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Computador funciona direto há 6 meses à base de algas

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 17 de Maio de 2022 às 10h41

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Reprodução/University of Cambridge
Reprodução/University of Cambridge

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, conseguiram manter um computador funcionando continuamente por seis meses usando apenas a energia produzida por algas. O sistema possui uma espécie de alga chamada Synechocystis que coleta energia naturalmente do Sol por meio da fotossíntese.

Segundos os cientistas, uma pequena quantidade de eletricidade gerada pelo dispositivo — que tem o tamanho de uma bateria AA — interage com um eletrodo de alumínio, fazendo com que um microprocessador possa ser alimentado ininterruptamente por longos períodos.

“Esse sistema tem um potencial incrível como uma maneira confiável e renovável para alimentar pequenos dispositivos eletrônicos como relógios inteligentes, ou na Internet das Coisas, com etiquetas que compartilham dados em tempo real”, explica o professor de bioquímica Christopher Howe, autor principal do estudo.

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Energia renovável

Para testar o protótipo, os cientistas colocaram o computador para funcionar em ciclos de 45 minutos — simulando uma carga de trabalho computacional que exigia 0,3 microwatts de energia — e 15 minutos em modo de espera, consumindo apenas 0,24 microwatts de eletricidade.

Durante aproximadamente seis meses, não houve interrupções de energia e, nos seis meses seguintes, as cianobactérias continuaram a produzir eletricidade, mostrando que o equipamento poderia funcionar por longos períodos usando apenas a energia proveniente da fotossíntese.

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“A crescente Internet das Coisas precisa de uma quantidade cada vez maior de energia. Em vez de armazenar essa eletricidade como uma bateria convencional, nosso dispositivo fotossintético consegue gerá-la continuamente usando apenas luz ambiente e água para funcionar”, acrescenta Howe.

No escuro

As cianobactérias são capazes de criar o seu próprio alimento durante o processo de fotossíntese o que, segundo os pesquisadores, faz com que o dispositivo possa continuar produzindo energia mesmo durante períodos de escuridão, já que o processamento do excesso desses alimentos não para na ausência de luz.

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Durante os testes realizados pelos cientistas, uma colônia de algas Synechocystis foi usada para alimentar um chip Arm Cortex M0+ — um microprocessador que consome pouca eletricidade — amplamente utilizado em equipamentos de Internet das Coisas como tags e aparelhos vestíveis.

“Acreditamos que esses dispositivos eficazes podem ser produzidos de forma muito barata com materiais recicláveis. Se estivermos certos, esse geradores feitos à base de algas comuns poderão ter aplicações comerciais viáveis dentro de cinco ou seis anos”, prevê o professor Christopher Howe.