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Caso Ashley Madison: termos em português indicam que o site cria perfis falsos

Por| 28 de Agosto de 2015 às 11h29

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Divulgação
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Quanto mais informações do vazamento envolvendo o Ashley Madison são vasculhadas, mais surgem provas de que o serviço possui diversas irregularidades em sua estrutura. Primeiro veio a notícia de que contas que deveriam ser deletadas mediante pagamento não eram, de fato, excluídas dos servidores da plataforma. Depois, foi a vez de um estudo indicar que uma parcela mínima dos perfis cadastrados na rede era de mulheres. Agora, uma nova descoberta pode complicar ainda mais a situação do site de relacionamentos extraconjugais.

Desde que a possibilidade de divulgação dos dados dos quase 37 milhões de usuários veio a público - e que no final das contas acabou se concretizando -, a Avid Life Media, empresa que administra o Ashley Madison, foi acusada de criar milhares de perfis falsos para enganar os homens inscritos na página, que atualmente respondem por até 95% das contas registradas no site. Muitos foram os indícios de que esses perfis femininos eram, na verdade, controlados por robôs e até uma antiga funcionária da companhia processou a corporação após ser obrigada a criar mais de 1.000 perfis falsos para o serviço.

Mesmo com o pouquíssimo número de mulheres cadastradas, a empresa nega as acusações de que teria criado contas falsas para iludir os usuários. No entanto, a entidade reconhece que alguns perfis que se inscrevem no site são apenas para questões de "entretenimento" e que não estão necessariamente em busca de encontros pessoais com outros internautas.

A própria companhia deixa isso claro nos Termos de Uso, ao dizer que "não existem garantias que você terá um encontro ou um parceiro de comunicação no nosso site ou usando o nosso serviço". "Nosso site e nosso serviço são gerados para providenciar a você divertimento e entretenimento. Você concorda que algumas das funções do nosso site e do nosso serviço são criadas para providenciar entretenimento a nossos usuários", explica.

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Este trecho só está na versão em inglês do Ashley Madison. E é aí que começa o problema, porque nos termos em português da versão brasileira a empresa admite na mesma seção que cria perfis falsos. "A fim de permitir que as pessoas que são apenas convidados em nosso site experimentem o tipo de comunicação que eles esperam como membros, poderemos criar perfis que talvez interajam com eles", diz o parágrafo.

A empresa deixa claro que, ao concordar com os Termos de Uso, o usuário "reconhece e concorda que alguns dos perfis publicados no site, com quem você poderá se comunicar como um convidado, poderão ser fictícios", sob a justificativa que a ideia desses perfis "é proporcionar um entretenimento aos usuários convidados, para permitir que eles possam explorar nossos serviços e para promover uma maior participação em nossos serviços".

E não para por aí. Está lá, de forma explícita, que as mensagens enviadas por esses perfis são geradas por computador. "As mensagens dos perfis que criamos tentam simular as comunicações de modo que você também se tornará um membro, incentivando você a participar de mais conversas e para aumentar a interação entre os colegas", diz o trecho.

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Para deixar claro, a empresa se refere como "usuários convidados" todos aqueles que utilizam a versão gratuita do Ashley Madison. Estes podem receber piscadinhas, enviar e receber fotografias, adicionar membros à sua lista de favoritos, responder a qualquer membro completo e realizar pesquisas. Outras funções, como iniciar um chat com outro internauta, são exclusivas para "Membros Completos", que pagam uma assinatura para ter acesso a esses recursos.

De acordo com o Ashley Madison, esses perfis falsos "permitem coletar mensagens, chat instantâneo e/ou respostas de pessoas ou programas, para fins de cumprimento de pesquisa de mercado e/ou experiência do cliente e/ou controle de qualidade", com o objetivo de "analisar o usuário, tendências, padrões e informações sobre a nossa base de clientes e clientes em potencial".

A empresa alega que os robôs conversam apenas com usuários não pagantes - no caso, os usuários convidados. Mas qual a garantia de que essa tática não está sendo aplicada também para os internautas que pagam pelo serviço? Seja como for, a companhia ainda deve muitas explicações, o que significa que não deve demorar muito para acompanharmos cenas dos próximos capítulos. Ainda mais se levarmos em consideração que os hackers que assumiram a autoria dos vazamentos dizem ter em mãos um total de 300 GB de conteúdo do site, incluindo e-mails, fotos íntimas e documentos internos de funcionários.

Fonte: Gizmodo