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Microalgas alimentadas com borra de café produzem biodiesel de alta qualidade

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 04 de Novembro de 2022 às 17h35

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Farknot/Envato
Farknot/Envato

Pesquisadores da Universidade de Aston, no Reino Unido, desenvolveram um novo sistema de cultivo sustentável que utiliza borra de café para alimentar as microalgas usadas na produção de biodiesel de alta qualidade e com baixíssima emissão de poluentes.

Segundo os cientistas, esse método reaproveita os restos de café que normalmente iriam para o lixo ou aterros sanitários, transformando esse material em um alimento extremamente nutritivo para o crescimento de algas da espécie Chlorella Vulgaris — microalgas verdes unicelulares ricas em proteínas.

“Apenas no Reino Unido, cerca de 98 milhões de xícaras de café são consumidas todos os dias, contribuindo para uma enorme quantidade de borra de café, que acaba sendo processada como lixo comum”, explica a professora de engenharia química Vesna Najdanovic, autora principal do estudo.

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Prato cheio para as algas

A equipe da professora Najdanovic descobriu que o material que sobra nos filtros após o processo de extração do café em pó é capaz de fornecer todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento natural das microalgas, além de proporcionar um ambiente ideal de crescimento.

Durante os testes realizados em laboratório, os pesquisadores conseguiram extrair um tipo aprimorado de biodiesel que produz menos poluentes nocivos à saúde, além de apresentar um bom desempenho para motores à combustão, atendendo às especificações de qualidade dos Estados Unidos e da Europa.

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“Nós percebemos que as microalgas não só gostavam de se alimentar dos restos de café, como também cresciam de maneira muito mais rápida e sustentável. Até agora, as algas eram cultivadas em materiais como espuma de poliuretano e nylon que não fornecem nenhum nutriente”, acrescenta Najdanovic.

Biodiesel de baixa emissão

Ao usar esse método de cultivo, o pesquisadores perceberam que as células das microalgas podem se desenvolver apenas com borra de café, ou seja, sem precisar de outros nutrientes externos para atingir a maturidade ideal para a produção de um biodiesel com baixa emissão de poluentes.

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Os cientistas também descobriram que expor as algas à luz durante 20 horas por dia e ao escuro por apenas quatro horas diárias, faz com que o biodiesel resultante possua uma qualidade comercial muito melhor, além de ser mais barato e fácil de produzir em escala industrial.

“O biodiesel de microalgas ligado à borra de café pode ser a escolha ideal para a comercialização de novas matérias-primas, evitando a competição com as culturas alimentares. Outra vantagem, é que o uso desse sistema pode diminuir o corte de palmeiras para extrair o óleo utilizado da produção convencional de biocombustível”, encerra a professora Vesna Najdanovic.