Com avanço da Meta para a superinteligência, público não terá a IA mais poderosa
Por João Melo • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

Os avanços da Meta em direção ao objetivo de alcançar a superinteligência artificial (ASI) podem fazer com que o público geral não tenha acesso aos modelos de inteligência artificial (IA) mais poderosos.
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A ASI é considerada o estágio mais avançado do desenvolvimento da inteligência artificial. Nesse nível, os sistemas seriam capazes de se aprimorar de forma autônoma, sem a intervenção humana, e ultrapassariam as habilidades cognitivas dos seres humanos. Por isso, costuma ser vista como o próximo passo na evolução da IA.
Contudo, em uma carta divulgada no final de julho, Mark Zuckerberg — CEO da Meta — ressaltou que, diante do potencial transformador da tecnologia, a ASI pode não ser liberada de forma ampla, mesmo em código aberto.
“Acreditamos que os benefícios da superinteligência devem ser compartilhados com o mundo o mais amplamente possível. Dito isso, a superinteligência levantará novas preocupações de segurança. Precisaremos ser rigorosos na mitigação desses riscos e cuidadosos com o que escolhemos para código aberto”, escreveu Zuckerberg.
Atualmente, os modelos de IA existentes — ainda considerados em fases iniciais de desenvolvimento — têm capacidades limitadas. Eles superam os humanos apenas em tarefas específicas, como análise de grandes volumes de dados ou jogos estratégicos, mas não apresentam desempenho superior em múltiplas áreas simultaneamente.
Antes de atingir o estágio da superinteligência, pesquisadores entendem que será necessário passar por uma etapa intermediária, a chamada inteligência artificial geral (AGI, na sigla em inglês).
O que é inteligência artificial geral?
A inteligência artificial geral refere-se a sistemas capazes de compreender, aprender e se adaptar de forma semelhante ao cérebro humano. Nessa fase, a IA teria potencial para realizar praticamente qualquer tarefa intelectual desempenhada por pessoas.
Isso implicaria não apenas a execução de atividades específicas, mas também a capacidade de transferir aprendizados entre diferentes contextos e até de se autoaperfeiçoar. Alguns especialistas especulam que, nesse estágio, os modelos poderiam editar parte do próprio código ou criar novos algoritmos para melhorar seu desempenho ao longo do tempo.
Conceito de singularidade tecnológica
Pesquisadores chamam de singularidade tecnológica o ponto hipotético em que a inteligência das máquinas igualaria ou ultrapassaria as habilidades humanas. Nesse cenário, os sistemas de IA poderiam criar versões mais avançadas de si mesmos e operar com maior autonomia, potencialmente tomando decisões sem supervisão direta.
“Parece claro que, nos próximos anos, a IA aprimorará todos os nossos sistemas existentes e permitirá a criação e a descoberta de coisas novas que hoje são inimagináveis. Mas ainda não se sabe para onde direcionaremos a tecnologia”, destacou Mark Zuckerberg.
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Fonte: Meta; Live Science