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Homem casado com holograma não consegue falar com "esposa" por falha no sistema

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 28 de Abril de 2022 às 18h10

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Akihiko Kondo/Instagram
Akihiko Kondo/Instagram

Um homem japonês de 38 anos que se casou com uma representação holográfica de Hatsume Miku, em 2018, agora está separado do seu amor devido a uma falha de software. Akihiko Kondo decidiu se unir em matrimônio com a popular estrela virtual, protagonista de dezenas de jogos musicais que já até abriu show de Lady Gaga.

Segundo o jornal japonês The Mainichi, o casal começou a ter "problemas conjugais" há pouco tempo, todos relacionados a bugs no holograma — não houve brigas nem incompatibilidades. A startup que criou a réplica disse que esta era modelo de produção limitado de Hatsume Miku, por isso foi descontinuada em março de 2020.

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A máquina usada para reproduzir o holograma é chamada Gatebox e custa cerca de US$ 1,3 mil (mais de R$ 6,4 mil). Ela permite que o usuário interaja com personagens fictícios e conversem com eles, graças ao somatório de técnicas de realidade aumentada e inteligência artificial.

A empresa criadora do Gatebox anunciou, ainda durante a pandemia, que descontinuaria o serviço virtual de Miku, mas ela continuou a funcionar por algum tempo. Um dia, quando Kondo chegou em casa, em vez de ser calorosamente recepcionado por seu amor, se deparou com um erro de rede que nunca foi solucionado.

Em entrevista para o jornal New York Times, o japonês diz que seu amor não mudou nada. "Realizei a cerimônia de casamento porque pensei que poderia ficar com ela para sempre”, explica o agora desolado marido.

Um casamento de verdade

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Além do custo do aparelho, Kondo gastou cerca de US$ 17,3 mil (mais de R$ 85 mil) em uma cerimônia de casamento com o avatar digital. Isso ocorreu cerca de dois anos antes do início da pandemia, portanto os pombinhos puderam desfrutar de um bom tempo de amor tridimensional, separado apenas por um pequeno cilindro de vidro.

Existe um termo denominado para classificar quem se casa com personagens que não existem de verdade: fictossexuais. Essas pessoas obviamente não podem se casar legalmente, porque o parceiro não é real, mas vivem em união conjugal graças à IA e outros recursos técnicos.

Hatsume Miku é uma vocaloid criada por um software permite aos usuários sintetizarem vozes para cantar músicas a partir de letras e melodia. Esses personagens são resultantes de derivações de vozes gravadas por cantores ou atores. Miku é talvez a vocaloid mais popular de todas, pois conta com dezenas de games e uma base de fãs apaixonados (não tanto quanto Kondo, é claro).

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Kondo garante que foi Miku quem deu a ele forças para voltar ao trabalho e reiniciar uma vida social após momentos difíceis na sua vida, quando era rejeitado por mulheres de carne e osso. "“Fiquei no meu quarto 24 horas por dia e assisti a vídeos de Miku o tempo todo”, explicou ao jornal japonês.

Troca por uma boneca

Sem a inteligência artificial para conversar, a solução encontrada pelo marido foi se relacionar com uma boneca em tamanho real. Obviamente que a experiência não é a mesma, mas ainda permite que eles possam se sentar juntos à mesa para tomar chá ou prender os cabelos azuis da vocaloid.

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Apesar do final triste, o caso inusitado deu fama para Kondo, que hoje estuda Direito e é palestrante para falar sobre seu caso de amor. Ele é defensor dos fictossexuais e acredita que sua experiência ajudou muita gente a se assumir.

Ainda não se sabe se os pombinhos vão se reencontrar algum dia novamente. A empresa até agora não se pronunciou sobre um possível relançamento, mas outras startups podem se solidarizar com o drama e investir em uma produção similar.

Fonte: The Mainichi, New York Times