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Análise do YouTube mostra queda de recomendações de canais de extrema-direita

Por| 28 de Fevereiro de 2019 às 11h23

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Análise do YouTube mostra queda de recomendações de canais de extrema-direita
Análise do YouTube mostra queda de recomendações de canais de extrema-direita
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No começo do ano, o YouTube anunciou algumas mudanças em sua plataforma, sendo a principal delas a retirada do compartilhamento automático quando uma pessoa curte um vídeo. Agora, um estudo da Queensland University of Technology mostra que os conteúdos de extrema-direita deixaram de ser recomendados pela plataforma.

Em post no Medium, o professor Nicolas Suzor apresentou a pesquisa. Ele analisou um total de 3,7 milhões de vídeos na plataforma, todos relacionados a mais de 80 canais desde o dia 29 de janeiro. “Nós contamos o número de vezes que um vídeo de um destes canais [de extrema-direita] foi recomendado pelo YouTube”, aponta.

No começo do mês, a plataforma recomendava tais vídeos em 1 para cada 13 vezes na home, com uma taxa de 7,8%. Desde 15 de fevereiro, tal número caiu para 1 a cada 250, ou seja, 0,4%.

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Isso aconteceu após uma polêmica matéria da BBC, que acusava o YouTube de incentivar produções sobre anti-vacinação, exposição de menores, além de vídeos para crianças com conteúdos relacionados a suicídio.

Em relação específica ao caso dos conteúdos contrário à vacinação, a pesquisa levantou que 30 canais grandes sobre o assunto não estão sendo recomendados pelo YouTube. A taxa fica abaixo de 1%.

O estudo, contudo, reconhece o problema da personalização da plataforma. Os 3,7 milhões de vídeos analisados foram levantados de forma aleatória no YouTube, ou seja, não apenas usando a conta de apenas uma pessoa.

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Entretanto, se alguém busca pelo assunto, é possível que receba mais recomendações do que a taxa apresentada pelo estudo. “Mesmo que o YouTube não esteja direcionando usuários para canais antivacinação em grande quantidade, o sistema de recomendação personalizado está claramente levando pessoas a conteúdos com informações bastante dúbias”, conclui o pesquisador.

Resposta

O CNET entrou em contato com o YouTube. A plataforma reiterou as novas diretrizes apresentadas em janeiro deste ano, mas negou que esteja evitando apresentar conteúdos de extrema-direita para os usuários.

“Nós anunciamos em janeiro que estávamos reduzindo as recomendações de conteúdos sensíveis ou vídeos que pudessem desinformar usuários de forma perigosa. Nós não tivemos a chance de analisar todo este estudo, entretanto nossos sistemas de recomendação não são pensados para favorecer ou desfavorecer informações incorretas baseados em uma perspectiva política específica”, diz a empresa em comunicado ao veículo.

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A plataforma de vídeos vem sendo criticada por conta de conteúdos sugeridos ao menos há dois anos, quando canais de conceitos de Terra plana passaram a se proliferar. Na época, o YouTube disse que a liberdade de expressão era muito importante, motivo pelo qual não podia retirar pensamentos controversos de sua rede. Contudo, informou que rebate conteúdos que proliferam a desinformação.