Qualcomm pode perder direito de fabricar CPUs ARM
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

Enquanto a Qualcomm segue rumo ao mercado dominado por CPUs x86, sua empreitada pode ser interrompida em breve pela ARM. A empresa britânica deu 60 dias para que a fabricante dos Snapdragon se posicione sobre uma disputa legal, caso contrário ela perderá o direito de uso da licença dos processadores.
- Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
- Seu próximo carro pode ser tão inteligente quanto o seu celular; entenda como
- Samsung prepara chips de 2 nm e anuncia parceria com a ARM
À Bloomberg, a Qualcomm disse que está "confiante de que seus direitos sob o acordo com a ARM serão afirmados" e chamou a ação de uma "uma tentativa de interromper o processo legal, e seu pedido de rescisão é completamente infundado".
A ARM, por outro lado, preferiu não comentar sobre a situação.
Processo da Arm contra a Qualcomm
A briga judicial em questão começou em 2022, quando a Qualcomm adquiriu a Nuvia, empresa de semicondutores que atuava em infraestrutura de nuvem e data centers.
Na ocasião, a ARM acusou ambas as empresas de violarem os acordos de licença de uso da arquitetura. A empresa britânica exigiu que a dona dos Snapdragons descartasse qualquer design criado pela Nuvia antes da aquisição.
A situação é mais delicada, porque a ARM garantiu o direito de uso de tecnologia e arquitetura à Nuvia em 2019, para que ela pudesse criar núcleos customizados e modificar os já existentes na arquitetura. Mas essas licenças só foram concedidas com uma condição: com data centers como público alvo.
Nada além disso poderia ser feito sem a aprovação da AR<, e esse direito não ficou com a Qualcomm depois da fusão. Por conta disso, as licenças entre ARM e Nuvia foram encerradas em 2022 e esse é o motivo da ação judicial iniciada pela empresa britânica.
Os processadores Oryon, presentes nos Snapdragon 8 Gen 4 para smartphones, usam tecnologias desenvolvidas pela Nuvia. Do ponto de vista da ARM, isso quebra os termos de acordo com a Qualcomm.
Ambas as empresas se preparam para um acordo, embora a fabricante norte-americana alegue que tudo isso esteja em conformidade com os termos e agiu dentro do que tem direito.
Caso a Qualcomm não concorde com os termos da ARM, isso não só afetaria os milhões de aparelhos celulares equipados com chips Snapdragon, como também os notebooks recém-lançados no mercado com CPUs Snapdragon X, canibalizando a nova empreitada da empresa norte-americana.
Fonte: Bloomberg