IA e robótica podem ajudar humanidade a colonizar Marte sem precisar de humanos
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

A corrida espacial para chegar a Marte ganhou um novo aliado: a inteligência artificial (IA) combinada com robótica avançada. Antes mesmo de uma tripulação humana pisar no planeta vermelho, será possível enviar astronautas artificiais, androides capazes de suportar os desafios extremos do espaço e de realizar missões de exploração de forma autônoma.
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Esses “astronautas sintéticos” seriam androides projetados com características físicas semelhantes às humanas, mas equipados com inteligência artificial. Diferente de robôs tradicionais, eles teriam mobilidade, destreza e tomada de decisão comparáveis (ou até superiores) às de pessoas.
Uma das principais vantagens é que não necessitam de oxigênio, comida, água ou sistemas complexos de suporte à vida. Isso reduziria significativamente os custos e a complexidade das missões, além de permitir atividades como caminhadas espaciais sem riscos biológicos.
A evolução para super astronautas
Com o avanço esperado da inteligência artificial nas próximas décadas, surge a possibilidade dos chamados super astronautas artificiais, androides que seriam equipados com IA e capazes de tomar decisões complexas em ambientes desconhecidos e de conduzir missões interestelares para além de Marte, como em Titã, lua de Saturno, ou até em exoplanetas.
Nesse cenário, naves poderiam transportar apenas esses seres artificiais junto com amostras de DNA humano, preservando a herança genética da humanidade em outros mundos sem a necessidade de enviar gerações de tripulantes humanos.
A chegada de IA e robótica avançada faz cientistas e agências espaciais repensarem o planejamento das futuras missões. Em vez de preparar apenas tecnologias de suporte à vida para astronautas humanos, será preciso considerar a presença de androides autônomos como tripulantes oficiais.
A projeção é que os próximos anos podem marcar o início de uma nova era na exploração espacial marcada pela colaboração entre humanos e máquinas. Missões mistas, compostas por astronautas humanos e artificiais, podem acelerar o processo de colonização de Marte.
O interesse de Elon Musk e da SpaceX
Elon Musk compartilha essa visão. Sua empresa SpaceX planeja lançar, já nos próximos anos, frotas da nave Starship carregando robôs humanoides da Tesla, conhecidos como Optimus, para testar a exploração inicial em Marte. "Starship parte para Marte no final do próximo ano, levando o Optimus. Se esses pousos correrem bem, os pousos humanos poderão começar já em 2029, embora 2031 seja mais provável", escreveu ele, no X.
Para Musk, enviar robôs antes dos astronautas é uma estratégia eficiente por permitir avaliar riscos, preparar infraestrutura e validar tecnologias em um ambiente hostil sem colocar vidas humanas em perigo.
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Fonte: Space