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Brasil cai ainda mais no ranking de Índice de Viabilidade Digital; EUA lideram

Por| Editado por Claudio Yuge | 11 de Março de 2021 às 23h00

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Reprodução/sergio souza (Unsplash)
Reprodução/sergio souza (Unsplash)

Foi revelada a edição 2020 do Índice de Viabilidade Digital (IVD), um ranking anual que enumera os países que têm melhores condições de auxiliar novas empresas digitais a prosperar. Infelizmente, embora tenha subido duas pontuações, o Brasil perdeu cinco posições em relação ao ano anterior, ficando em 64º lugar — bem longe do Top 40, que é o grupo considerado “mais saudável” para a inovação e empreendedorismo na internet.

O IVD é calculado com base em cinco pilares: regulamentação, conhecimento, conectividade, infraestrutura e tamanho. Falando especificamente do Brasil, o pilar conhecimento tem aumentado exponencialmente nos últimos anos, o que significa um progresso interessante na capacitação de mão-de-obra especializada e potencial de inovação na economia.

Por outro lado, todos os outros pilares sofreram uma redução. De acordo com o economista Georges Dib, o país precisa investir mais em redes seguras e acessíveis para acelerar a transformação digital, otimizar o desempenho logístico para facilitar a atratividade digital e fomentar um ambiente de negócios que favoreça o financiamento, o investimento e o empreendedorismo.

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Como exemplo, Dib compara o Brasil com o Chile, única potência da América Latina que participa do Top 40 (ainda que na 40ª colocação). Enquanto nosso país conta com 67,5 internautas por 100 pessoas e 0,3 servidor seguro por 100 pessoas, nossos amigos chilenos têm 82,3 internautas por 100 pessoas e 1,1 servidor seguro por 100 pessoas. 

“Para resumir, o Brasil fez um progresso significativo no que diz respeito a conhecimento digital, mas precisa investir fortemente nas categorias de conectividade, infraestrutura e regulamentação se deseja entrar no ranking dos 40 melhores”, explica o economista, que faz parte da seguradora de crédito Euler Hermes.

E o resto do mundo?

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Os EUA mantiveram a liderança absoluta, seguido por Dinamarca (que subiu uma posição por uma forte melhoria no quesito conectividade) e Alemanha (que desceu um degrau justamente nesse mesmo pilar). Em seguida temos a China, que vem crescendo com uma agilidade assombrosa — tal como outros países asiáticos. Hong Kong, agora na 7ª posição, anteriormente ocupava a 11ª; Coreia do Sul ocupa a 12ª posição, enquanto antes estava na 16ª posição.

“Nos três anos anteriores ao surto da COVID-19, o país passou da 17ª para a 4ª posição. Os chineses têm visto suas pontuações crescerem em todas as categorias: regulamentação (+7,4), conectividade (+1,3) e conhecimento (+12), esta última devido a um aumento na capacidade de inovação em 2019. No entanto, ainda existe margem para o país aumentar as habilidades digitais de sua população”, comenta Dib.

Relação entre o IVD e a COVID-19

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Dib acredita que exista uma relação íntima entre as mudanças do ranking de 2020 e a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV2). Para ele, os países que apresentavam um ambiente propício à digitalização responderam à crise com uma aceleração no processo de transformação digital, o que inclui a implementação de processos digitais para ajudar empresas e cidadãos a receber ajuda financeira ou sanitária rapidamente.

“Nossas estimativas também apontam para uma relação estatisticamente significativa entre três variáveis: o desempenho econômico de um país, a participação do setor de serviços na sua economia e o aumento do seu deficit fiscal. As economias orientadas para serviços (artes, recreação, restaurantes, hotéis e outros setores relacionados ao turismo) sofreram relativamente mais”, comenta o economista.

“Quanto à ampliação do deficit público, parece que o aumento dos gastos está associado à gravidade das medidas de lockdown; os países mais agressivos no fechamento de suas economias recorreram a ações compensatórias do lado fiscal para absorver o choque”, afirma.

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De fato, vale lembrar que, no Brasil, tivemos a cooperação entre o Ministério da Economia e o Ministério da Saúde para a criação da plataforma digital SineSaúde para facilitar a contratação de profissionais. Em junho de 2020, o Governo Federal já havia digitalizado 150 serviços essenciais, incluindo 46 novos serviços da Agência Reguladora de Saúde Suplementar (ANVISA) e do Seguro Desemprego do Empregado Doméstico. Por fim, um excelente “case de sucesso” é o Auxílio Emergencial, que foi 100% projetado para ser usufruído de forma digital.

Fonte: Euler Hermes