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Empresa oferece criptomoedas em troca de escanear retina, mas ninguém é pago

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 12 de Abril de 2022 às 12h12

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Reprodução/Worldcoin
Reprodução/Worldcoin

Uma startup chamada Worldcoin decidiu oferecer US$ 20 (cerca de R$ 90) em criptomoedas para usuários que permitissem o escaneamento de sua retina. O objetivo era recolher dados biométricos para uso desconhecido, embora a empresa dissesse que só queria fornecer dinheiro digital para todos.

A Worldcoin prometeu impulsionar a revolução global das criptomoedas com um plano audacioso de alcançar as 7,9 bilhões de pessoas na Terra. A promessa era de que essa moeda poderia se valorizar em pelo menos 500% e deixar muita gente bem de vida. O problema é que isso já faz quase um ano e até agora ninguém sabe o paradeiro da empresa ou do dinheiro em cripto prometido.

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Segundo o BuzzFeed News, a tática teria sido adotada em países da África, Ásia e Américas e com estandes de coleta de dados montados principalmente em shoppings. Funcionários usavam um orbe esférico de prata para escanear as retinas, aparentemente sem nenhuma preocupação de como essas informações seriam utilizadas.

Como funciona

O escaneamento dos olhos seria uma forma de identificar cada pessoa para evitar pagamento em duplicidade. A moeda sequer foi lançada e a empresa já enfrenta processos, inclusive de funcionários, que a acusam de montar um imenso banco de dados biométrico para uso em serviços de autenticação em blockchains, uma espécie de captcha para a Web3.

Um cliente que foi vítima disse ter ficado tão irritado que chegou a ser grosseiro com os repórteres do BuzzFeed por pensar que eles fossem funcionários da empresa. Disse que eles eram ladrões que roubaram o seu dinheiro.

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Certamente, a empresa que conduziu esse experimento tentou tirar vantagem de pessoas menos favorecidas. A escolha de locais movimentados em locais com pessoas com baixo poder aquisitivo foi parte da estratégia — um tanto racista — para coletar dados de voluntários iludidos.

Na maioria dos países, é proibido exportar ou vender dados biométricos das pessoas, mas isso não é empecilho para criminosos. Ainda não está claro para qual seria o propósito real da coleta, mas as autoridades globais certamente ficarão de olho para evitar que a Worldcoin ou similares continuem a extrair informações biométricas de pessoas sem explicar abertamente qual o uso.

Fonte: Buzzfeed News