Taiwan vai limitar exportação de tecnologias para a Huawei e fábricas chinesas
Por Vinícius Moschen |

No último dia 10, Taiwan adicionou a Huawei à "Lista de Entidades de Produtos Estratégicos de Alta Tecnologia". A Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), companhia chinesa responsável pela produção de chips, também passou a fazer parte dessa relação.
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Na prática, isso significa que ambas passam a ter possibilidades limitadas de comércio com companhias de Taiwan, principal centro de produção de semicondutores do planeta.
Afinal, as regulamentações taiwanesas exigem que empresas locais obtenham licenças governamentais antes de enviar produtos para partes mencionadas na lista de entidades.
Segundo o governo, o motivo da inclusão é a participação dessas entidades em atividades relacionadas à proliferação de armas e outras preocupações de segurança nacional.
Muitas das subsidiárias internacionais da Huawei e SMIC também foram incluídas na relação. A atualização da lista inclui a adição de 601 entidades de países como a Rússia, Paquistão, Irã e Mianmar, além das chinesas.
Decisão tem reflexos na guerra comercial
Segundo especialistas, a nova medida alinha Taiwan ainda mais com a política comercial dos Estados Unidos.
Empresas como a taiwanesa Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), maior fabricante de chips do mundo, já seguem restrições de exportação dos EUA.
A inclusão da Huawei e da SMIC na lista de Taiwan provavelmente visa reforçar essa política e fechar brechas existentes.
A Huawei tem trabalhado para criar alternativas viáveis às unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia usadas para aplicações de inteligência artificial (IA). No entanto, especialistas afirmam que o avanço da empresa tem sido limitado pelas restrições de exportação e pela falta de escala e capacidade no ecossistema local de chips.
Brady Wang, diretor associado da Counterpoint Research, afirmou que embora as mais recentes restrições de exportação contra a SMIC e a Huawei devam ter impacto mínimo direto nos negócios da TSMC, a medida do governo taiwanês carrega um "peso simbólico significativo".
A repressão do governo taiwanês às exportações para a SMIC e a Huawei ocorre em meio a tensões geopolíticas elevadas com a China continental. A China considera Taiwan parte de seu próprio território, e defende a reunificação, inclusive por meios militares, se necessário.
Contudo, em abril, os Estados Unidos reafirmaram seu compromisso de apoiar a divisão existente enquanto a China realizava grandes exercícios militares próximo à costa da ilha.
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