesso às mídias.

Fonte: TorrentFreak