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Hidrogênio em pó pode mudar o cenário na produção de energia renovável

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 29 de Agosto de 2022 às 18h10

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Reprodução/EAT
Reprodução/EAT

Pesquisadores da empresa EPRO Advance Technology (EAT), em Hong Kong, desenvolveram um novo método para armazenar e transportar hidrogênio de uma maneira mais segura e simples. Para não ter que usar tanques cheios do elemento na forma líquida, eles transformaram o hidrogênio em pó.

Segundo os cientistas, em vez de pegar o hidrogênio gasoso e o “prender” em forma de pó para depois liberá-lo durante um processo de aquecimento, o material batizado de Si+ é feito à base de silício e não requer nenhuma molécula de hidrogênio para ser produzido em grande escala.

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“O pó de Si+ pode ser feito usando uma fonte de energia renovável, bem como de silício de grau metalúrgico — obtido por meio da areia ou de painéis solares e eletrônicos reciclados triturados. Esse processo resulta em um pó de silício poroso que é completamente seguro e fácil de transportar”, explica a empresa em um comunicado à imprensa.

Pó de hidrogênio

Para obter um porção considerável de hidrogênio, é preciso apenas dissolver o pó Si+ em um pouco de água. Em uma faixa de temperatura ambiente que pode variar de 0 °C a 80 °C, o material começa a borbulhar, liberando o gás hidrogênio em seu estado mais puro.

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Outra vantagem desse sistema é que, além do gás hidrogênio, tudo o que sobra dessa reação é o dióxido de silício ou sílica — popularmente conhecida como areia — que pode ser utilizada na fabricação de concreto ou outros materiais amplamente usados na construção civil.

“O Si+ é tudo tem tudo o que é necessário para a produção do chamado hidrogênio verde pois, além de ser mais fácil e seguro de transportar e armazenar, ele não gera resíduos tóxicos durante seu processo de obtenção e requer apenas água para dar início a essa reação química”, acrescentam os pesquisadores da EAT.

Mais pesado

Uma das desvantagens é que o pó de Si+ pesa 7,4 vezes mais do que a quantidade de hidrogênio que ele pode gerar. No entanto, apesar de ser mais pesado, ele ocupa menos espaço do que os tanques criogênicos utilizados para transportar hidrogênio líquido.

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A empresa cita como exemplo o navio Suiso Frontier — o primeiro navio de transporte de hidrogênio do mundo — que pode levar 88,5 toneladas de hidrogênio resfriado. Segundo a EAT, nesse mesmo espaço, é possível transportar 33 contêineres cheios de pó de Si+, equivalente a quase 30 mil toneladas de hidrogênio.

“Ao utilizarmos o Si+, nós eliminamos a necessidade dos tanques criogênicos usados para comprimir o gás hidrogênio. Esses equipamentos são pesados, caros e perigosos de transportar, podendo representar um obstáculo muito difícil de superar na produção do hidrogênio verde. Com o material em pó, tudo se torna muito mais fácil e barato”, encerra a EAT.