Novos AMD Epyc podem ameaçar a hegemonia da Intel no mercado de servidores
Por Jones Oliveira |
AMD e Intel vêm travando uma batalha épica pela preferência do público não apenas no mercado consumidor, mas também no mercado corporativo de servidores. E a mais nova investida foi feita pela AMD, que nesta terça-feira (14) anunciou três novos processadores Epyc de segunda geração: 7F32 (oito núcleos e 16 threads), 7F52 (16 núcleos e 32 threads) e 7F72 (24 núcleos e 48 threads).
Os novos componentes são baseados na microarquitetura Zen 2 e se beneficiam de todas as suas benesses, sendo a mais notável a possibilidade de empregar mais núcleos e entregar mais desempenho por um custo mais acessível. Para exemplificar isso, a companhia destacou que os novos Epyc são os processadores que têm o desempenho por núcleo mais rápido do mundo, isso com um custo de propriedade até 50% inferior em relação ao rival Xeon, da Intel — um golpe e tanto na concorrente.
Para poder afirmar isso, a AMD teve de se certificar de que os três modelos fossem capazes de incrementar a frequência base em 500 MHz e garantir que o cache L3 fosse mais que o suficiente para aguentar cargas de trabalho pesadas. O Epyc 7F52, por exemplo, apresenta nada menos que 256 MB de cache L3, contra 38,5 MB do Xeon Gold 6258R, o top de linha da Intel no segmento. Também contribuem para isso o suporte a PCIe 4 e memórias DDR4-3200. O efeito colateral disso tudo: o TDP é de até 240W, altíssimo até para os padrões de um processador desse tipo.
Porém, é justamente por conta de todo esse poder de fogo que os novos Epyc 7Fx2 esbanjam desenvoltura na hora de lidar com cargas de trabalho nos mais diversos tipos de servidor. Em servidores SQL, o desempenho dos novos processadores é até 17% superior; em servidores hiperconvergentes, que combinam processamento, armazenamento e elementos de rede, essa eficiência sobe para até 47%; enquanto em servidores comerciais de computação de alto desempenho esse índice vai para 94% no comparativo por núcleo em apps individuais.
AMD Epyc: especificações e comparativo | |||||
Modelo | Núcleos / Threads | Clock base / Boost | Cache L3 | TDP | Preço (1Ku) |
Epyc Rome 7742 | 64 / 128 | 2,25 GHz / 3,4 GHz | 256 MB | 225W | US$ 6.950 |
Xeon Gold 6258R | 28 / 56 | 2,7 GHz / 4,0 GHz | 38,5 MB | 205W | US$ 3.651 |
Xeon Platinum 8280 | 28 / 56 | 2,7 GHz / 4,0 GHz | 38.5 MB | 205W | US$ 10.009 |
Epyc Rome 7F72 | 24 / 48 | 3,2 GHz / 3,7 GHz | 192 MB | 240W | US$ 2.450 |
Xeon Gold 6248R | 24 / 48 | 3,0 GHz / 4,0 GHz | 35,75 MB | 205W | US$ 2.700 |
Xeon Platinum 8268 | 24 / 48 | 2,9 GHz / 3,9 GHz | 35,75 MB | 205W | US$ 6.302 |
Epyc Rome 7402 | 24 / 48 | 2,8 GHz / 3,35 GHz | 128 MB | 180W | US$ 1.783 |
Epyc Rome 7F52 | 16 / 32 | 3,5 GHz / 3,9 GHz | 256 MB | 240W | US$ 3.100 |
Xeon Gold 6246R | 16 / 32 | 3,4 GHz / 4,1 GHz | 35,75 MB | 205W | US$ 3.286 |
Xeon Gold 6242 | 16 / 32 | 2,8 GHz / 3,9 GHz | 22 MB | 150W | US$ 2.529 |
Epyc Rome 7302 | 16 / 32 | 3,0 GHz / 3,3 GHz | 128 MB | 155W | US$ 978 |
Epyc Rome 7282 | 16 / 32 | 2,8 GHz / 3,2 GHz | 64 MB | 120W | US$ 650 |
Epyc Rome 7F32 | 8 / 16 | 3,7 GHz / 3,9 GHz | 128 MB | 180W | US$ 2.100 |
Xeon Gold 6250 | 8 / 16 | 3,9 GHz / 4,5 GHz | 35,75 MB | 185W | US$ 3.400 |
Xeon Gold 6244 | 8 / 16 | 3,6 GHz / 4,4 GHz | 24,75 MB | 150W | US$ 2.925 |
Epyc Rome 7262 | 8 / 16 | 3,2 GHz / 3,4 GHz | 128 MB | 155W | US$ 575 |
Epyc Rome 7252 | 8 / 16 | 3,1 GHz / 3,2 GHz | 64 MB | 120W | US$ 475 |
Com os novos processadores anunciados, agora a AMD focará esforços para expandir seu leque de clientes que empregam os Epyc de segunda geração. Atualmente, a companhia já possui 110 plataformas com a nova linha disponíveis no mercado e planeja lançar pelo menos 140 novas até o fim de 2020 em parceria com a Dell, HPE, Lenovo e outros nomes.
Outra forma de alcançar esse objetivo é firmando contratos de instância com companhias que fornecem ao mercado infraestrutura na nuvem. Atualmente, há 106 instâncias com AMD Epyc disponíveis no mercado; até o fim do ano, os planos são de firmar pelo menos 150 novas instâncias com nomes como Amazon Web Services, Microsoft, Google, IBM e Oracle.
Caso os planos de expandir o ecossistema sejam bem-sucedidos, a AMD deve começar a incomodar a Intel, que, assim como no mercado consumidor, sempre esteve acostumada a liderar no segmento de servidores.