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Rússia usa Tom Cruise feito por IA para bagunçar Olimpíadas, acusa Microsoft

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 04 de Junho de 2024 às 16h01

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Reprodução/Paramount Pictures
Reprodução/Paramount Pictures
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O Centro de Análise de Ameaças da Microsoft (MTAC) publicou um relatório acusando o que seria uma série de estratégias adotadas pela Rússia para espalhar desinformação sobre os Jogos Olímpicos de Paris 2024. As medidas, segundo a pesquisa, incluiriam notícias falsas que afetam a reputação da França e geram expectativa de casos de violência durante os Jogos — e ainda contam com um documentário falso que usa uma voz gerada por IA do ator Tom Cruise.

Documentário com falso Tom Cruise

As informações foram detalhadas pela Microsoft no relatório “Esforços de influência russa convergem nos Jogos Olímpicos de Paris 2024”. O primeiro registro de atividade russa teria acontecido em junho do ano passado, quando um perfil de nome Storm-1679, supostamente ligado às autoridades russas, publicou um documentário chamado “As Olimpíadas falharam” (em tradução livre) no Telegram.

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O vídeo possui o logo da Netflix, usa matérias falsas atribuídas a jornais famosos, como BBC e Washington Post, e ainda conta com uma narração gerada por IA com a voz do ator das franquias Missão Impossível e Top Gun. Toda a narrativa é voltada a atacar o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a organização dos Jogos com o auxílio de “efeitos especiais gerados por computador”, segundo o relatório.

Outros ataques

O documento aponta outros casos de desinformação sobre os Jogos Olímpicos, dessa vez com o objetivo de espalhar o pânico para uma possível ameaça de atos terroristas durante o evento. 

Há uma série de vídeos com acusações falsas, como um relatório da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) sobre os riscos de segurança nas Olimpíadas e uma notícia falsa que informava que 24% dos ingressos foram devolvidos com medo das ameaças de violência.

Além disso, o MTAC cita que outros agentes ligados à Rússia teriam criado notícias falsas para atacar o governo francês e o presidente Emmanuel Macron — isso tem relação com a guerra entre Rússia e Ucrânia, visto que Macron é um dos políticos mais incisivos sobre a defesa dos ucranianos e já sugeriu enviar tropas francesas ao conflito.

A Embaixada da Rússia na França não comentou o relatório da Microsoft, mas publicou uma nota sobre para condenar uma campanha de declarações “russofóbicas” da imprensa francesa. No comunicado, o órgão disse que a Rússia  “nunca interferiu ou interfere nos assuntos internos da França” e ainda comentou que “o país tem outras prioridades mais importantes”.

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Rússia nas Olimpíadas

É importante reforçar que a federação russa não poderá ser representada durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 como forma de punição pela guerra na Ucrânia. No lugar disso, atletas russos e bielorrussos poderão competir individualmente sob uma bandeira neutra e inscrição de Atletas Neutros Individuais, mas estão banidos da cerimônia de abertura.

Algo parecido aconteceu nas Olimpíadas de Tóquio 2020, mas por motivos diferentes: na ocasião, a Rússia foi banida de grandes competições internacionais acusada de fraudar resultados de testes antidoping. Atletas e equipes que não tiveram relação comprovada com o escândalo puderam competir, mas sob a alcunha de “Comitê Olímpico Russo”.

Os Jogos Olímpicos de Paris começam no dia 26 de julho e a atividade russa contra o evento deve apenas aumentar, de acordo com o MTAC. O relatório da Microsoft reforça que o conteúdo malicioso pode ser expandido para mais idiomas, como inglês e alemão, deve usar IA generativa para alcançar o público e pode contar com bots automatizados em redes sociais.