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IA com mais autonomia: o que são agentes de fronteira?

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Reprodução/Freepik
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Os agentes de fronteira são a nova aposta para automatizar tarefas complexas do dia a dia. A tecnologia se concentra em agentes de IA que operam sem intervenção humana e “sem parar”, com controles para revisar as ações propostas pela ferramenta.

A seguir, tire as seguintes dúvidas:

  • O que são agentes de fronteira?
  • Como funcionam os agentes de fronteira
  • Qual é a diferença entre os agentes?
  • Agentes de fronteira na prática
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O que são agentes de fronteira?

Agentes de fronteira são uma evolução dos agentes de IA para realizar múltiplas tarefas complexas simultaneamente, sem interação do usuário, que busca solucionar as seguintes lacunas:

  • Pouca autonomia: o agente executava uma tarefa, encerrava e esperava a próxima instrução, sem completar jornadas mais longas;
  • Tempo de execução limitado: o agente rodava por um período curto e parava, o que não atendia problemas que exigem horas ou dias de processamento;
  • Ausência de aprendizado contínuo: ao encerrar uma sessão, o modelo “esquecia” o que havia feito e recomeçava do zero na tarefa seguinte.

Além de oferecer mais autonomia e escalabilidade, o usuário possui controle para aprovar ou não os ajustes sugeridos pelo agente.

Como funcionam os agentes de fronteira

Conforme observou o head de arquitetura da AWS Brasil, Luís Liguori, ao Canaltech, um agente é um modelo autônomo que combina um “cérebro” (modelo de linguagem) com “braços e pernas” (capacidade de tomar ações em sistemas reais).

Neste caso, os agentes de fronteira conduzem jornadas completas, mantêm contexto por mais tempo, registram o histórico do que foi feito e usam a memória ampliada para tomar decisões mais coerentes ao longo de todo o fluxo.

A solução roda em ambientes mais robustos, com suporte a execuções longas e paralelas, e se apoiam em camadas de memória capazes de armazenar tanto o estado atual da tarefa quanto aprendizados de sessões anteriores.

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Ao mesmo tempo, o funcionamento dos agentes de fronteira é cercado por mecanismos de controle. Além das políticas, que definem o que o agente pode ou não fazer, os usuários conseguem aprovar as decisões propostas antes de serem aplicadas de fato.

Qual é a diferença entre os agentes?

A principal diferença entre as duas abordagens está na escala de autonomia:

  • Agentes “tradicionais”: executam tarefas pontuais, dependem de interação humana frequente para avançar e têm pouca capacidade de manter contexto ao longo do tempo;
  • Agentes de fronteira: lidam com longas jornadas, contam com mais memória e possuem capacidade de execução maior, sem interação humana.
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Ou seja, em vez de operar apenas como “executores de comandos”, os “frontier models”, como são chamados em inglês, funcionam como um sistema capaz de planejar, agir, revisar e continuar trabalhando por dias, semanas e mais.

Outra distinção central é a capacidade de aprendizado contínuo. Com a nova abordagem, a combinação entre o tempo maior de execução e a capacidade de memória ampliada memória permite acumular histórico, correlacionar eventos e aplicar aprendizados de sessões anteriores.

Agentes de fronteira na prática

Para explicar o funcionamento e a diferenças entre cada tipo de agente, a líder de gestões de soluções para clientes para AWS Brasil, Fernanda Spinardi, utilizou a plataforma de desenvolvimento de software Kiro como exemplo.

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O Kiro funciona como um ambiente de desenvolvimento integrado conversacional: foi desenhado para devs, mas também permite que pessoas sem formação técnica criem aplicativos por meio de uma interface em linguagem natural. Nesse modelo, o usuário responde perguntas, define checkpoints e valida cada etapa.

“Ele quebra a minha tarefa complexa em várias tarefas, vai pensando em como vai resolver cada uma delas, começa a fazer essa execução, mas vai interagindo comigo”, explica ao CT.

Com o modelo de fronteira, o agente consegue “caminhar” sozinho entre as etapas. Em vez de interromper o fluxo para solicitar novas instruções do usuário, ele infere mais decisões a partir do contexto e reaproveita os aprendizados para seguir adiante.

“Não é que não era autônomo e agora virou”, observou Spinardi. “Estamos ampliando a escala de autonomia para que os agentes possam cada vez mais tomar essas ações de forma controlada, mantendo a visibilidade do processo, sem precisar confirmar a todo momento.”

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