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Pesquisadores criam IA que replica a si mesma com base na seleção natural

Por| 30 de Março de 2018 às 10h05

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YouTube/GKOM TISG
YouTube/GKOM TISG

Geralmente, o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial envolvem a contrução de camadas de uma rede neural e orientação de seu desenvolvimento por aprendizado de máquina, certo? Não para os pesquisadores Oscar Chang e Hod Lipson, da Universidade de Columbia, que recentemente publicaram um estudo entitulado "Neural network Quine", explicando como eles tiveram a proeza de construir um sistema de inteligência virtual auto-replicante.

Chang, em entrevista, afirmou: "A principal motivação aqui é que os agentes da Inteligência Artificial ​​são alimentados por deep learning, além de um mecanismo de auto-replicação que permite que a seleção natural darwiniana ocorra, de modo que uma população de agentes da IA ​​possa se aperfeiçoar simplesmente através da seleção natural - exatamente como ocorre na natureza."

Por meio do que as inteligências artificiais fazem de melhor, que é a análise de dados em busca de padrões, essas redes neurais auto-replicantes podem se aperfeiçoar de milhões de formas distintas. Criando novas versões de si mesma, essa IA pode determinar seu próprio crescimento, prevendo como ela será no futuro, após aprender novas informações.

Claro que isso nos leva diretamente ao maior medo que o debate sobre as IAs traz: a possibilidade de, com a replicação de si mesma, a mente robótica passar a se tornar resistente ao domínio humano. Ao menos em teoria, humanos poderiam falhar em excluir todo o programa, que poderia armazenar a si mesmo em uma nuvem segura, trazendo todo o sistema de volta à rede em questão de segundos.

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Entretanto, os pesquisadores garantem que não há razões para temer uma revolta ciborgue. Até porque, o desempenho do sistema capaz de auto-replicação é curiosamente mais baixo que os das IAs tradicionais. Em tarefas como reconhecimentos de imagem, as inteligências tradicionais conseguem resultados próximos de 100%, enquanto o sistema de IA capaz de auto-réplica apresenta rendimento cerca de 10% menor.

Sobre isso, Chang comentou: "Não está totalmente claro por que isso acontece. Mas notamos que isso é semelhante ao balanço feito entre a reprodução e outras tarefas na natureza. Por exemplo, nossos hormônios nos ajudam a nos adaptar ao nosso ambiente e em tempos de escassez de alimentos, nosso impulso sexual é regulado para priorizar a sobrevivência sobre a reprodução".

Ainda há muito trabalho para ser feito antes que esse modelo de IA esteja pronto para o uso, com certeza. Os estudos da dupla de Columbia estão apenas começando. Mas dá um frio na barriga imaginar um futuro onde as inteligências artificiais têm o poder de criar outras inteligências artificiais e aprimorá-las para melhor se adaptar às regras do jogo que nós também jogamos, não é mesmo?

Fonte: The Next Web