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É FALSO que ‘travesseiro da NASA’ seja criação da agência; história é diferente

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti |  • 

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Reprodução/NASA
Reprodução/NASA

É FALSO que o “travesseiro da NASA” tenha sido criado pela agência espacial norte-americana e usado por astronautas no espaço. Essa ideia se espalhou ao longo do tempo devido ao nome do produto, mas a história por trás da almofada é diferente — embora tenha relação com a instituição dos Estados Unidos.

Esses travesseiros utilizam uma tecnologia cuja origem remonta a estudos desenvolvidos para a NASA, mas a versão comercial jamais foi empregada como acessório para o sono de astronautas.

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Espuma viscoelástica

Tudo começou em 1966, quando o engenheiro Charles Yost — com apoio de outros profissionais como Chiharu Kubokawa — foi contratado pela NASA para otimizar os assentos de aeronaves, aumentando a proteção contra colisões e vibrações.

Outro objetivo era desenvolver sistemas de absorção de energia que melhorassem as chances de sobrevivência em caso de impacto.

Yost e sua equipe criaram uma espuma polimérica de células abertas com propriedades viscoelásticas especiais, como alta capacidade de absorção de energia e textura extremamente macia.

Sua principal característica era moldar-se ao formato de qualquer objeto e retornar à forma original após a remoção da pressão. Inicialmente, foi chamada de “espuma de retorno lento”.

“Assim que você se sentava na espuma, ela se adaptava uniformemente à superfície do corpo em contato, permitindo que você se acomodasse confortavelmente no assento. Depois que você se levantava, a espuma voltava à sua forma original, sem nada sobre ela", explicou Chiharu Kubokawa à NASA em 2019.

Apesar do potencial, a tecnologia nunca chegou a ser utilizada nas missões espaciais, em parte devido ao forte odor do material.

De capacete a travesseiro

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Em 1969, após a reprovação para uso em aeronaves da NASA, Charles Yost fundou a Dynamic Systems, Inc. para comercializar a tecnologia como “espuma temperada”. Em 1974, a empresa vendeu os direitos do material, que passou a ser aplicado em diferentes áreas, como a médica — em próteses, camas hospitalares e almofadas ortopédicas — e a esportiva.

Nas décadas de 1970 e 1980, por exemplo, a espuma foi usada para acolchoar capacetes de futebol americano dos jogadores do Dallas Cowboys.

Com o tempo, o custo de produção caiu e a popularidade do material cresceu, abrindo caminho para seu uso em travesseiros.

No Brasil, a empresa Marcbrayn utiliza até hoje a imagem do astronauta Marcos Pontes para divulgar travesseiros de espuma viscoelástica. No entanto, a sigla “N.A.S.A” que aparece na embalagem não se refere à agência espacial, mas sim a “Nobre e Autêntico Suporte Anatômico”.

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Fonte: NASA (1,2)