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Comitê quer implementar classificação indicativa para conteúdos online no Brasil

Por| 24 de Abril de 2018 às 14h12

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Comitê quer implementar classificação indicativa para conteúdos online no Brasil
Comitê quer implementar classificação indicativa para conteúdos online no Brasil

Está agendado para quarta-feira (25) mais um debate sobre o uso das classificações indicativas, organizado pelo Ministério da Justiça e pela Procuradoria Geral dos Direitos do Cidadão. O ciclo de debates sobre o tema teve início no mês passado e eles estão sendo feitos com o objetivo de atualizar as políticas públicas relacionadas às classificações indicativas por faixas etárias.

O que ocorre é que todo o conteúdo de entretenimento feito para a TV ou cinema e também os jogos eletrônicos em formato físico recebem classificações de que tipo de material ofensivo pode existir ali, como palavrões, cenas de violência ou conteúdo sexual. Entretanto, sites, jogos em formatos unicamente digitais e vídeos online não recebem essa avaliação, de forma que os pais não encontram o suporte para determinar o que seus filhos podem ou não consumir.

Segundo Regina de Assis, membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que participou de todos os encontros feitos até agora, informou que o objetivo das discussões é informar a população para, futuramente, propor atualizações da lei que rege as classificações etárias no Brasil.

Como implementar?

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Ainda segundo Regina, a melhor forma de lidar com isso seria a criação de uma comissão que dialogue diretamente com as empresas de tecnologia, seguindo o mesmo padrão que foi implementado quando os conteúdos televisivos e cinematográficos passaram pela classificação. "Os 'Zuckerbergs' da vida têm sua responsabilidade sobre o conteúdo que é apresentado para crianças do mundo inteiro. Quem cria conteúdo para crianças e adolescentes tem uma responsabilidade social", diz a especialista.

Outro ponto levantado por Regina é a necessidade de suporte internacional, uma vez que os conteúdos online não respeitam fronteiras físicas. Ela aponta organizações internacionais, como a Unesco, como parcerias em potencial que poderiam ser firmadas para formular métodos para classificar os vídeos online.

Youtubers e influenciadores digitais

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Os youtubers surgiram há poucos anos mas já se firmaram como modelo para milhões de expectadores infantis. Muito se discute sobre a qualidade do material por eles apresentado, que muitas vezes incluem palavrões, ofensas e diversos segundos ininterruptos de gritaria estridente.

Felippe Neto, um dos influenciadores digitais mais consumidos pelas crianças e adolescentes brasileiros, costuma gritar bastante em seus vídeos, comportamento que é questionado pelo Comitê, uma vez que há a hipótese que o público infantojuvenil exposto a esses materiais pode se tornar mais agressivo.

Também é comum ver vídeos voltados para esse público que incluam pegadinhas e trollagens, que são separados do bullying por uma linha muito tênue na interpretação dos pais e especialistas em infância.

Responsabilidade parental

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Um outro ponto dessas discussões é a responsabilidade que os pais e educadores têm em acompanhar seus rebentos na navegação cotidiana pela web. Segundo o psicanalista Pedro de Santi, afirma que cabe também aos responsáveis controlar o que os pequenos assistem: "Antes, as crianças queriam ser jogadoras de futebol ou artistas. Agora, se você perguntar a qualquer uma, a chance de ouvir 'quero ser youtuber' é alta. Os pais precisam ganhar consciência de que ver conteúdo audiovisual na internet não é igual a ver TV. Não se pode deixar os filhos soltos na rede, nem proibir", diz o especialista em consumo.

Ainda segundo Santi, é recomendando que crianças com menos de 12 anos de idade não tenham celulares com acesso à internet, e que sempre tenham monitoramento ao navegar na rede.

Fonte: O Globo