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Worldcoin: como a iniciativa usa a íris para criar um documento único

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Prostock-studio/Envato
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O uso de dados biométricos já é parte da nossa rotina, como o reconhecimento facial do celular ou o uso da impressão digital em catracas. Dando um passo além nesse tipo de identificação que está bem distante de uma tradicional assinatura, a iniciativa Worldcoin busca usar a biometria da íris para a criação de uma identidade digital única, o World ID.

O projeto que usa a íris como forma de identificação individual foi lançado oficialmente na semana passada e está associado com a criação de uma criptomoeda. Inclusive, quem topar ser escaneado recebe 25 tokens da WorldCoin (WLD). Com a cotação de US$ 2,33 nesta terça-feira (1), o usuário recebe algo próximo de 280 reais. No passado, eles já tiveram problemas com o não pagamento.

Até agora, mais de 2,1 milhões de pessoas realizaram o escaneamento de íris, com mais de 550 mil novos registros na última semana. No momento, 34 países já receberam os equipamentos, conhecidos pelo nome de Orb.

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Diferenciando seres humanos de IAs

Por trás do projeto Worldcoin, está a empresa Tools for Humanity, que tem como presidente e co-fundador Samuel Altman. Por sua vez, este é o CEO da OpenAI e criador do ChatGPT. Isso não é um mero detalhe.

Com o World ID, está o desejo de criar uma ferramenta capaz de distinguir seres humanos de robôs dotados com Inteligência Artificial generativa, prevendo aplicações para o próprio ChatGPT. Para Altman e os seus parceiros, a criação de uma nova forma de verificação digital é fundamental com a ascensão da IA. E a resposta para isso está na íris.

Por que usar a íris como biometria?

"Nossa pesquisa mostrou que o escaneamento de íris oferece a biometria mais precisa, com uma experiência de usuário aceitável, que foi testada com sucesso em larga escala", justifica iniciativa sobre o porquê da escolha, em artigo. Além disso, este é um dado biométrico considerado bastante seguro e com uma riqueza de nuances para a checagem, bem mais do que as digitais dos polegares.

Por isso, a validação pode se estender para os 4,4 bilhões de humanos que ocupam o planeta, ainda mais considerando que o padrão da íris é individual e esses padrões são muito difíceis de falsificar. Inclusive, eles poderiam substituir o nome completo de um indivíduo, como os responsáveis pela iniciativa propõem.

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Como é o escaneamento da íris para o World ID?

Sem encontrar modelos prontos no mercado que atendessem a suas demandas, a iniciativa desenvolveu o próprio dispositivo de imagem biométrica. Segundo os inventores, o primeiro objetivo do equipamento apelidado de Orb é identificar se aquela pessoa é real e está viva. Para esta função, conta com uma "variedade de sensores de câmera e modelos de aprendizado de máquina que analisam recursos faciais e de íris".

Em seguida, o Orb tira um conjunto de fotos da íris do indivíduo e estas imagens são analisadas por modelos de aprendizado de máquina e outras técnicas de visão computacional. No fim desse processo, um código único é gerado para identificar o usuário. "É uma representação numérica das características mais importantes do padrão de íris de um indivíduo", afirma.

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Por dentro do Orb

Como já mencionado, o aparelho responsável por toda a validação de um indivíduo e pela criação do registro, é o Orb. Produzido na Alemanha, o equipamento lembra as dimensões de um bola de boliche prateada, só que mais leve, pesando cerca de 2 kg. Há um visor preto — onde estão concentradas as duas câmeras e os outros sensores. Para realizar o escaneamento, a pessoa precisa estar posicionada na frente do dispositivo.

A seguir, veja como ocorre o escaneamento, feito em cerca de 2 minutos, em vídeo gravado em Dubai:

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Imagens da íris não são salvas

Segundo os responsáveis pela iniciativa, as imagens coletadas pelo Orb são usadas exclusivamente para gerar um código de íris exclusivo, sendo excluídas após o processo. A exceção são pessoas que optam pela custódia de dados, o que eliminará a necessidade de checagens futuras, conforme a tecnologia de escaneamento avance. O que fica, realmente, registrado é o World ID, protegido por blockchain.

“É importante ressaltar que a Worldcoin Foundation e seu colaborador inicial Tools for Humanity não vendem e nunca venderão os dados pessoais de ninguém, incluindo os dados biométricos”, pontua a iniciativa. Só não está claro, se uma vez escaneado, a pessoa pode se desfazer de seu World ID.

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Fonte: Worldcoin