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Bateria de concreto feita na Suécia é recarregável e se mostra promissora

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 19 de Maio de 2021 às 09h07

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Reprodução/Envato
Reprodução/Envato

Pesquisadores da Universidade Chalmers de Tecnologia, na Suécia, descobriram uma forma de armazenar energia em cimento. O novo conceito poderia transformar prédios inteiros em enormes baterias de concreto, capazes de se tornar células energéticas supereficientes e sustentáveis.

Para reter energia, os cientistas usaram uma mistura feita à base de cimento com pequenas quantidades de fibra de carbono para aumentar a condutividade. Nesse composto, eles adicionaram uma malha de fibra de carbono revestida de metal, com ferro para o ânodo e níquel para o cátodo.

“Os resultados de estudos anteriores que investigavam a tecnologia de bateria de concreto mostraram um desempenho muito baixo, então percebemos que tínhamos que pensar fora da caixa para encontrar outra maneira de produzir o eletrodo”, afirma a professora Emma Zhang.

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Testes promissores

A bateria de cimento recarregável criada pelos pesquisadores possui uma densidade de energia de 7 watts por metro quadrado. Parece pouco, mas o resultado é dez vezes maior do que o de tentativas anteriores.

Quando comparadas com baterias comerciais, como as de íons de lítio, é preciso levar em conta que a baixa densidade energética da bateria de concreto pode ser compensada pelo volume da construção onde ela poderia ser implantada, como edifícios, ponte ou galpões espalhados em pontos estratégicos da cidade.

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Como são recarregáveis, as baterias de cimento poderiam ser utilizadas na alimentação de lâmpadas de LED ou para o fornecimento de conexões de internet em áreas remotas. Existe ainda a possibilidade de serem usadas como proteção catódica contra corrosão de estruturas metálicas que dão sustentação a painéis de concreto.

“Elas também poderiam ser acopladas a painéis de células solares para fornecer eletricidade e se tornar a fonte de energia para sistemas de monitoramento em rodovias ou pontes, com sensores capazes de detectar rachaduras ou corrosão”, explica a professora Zhang.

Ainda longe da realidade

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Apesar de ser uma solução viável para o armazenamento de energia em grandes quantidades, alguns problemas técnicos precisam ser resolvidos. Ainda não se sabe como estender a vida útil das baterias de concreto nem se elas poderiam ser recicladas a longo prazo.

“Como a infraestrutura de concreto geralmente é construída para durar 50 ou até 100 anos, as baterias precisariam ser refinadas para corresponder a todo esse tempo ou serem mais fáceis de trocar e reciclar quando sua vida útil terminar”, completa a professora Zhang.

Se essas questões forem resolvidas com o avanço dos estudos, será possível construir no futuro seções inteiras em edifícios residenciais ou comerciais destinadas à captação e armazenamento de energia, transformando superfícies comuns e subaproveitadas em concreto funcional.

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Para a construção civil, as possibilidades seriam infinitas. Segundo dados da própria indústria, em 2019, o Brasil comercializou mais de 55 milhões de toneladas de concreto para construção de casas, prédios e obras de infraestrutura. Se parte de todo esse volume pudesse ser usada para acumular eletricidade, seria possível amenizar problemas na geração e no abastecimento de energia de maneira sustentável.

Fonte: Chalmers University