Servidor neuromórfico da Intel tem capacidade de 100 milhões de neurônios
Por Wagner Wakka |
A Intel anunciou na semana passada o Pohoiki Springs, ampliação do seu servidor neuromórfico de pesquisa. Basicamente, ele é a junção de vários chips voltados para inteligência artificial da empresa que oferece uma capacidade computacional de 100 milhões de neurônios artificiais que companhias parcerias podem acessar via nuvem.
Quando a Intel fala em servidor neuromórfico, ela está fazendo uma analogia ao cérebro de animais. Isso quer dizer que, parecido com um neurônio natural, cada neurônio artificial tem a capacidade de processamento complexo.
O sistema é composto por processadores Intel Loihi, voltados para aparelhos que exigem demandas altas de computação e lógica, como o cérebro de animais. Com o Loihi, a Intel disse já ter conseguido ensinar uma IA a reconhecer odores, identificar caminhos por marcos como prédios e lojas e outras funções complexas. Sozinho, ele já consegue resolver cálculos mil vezes mais rápido que um processador tradicional.
Ao todo, 768 chips Loihi espalhados em oito placas são empregados no Pohoiki Springs. Com tanto poder de processamento, a ideia da companhia é escalar a capacidade de IA para seus clientes. Em um exemplo análogo à vida animal, ela explica o quanto o Pokoiki Springs é mais potente que seu modelo mais básico, o Kapoho Bay.
O cérebro de um inseto tem capacidade de 1 milhão de neurônios de processamento e consegue fazer ações complexas como navegar sem bater em obstáculos. O Kapoho Bay, que contém só dois chips Loihi, soma 262 mil nerônios artificiais e já é capaz de reconhecer movimentos e ler um texto em braile.
A capacidade do Pohoiki Springs é de 100 milhões de neurônios, o que, segundo a Intel, é semelhante ao cérebro de um mamífero pequeno. Com isso, ele deve ser usado para desenvolver ferramentas e pesquisas com algoritmos neurológicos e que exigem processamento em tempo real.
Entre os exemplos de usabilidade apontados pela Intel estão a solução de problema de restrição, nos quais é preciso achar apenas uma possibilidade ideal em meio a uma série de opções (como em sudoku); buscar por padrões complexos e ser utilizado para otimizar cenários.
“O Pohoiki Springs combina nosso chip de pesquisa neuromórfica Loihi mais de 750 vezes, enquanto opera a uma potência abaixo de 500 watts”, explica Mike Davies, diretor do Laboratório de Computação Neuromórfica da Intel. Embora seja alto em comparação com computadores convencionais, 500 W ainda é um consumo de energia bastante modesto para o que o servidor propõe.
A ferramenta já está disponível para contratação por empresas parcerias dentro da Comunidade de Pesquisa Neuromórfica da Intel (INRC, na silga em inglês), cujo acesso é todo feito pela nuvem.
Fonte: Intel