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Cientistas criam IA capaz de digitar no celular feito um ser humano

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 13 de Maio de 2021 às 16h30

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Reprodução/Aalto University
Reprodução/Aalto University

Não é todo mundo que gosta de telas sensíveis ao toque: elas são mais difíceis de digitar, geralmente menores e, em alguns casos, menos precisas do que um teclado físico. É um processo que envolve tato, visão e concentração, além de bastante prática.

Pesquisadores da Universidade Aalto, dos EUA, e do Centro Finlandês de Inteligência Artificial (FCAI) criaram um modelo de inteligência artificial capaz de identificar como as pessoas digitam em seus celulares. O processo mapeia o movimento dos olhos para reproduzir em forma de toque na tela.

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A IA consegue simular qualquer frase digitada, mesmo em modelos diferentes de teclado virtual. Quando comete erros, ela retorna e apaga o que foi escrito. Na simulação feita pelos estudiosos, a tecnologia foi submetida a condições diferentes de exposição, como um novo layout de teclado ou mudanças no sistema de autocorreção de palavras.

"Anteriormente, a digitação na tela sensível ao toque era entendida principalmente pela perspectiva de como nossos dedos se movem. Os métodos baseados em IA ajudaram a lançar uma nova luz sobre esses movimentos: o que descobrimos é a importância de decidir quando e para onde olhar, poder fazer previsões muito melhores sobre como as pessoas digitam em seus telefones ou tablets ", explica Jussi Jokinen, estudioso que liderou o trabalho.

Veja como funciona:

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Usos práticos da ferramenta

Um dos maiores empecilhos para a maioria das pessoas é conseguir digitar rápido e correto. O estudo pode ajudar os desenvolvedores de software a produzir teclados mais otimizados, que aprimorem o design e a posição das teclas ou minimizem os erros.

Em um cenário mais avançado ainda, essa inteligência artificial pode subsidiar a criação de soluções alternativas baseadas na visão para quem não dispõe dos dedos para usar celulares. Isso porque, além de prever uma digitação comum, a criação leva em conta diferentes tipos de perfis com deficiência motora, intelectual e física.

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Para aqueles que não enfrentam limitações, o recurso pode estabelecer estilos pessoais de escrita e deduzir as palavras de forma mais aprimorada. Por exemplo: se a pessoa costuma escrever um termo de forma errada, a inteligência já corrigiria automaticamente aquilo ou sugeriria um sinônimo.

Evolução a partir da datilografia

Essa nova abordagem é resultado de uma pesquisa anterior do mesmo grupo, focada na forma como as pessoas digitam em teclados físicos. Foi quando eles compreenderam que essa abordagem não daria certo no caso dos celulares, pois é necessário fixar o olhar na tela — diferentemente do teclado de computador, no qual muita gente consegue digitar sem olhar para baixo.

Na pesquisa inicial, os cientistas conseguiram com que um robô datilografasse um texto como um humano faria. Tudo isso graças a um avançado sistema de aprendizado de máquina que mapeava a repetição dos erros para corrigi-los. Depois de muitas palavras erradas, a máquina começou a aprender a forma correta — e a consertar o que estivesse fora do padrão.

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A junção do modelo de digitação física e digital pode gerar um sistema único de escrita humana. E é nisso que a equipe finlandesa deve trabalhar a partir de agora. O objetivo é projetar módulos de aprendizagem para pessoas que precisam melhorar sua datilografia.

Seria a IA capaz de substituir seres humanos em serviços rotineiros de digitação?

Fonte: Aalto University