Facebook desenvolve IA capaz de desprezar dados pouco úteis
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |

Sistemas de computador são formados com composições binárias que alternam entre os números 1 e 0. Esse modelo não faz distinções entre os bits e trata os dados da mesma forma, com o mesmo vigor de processamento, mas isso nem sempre é bom, porque algumas dessas informações já deveriam ter sido descartadas.
- Cientistas criam IA capaz de digitar no celular feito um ser humano
- Interface neural consegue transformar pensamentos em palavras escritas
- Empresa irmã do Google quer usar IA para tornar o futebol mais previsível
O Facebook pretende mudar esse cenário com o desenvolvimento de uma inteligência artificial que discrimina as fontes de informação e confere aos dados um “prazo de validade”. A tecnologia, chamada Expire-Span, foi projetada para ajudar redes neurais a armazenar e classificar os bits com base nas tarefas a eles atribuídas.
Para otimizar tudo, a IA estabelece quais informações serão mais úteis para a rede no contexto atual e por quanto tempo elas serão usadas. O que for mais relevante será guardado em um cantinho especial, o que não for será esquecido após certo tempo para liberar espaço de memória e poder de processamento para os dispositivos. Além disso, o aprendizado de máquina ajudará no aprimoramento deste mecanismo de distinção e isso trará mais eficácia para as rotinas.
Em uma analogia simplista: após abrir a fechadura da sua casa, você não fica perambulando com a chave o resto do dia para lá e para cá. Você abre a porta, entra, fecha o trinco e depois coloca a chave no aparador. Se você um computador as suas opções seriam: jogá-la fora, e não conseguir mais entrar ou sair de casa; ou ficar com a chave nas mãos pelo resto da vida (ou até que alguém a retirasse manualmente).
O desafio é transformar essas opções tão positivistas (1 ou 0, sim ou não) em algo mais inteligente. Inicialmente, os desenvolvedores tentaram contornar esses obstáculos com a compactação de dados menos úteis, de modo a ocupar menos espaço na memória. O problema desse processo repetido diversas vezes é a criação de uma infinidade de arquivos pequenos e inúteis, sem contar as possíveis versões “borradas” das informações, que podem se perder.
Com a Expire-Span, isso não ocorre porque não existe compactação e nem perda de dados usáveis. Embora ainda esteja nos estágios iniciais da pesquisa, os desenvolvedores estão bastante empolgados com essa novidade.“Como uma próxima etapa em nossa pesquisa em direção a sistemas de IA mais semelhantes aos humanos, estamos estudando como incorporar diferentes tipos de memórias em redes neurais”, escreveu a equipe de pesquisa.
Os planos envolvem desenvolver uma aproximação ainda maior da memória humana, mas capaz de aprender novas informações muito mais rápido do que a tecnologia atual permite.
Fonte: Facebook