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Descoberta possibilita a fabricação de painéis solares orgânicos mais eficientes

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 11 de Outubro de 2021 às 09h00

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Reprodução/University of Cambridge
Reprodução/University of Cambridge

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, identificaram um mecanismo que promete aumentar a eficiência energética das células solares orgânicas. Além disso, eles também descobriram uma forma de manipular as moléculas dentro dessas células, evitando a perda de corrente elétrica.

Células solares orgânicas são flexíveis, semitransparentes e muito mais baratas. A maleabilidade superior maior permite que elas sejam enroladas ao redor de prédios inteiros ou em projetos de iluminação interna, situações em que não é possível utilizar células fotovoltaicas comuns feitas de silício.

Os resultados obtidos em laboratório mostram que é possível tornar os painéis solares orgânicos tão competitivos quanto os equipamentos convencionais, fabricados com placas de silício, por um custo muito menor e com um processo de produção ambientalmente mais amigável.

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“As células solares orgânicas podem fazer muitas coisas que as células solares inorgânicas não podem, mas seu desenvolvimento comercial estagnou nos últimos anos devido à sua baixa eficiência. Uma célula solar de silício pode atingir eficiências entre 20% e 25%. Já as orgânicas não passam de 19% em condições de laboratório e variam entre 10% a 12% no mundo real”, diz o engenheiro Alexander Gillett, autor principal do estudo.

Células orgânicas

Os painéis orgânicos geram eletricidade seguindo um princípio parecido com o encontrado no processo de fotossíntese das plantas. Em vez de converter o dióxido de carbono e a água em glicose para se alimentarem, eles usam a luz solar para produzir energia por meio da excitação dos fótons.

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Elétrons excitados pela luz deixam um buraco na estrutura eletrônica do material, uma combinação conhecida como exciton. Quando a atração mútua entre o elétron carregado negativamente e o buraco carregado positivamente pode ser superada, é possível colher esses elétrons como uma corrente elétrica.

“O problema é que esses elétrons podem ser perdidos por meio de um processo chamado recombinação — em que os elétrons perdem sua energia ou estado de excitação”, explica Gillett. “Como há uma atração mais forte entre o elétron e o buraco nos materiais à base de carbono, as células orgânicas são mais propensas à recombinação, diminuindo sua eficiência. Isso requer o uso de dois componentes para impedir que o elétron e o buraco se recombinem rapidamente: um material doador e outro receptor de elétrons”.

Exciton tripleto

Usando modelagem de computador, os pesquisadores rastrearam os mecanismos de funcionamento das células solares orgânicas desde a absorção dos fótons até a recombinação. Eles perceberam que a diminuição da eficiência energética é causada por um tipo diferente de exciton, conhecido como exciton tripleto.

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Por meio de fortes interações moleculares entre o doador e o receptor de elétrons, eles conseguiram manter o elétron e o buraco em regiões separadas, evitando o surgimento da recombinação nos excitons tripletos. Com essa abordagem, foi possível obter células solares orgânicas com eficiência superior a 20%, igualando os resultados observados em painéis fotovoltaicos fabricados com silício.

“O fato de podermos usar as interações entre os componentes de uma célula solar para desligar a via de perda de excitons tripleto foi realmente surpreendente. Isso abre caminho para a produção de painéis solares feitos à base de carbono mais eficientes e economicamente viáveis”, comemora Alexander Gillett.

Fonte: University of Cambridge