"Raio de Ferro": conheça o laser que Israel usa para derrubar drones e mísseis
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller | •

O "Iron Beam" — ou Raio de Ferro, em tradução — é o novo sistema de defesa de Israel baseado em feixes de laser de alta potência. O objetivo é interceptar mísseis, foguetes, drones e outros alvos aéreos com precisão e rapidez, usando apenas luz como munição.
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De acordo com a agência de notícias russa Tass, a tecnologia foi usada pela primeira vez em um combate durante ataques do Irã, que acontecem desde o dia 13 de junho.
O governo israelense, no entanto, ainda não confirmou oficialmente o uso do Raio de Ferro para defesa neste conflito.
Como o Raio de Ferro funciona?
O sistema usa um laser de alta energia, com potência de até 100 kW, capaz de neutralizar ameaças a até 10 km de distância.
O disparo é feito por um feixe de luz com o diâmetro aproximado de uma moeda — de acordo com o governo israelense —, que atravessa a atmosfera e atinge o alvo com precisão.
O disparo é direcionado por GPS e controlado por um sistema de monitoramento que acompanha o trajeto dos objetos no ar.
O Raio de Ferro pode operar em versões fixas, montadas em bases, ou móveis, acopladas em caminhões e veículos blindados.
Mais barato
Um dos principais diferenciais do Raio de Ferro está no custo por disparo. Por usar apenas energia elétrica ou baterias, o sistema praticamente zera os gastos por interceptação.
Em comparação, cada míssil usado no Domo de Ferro — sistema de defesa israelense mais utilizado para interceptar ataques iranianos — pode custar entre US$ 40 mil e US$ 80 mil.
Outro ponto positivo é que, por se tratar de luz, o disparo não sofre interferência de fatores como vento, temperatura ou densidade das nuvens.
O sistema também não depende de estoque de munições, o que reduz o impacto logístico e torna a operação mais simples e rápida.
Segundo o fabricante da tecnologia, além de ser bem mais barato, o Raio de Ferro também é relativamente mais seguro, e “causa danos colaterais mínimos. Já os sistemas mais tradicionais são mais propensos a danos.
Em contrapartida, o sistema ainda não foi testado em situações reais de combate — apesar de a agência russa afirmar que o Raio de Ferro foi utilizado, Israel ainda não confirmou a informação.
Uma das limitações para o uso em larga escala é seu alcance. Segundo informações, ele chega a apenas 10 km — o que é considerado baixo para o uso durante uma guerra, pois limita consideravelmente a cobertura defensiva.
Além disso, o uso exclusivo de eletricidade ou baterias pode ser um desafio em longas operações, especialmente em áreas sem infraestrutura adequada para recarga.
A ideia é que o Raio de Ferro seja usado como uma tecnologia complementar, para operar em conjunto com outros sistemas mais consolidados, como o Domo de Ferro.
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