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Material 2D simula sinapses cerebrais em computadores comuns

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 31 de Janeiro de 2022 às 10h20

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iLexx/Envato
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Pesquisadores do Instituto Real de Tecnologia KTH, na Suécia, e da Universidade Stanford, nos EUA, desenvolveram um novo material 2D que pode ser usado em computadores comerciais para simular as sinapses do cérebro humano com uma eficiência jamais conseguida até hoje.

Eles utilizaram componentes de memória de acesso aleatório eletroquímico (ECRAM) fabricados com carboneto de titânio 2D. Em tese, esses computadores neuromórficos podem ser milhares de vezes mais rápidos e eficientes em termos de energia do que as máquinas utilizadas atualmente pela indústria.

"Esses avanços na computação são possíveis devido a algumas diferenças fundamentais da arquitetura clássica em uso hoje e do ECRAM, um componente que atua como uma espécie de célula sináptica em uma rede neural artificial", explica o professor de engenharia Max Hamedi, coautor do estudo.

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Substituto dos transistores

Em vez de usar transistores que estão ligados ou desligados — com as informações sendo transportadas entre o processador e a memória — esses novos computadores dependem de componentes que podem ter vários estados e realizar cálculos de computação dentro da própria memória.

Para melhorar a eficiência do dispositivo, os cientistas se concentraram na construção de um ECRAM no qual a comutação ocorresse inserindo íons em um canal de oxidação, em um processo semelhante ao que acontece no cérebro, que também trabalha com a distribuição e movimentação de íons.

“O material chave nas unidades ECRAM é conhecido como MXene — um composto bidimensional com apenas alguns átomos de espessura. O MXene combina a alta velocidade da química orgânica com a compatibilidade de integração de materiais inorgânicos em um único dispositivo” acrescenta Hamedi.

Memória MXene

Os compostos denominados MXene pertencem a uma família de materiais que combinam a estabilidade de temperatura necessária para a integração com eletrônicos convencionais com a disponibilidade de um vasto espaço de composição, que pode ser usado para otimizar o seu desempenho.

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Essa combinação entre as métricas de velocidade, linearidade, ruído de gravação, energia de comutação e resistência são essenciais para o desenvolvimento de uma aceleração paralela em redes neurais artificiais, capazes de trabalhar em altas frequências de maneira muito mais eficiente.

“Embora existam muitas outras barreiras a serem superadas antes que os consumidores possam comprar seus próprios computadores neuromórficos, os ECRAMs 2D representam um avanço extraordinário, possibilitando a fabricação de dispositivos portáteis capazes de tarefas de computação muito mais pesadas, sem precisar depender da nuvem”, conclui o professor Max Hamedi.

Fonte: KTH Royal Institute of Technology