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Inteligência artificial não é novidade, mas está mais atual do que nunca

Por| 18 de Setembro de 2019 às 09h20

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Inteligência artificial não é novidade, mas está mais atual do que nunca
Inteligência artificial não é novidade, mas está mais atual do que nunca

Não há uma simples definição para IA (inteligência artificial). Até porque o homem não conhece a própria inteligência. A neurociência está ainda engatinhando nas descobertas de como o cérebro humano funciona. À medida que evoluímos nesses estudos certamente poderemos avançar na criação de uma IA mais generalista agregando-lhe componentes que possam torná-la mais próxima do sonho de dar à máquina a capacidade de imitar o comportamento da inteligência humana.

Em 1955 um grupo de pesquisadores da Darmouth University buscava uma forma de ensinar a máquina a usar a linguagem, formas abstratas e conceitos para resolver problemas até então reservados aos humanos e aprender com eles. Foi quando o termo IA foi criado. O tema é tão excitante e novo que é amplamente discutido na comunidade acadêmica até os dias de hoje.

Porém a inteligência humana não se limita ao uso de cérebro e corpo. Nosso aprendizado é construído ao longo de nossas vidas através das experiências e a intensidade das emoções vivenciadas criando memórias que serão acessadas quando delas precisarmos. E grande parte deste aprendizado acontece na presença de outras pessoas, o que nos faz refletir que a empatia (se colocar no lugar do outro) é um importante componente nos processos colaborativos para a resolução dos problemas onde a multidisciplinariedade desempenha um papel enriquecedor.

O principal objetivo da IA é fazer com que as máquinas exerçam funções que, se executadas por um ser humano, seriam consideradas inteligentes. Envolve capacidade de raciocínio, aplicação de regras lógicas para chegar a uma conclusão, aprendizagem, reconhecimento de padrões visuais, sensoriais, de comportamento e inferência, a capacidade de aplicar o raciocínio nas situações do nosso cotidiano.

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A intenção nunca foi substituir o homem, mas sim dar a ele mais tempo para atividades que lhe proporcionem qualidade de vida, eliminando ou agilizando tarefas repetitivas. Até porque como é o homem que ensina a máquina, ele terá que se desenvolver ainda mais em áreas que a máquina não conseguirá aprender sozinha. Fazer conexões em domínios aparentemente não relacionados. Usar criatividade e aperfeiçoar sua capacidade de transferir conhecimento de um contexto para outro.

Uma das primeiras e mais antigas aplicações de IA se deu na previsão do tempo. Com base num grande número de dados anteriores e previsões de especialistas, era possível pedir para o computador tirar conclusões com métodos semelhantes aos dos profissionais. Logo, percebeu-se que quanto mais específico fosse o tema, mais fácil era criar sistemas inteligentes. Quanto mais genérico, mais complicado. Porém, não havia dados, nem capacidades de armazenamento e processamento suficientes para criar modelos e fazer as inferências necessárias.

O avanço tecnológico nos traz de volta ao começo dessa discussão e o porquê de a Inteligência Artificial estar em seu auge. Hoje, vivemos em uma realidade repleta de dados (big data/datacenters) e poder computacional (servidores e processadores modernos). O que era um impeditivo no passado, não é mais. Já sabemos como criar modelos e contamos com grande avanço em técnicas de modelagem/IA, como machine learning e redes neurais.

Dentro desse escopo, vale destacar ainda duas vertentes tecnológicas: Processamento de Linguagem (NLP - Natural Language Processing) e Computação Visual (VC – Visual Computing). NPL é o processamento de geração e compreensão automática da linguagem natural, tanto falada quanto escrita, e tem nos assistentes pessoais uma manifestação clara desses avanços. Já a Computação Visual é o reconhecimento de imagens, que permite, por exemplo, detectar características ou condições de saúde por meio de formas até mais precisas do que um médico.

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Tudo se baseia em enormes bancos de dados. Amostras de textos e vozes, no caso de NLP, e de imagens, no caso da Computação Visual, muito bem catalogados e interpretados que, somados a um algoritmo capaz de identificar relações e padrões entres os dados, classificam e criam modelos.

Importante destacar ainda que IA utiliza pouco ou nada de lógica binária tradicional. Ou seja, ao invés de simplesmente responder “verdadeiro” ou “falso” para uma imagem, a IA se fundamenta em uma lógica difusa, em que há muito mais opções. Assim, uma resposta viável ao analisar uma imagem de um cachorro, por exemplo, seria: “há 86% de chance de ser um Pastor Alemão”.

Se analisados segmentos específicos de mercado, podemos destacar alguns exemplos práticos. Na área financeira/contabilidade, a IA permite detectar desvios e erros, identificar operações suspeitas de uso de cartão de crédito e desvio de dinheiro/corrupção. No varejo, os EUA já utilizam câmeras para detectar itens que precisam ser repostos nas prateleiras e até mesmo coisas fora do lugar. Nas escolas, a Microsoft já oferece um sistema para prever se um aluno desistirá do Ensino Médio com base em notas, frequência e histórico familiar. Na saúde, a Google consegue mapear uma série de questões, além de idade, gênero e hábitos, apenas com uma imagem da retina.

Já a Positivo Tecnologia desenvolveu no Brasil um sistema de Indoor Positioning System chamado “Schood”, que detecta a rotina do aluno dentro da escola, faz chamada automática (combinando IoT e IA, o que chamamos de IAoT) e avisa o estudante quando seu pai está prestes a chegar para buscá-lo. Essas e outras ações fazem parte de um trabalho que a Positivo Tecnologia realiza há 30 anos para democratizar a tecnologia e oferecer dispositivos cada vez mais inteligentes. Recentemente, inclusive, lançou a Positivo Casa Inteligente, uma plataforma de soluções de IoT que, entre outras funções, é capaz de avisar o usuário via celular se há algum movimento estranho em sua casa.

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Todos esses exemplos mostram que não estamos no começo da trajetória da IA, mas também estamos longe do fim. A Inteligência Artificial vai invadir de vez todas as indústrias e logo chegará com força à sua próxima fase: a computação afetiva, quando o sonho é fazer a máquina entender e até porque não, expressar sentimentos.

*Marielva Andrade Dias é vice-presidente de Governo e Corporativo Grandes Contas da Positivo Tecnologia. Roger Finger é gerente de Projetos Estratégicos e Inovação da Positivo Tecnologia