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Santos Dumont: na corrida para competir na área de supercomputação global

Por| 06 de Março de 2016 às 10h50

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Santos Dumont: na corrida para competir na área de supercomputação global
Santos Dumont: na corrida para competir na área de supercomputação global

Por Luis Casuscelli*

Indo ao encontro das grandes tendências da supercomputação, ou seja, o Big Data, o consumo de energia e a complexidade técnica, a comunidade científica do Brasil está implementando uma plataforma de supercomputação tão grande e poderosa que colocará o país no mesmo patamar dos grandes jogadores do setor. Isso é especialmente importante em uma época em que a China, um dos países mais avançados no setor de supercomputação, praticamente triplicou o número de supercomputadores nos últimos seis meses.

Vamos analisar como os cientistas do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em conjunto com a Atos, conseguiram superar os desafios e construir o Santos Dumont – o maior supercomputador da América Latina.

Por que a supercomputação é tão importante e prioritária?

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Existem várias tendências que contribuem para uma crescente demanda pela supercomputação na comunidade científica brasileira:

  • Big Data – com a previsão de 30 bilhões de dispositivos conectados com a Internet até 2020, os supercomputadores serão fundamentais para analisar os grandes volumes de dados gerados e identificar padrões e tendências. Os supercomputadores terão uma grande influência sobre áreas acadêmicas e de pesquisa científica, que precisam de simulações em grande escala. Por exemplo, o sequenciamento do DNA na genômica, em que seria possível prever doenças do futuro; a meteorologia, para a análise e previsão do tempo; ou a modelagem de depósitos no setor de petróleo e gás.
  • Consumo de energia – Em termos de processamento de dados, os supercomputadores oferecem eficiências muito maiores – com a capacidade de realizar bilhões de operações por segundo –, mas será muito importante aumentar sua eficiência energética para garantir o futuro da supercomputação. Os supercomputadores de hoje consomem mais de 10MW, o equivalente ao consumo energético de 30.000 residências!

Por esse motivo, o LNCC construiu um supercomputador capaz de reduzir a distância para outros países que investem no setor – como os EUA, França, Japão e China – e acompanhar outros do BRICS. A equipe também acredita que é importante fomentar talentos nacionais e substituir a propriedade intelectual e as patentes que foram perdidas durante os últimos 20 anos.

Construindo o Santos Dumont

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Diante desse cenário, a Atos trabalhou com a comunidade científica do Brasil para construir o Santos Dumont – o maior supercomputador da América Latina. A máquina recebeu o nome do grande inventor brasileiro, Santos Dumont, que dividia seu tempo entre a França e a cidade de Petrópolis, reconhecendo os fortes laços entre os dois países. O HPC (computador de alto desempenho) está na escala peta, ou seja, consegue realizar 1,1 milhão de bilhões de operações por segundo – o equivalente a uma velocidade um milhão de vezes maior que um laptop!

A construção do supercomputador apresentou alguns desafios de logística, já que foi construído na França, carregado em dois contêineres e transportado para a América do Sul. Depois, os contêineres subiram a serra em quatro caminhões especialmente construídos até chegar à Petrópolis. Soluções como ambientes com refrigeração à água e Resfriamento Direito com Líquidos (DLC) foram empregados para reduzir o consumo de energia ao mínimo possível.

O futuro do Santos Dumont

Com a fase de testes finalizada, o Santo Dumont pode transformar a pesquisa científica, a inovação e o setor de serviços HPC para a comunidade e o governo do Brasil. Recentemente, um novo centro de P&D foi lançado em Petrópolis para aproveitar essas oportunidades futuras. O trabalho do centro é apoiar a comunidade científica brasileira durante o desenvolvimento e utilização dessas máquinas até 2020 – com sistemas capazes de realizar mais de um bilhão de bilhões de operações por segundo!

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*Luis Casuscelli é diretor de Big Data e Security da Atos América do Sul. É graduado em Sistemas pela Universidade Tecnológica Nacional de Buenos Aires e possui mais de 20 anos atuando na área de integração de produtos e serviços de infraestrutura de TI. Implementou um Centro de Competências referência na Atos Brasil. Com os recursos desse Centro, desenvolve grandes projetos de infraestrutura, entre os quais vale citar como referência, o maior supercomputador de América Latina (High Performance Computing) ou a infraestrutura de processamento que suporta o real time billing da maior operadora de Telecom regional suportando mais de 100 milhões de clientes.