Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Quanto cada categoria de cibercriminoso ganha nos ataques de ransomware?

Por| 08 de Dezembro de 2022 às 17h00

Link copiado!

Pexels/Sora Shimazaki
Pexels/Sora Shimazaki

Os ataques de ransomware têm causado bastante estrago nos dois últimos anos, com campanhas que afetam grandes grupos comerciais e governamentais, muitas vezes em crimes que resultam em vazamentos massivos de dados de milhões de cidadãos. E uma constatação da empresa de segurança Kaspersky aumenta o alerta sobre esse tipo de ameaça: segundo um levantamento dos especialistas em defesa digital, a América Latina sofreu uma média de 4 mil ofensivas desse tipo nos oito primeiros meses de 2022.

De acordo com a varredura da Kaspersky, essa quantidade representa uma diminuição de 28% em relação ao mesmo período de 2021, com o Brasil entre os países com tendência de queda. Contudo, esse decréscimo não representa exatamente uma boa notícia: para os especialistas da empresa, os cibercriminosos estão focando cada vez mais em ataques direcionados e lucrativos e no desenvolvimento local de ransomware especializados em ciberataques contra instituições latino-americanas do setor público e privado.

Segundo a análise da Kaspersky, Colômbia, Costa Rica e Equador registram aumento dos ataques em 2022, enquanto Brasil, Chile, República Dominicana, México e Panamá apresentam queda neste ano; enquanto Argentina, Guatemala e Peru mostram ofensivas em “ondas”.

Continua após a publicidade

O estudo destaca também que os cibercriminosos latinos estão criando seus próprios ransomware e o ChileLocker é a principal ameaça, detectada no Chile em agosto recente. Essa família de ransomware tem a capacidade de roubar credenciais salvas em navegadores, mapear servidores e dispositivos na rede para criptografá-los e evitar a detecção do antivírus por meio de uma função que permite o agendamento da execução da praga. Até o momento, foi detectado apenas no Chile e na Colômbia.

"Na região, o esquema de Ransomware as a Service prosperou e opera como uma indústria formal, com ‘funcionários’ de diferentes níveis que estudam suas vítimas em potencial e planejam ataques 24 horas por dia, sete dias por semana. O avanço e a profissionalização desse crime têm uma explicação: esse crime online movimenta mais dinheiro do que outras atividades ilícitas, como a venda de armas ou o tráfico", avalia Marc Rivero, analista sênior de segurança da Kaspersky.

Ransomware como serviço em modelo de negócios profissional

O estudo da Kaspersky destaca uma tendência que vem crescendo nos últimos anos, que é a profissionalização dos cibercriminosos. Segundo os pesquisadores, o “modelo de negócios” do ransomware atualmente se organiza em quatro perfis.

Continua após a publicidade

Existem os operadores de ransomware, grupos locais responsáveis por executar o ataque à vítima. Os intermediários (Initial Access Brokers), que também são criminosos com conhecimentos genéricos, mas que têm habilidades de comprometer a segurança das organizações e vendem esses acessos ilegais aos operadores.

Em seguida, vêm os afiliados, indivíduos com alto grau de conhecimento técnico em invadir redes corporativas e que podem executar um ataque de ransomware por completo, sem a dependência dos outros bandidos. Para completar, há os criadores, que possuem altíssimo conhecimento técnico, mas preferem compartilhar o que sabem como um serviço), em troca de uma fatia nos lucros das campanhas bem-sucedidas.

De acordo com a análise da Kaspersky, o modelo de negócios segue o seguinte percentual: os “donos” do malware ficam com 20% ou 30% dos ganhos, enquanto a maior fatia fica com quem corre mais risco: os intermediários, que ficam com algo em torno de 50%, pois são os mais expostos na execução da invasão.

As famílias de ransomware mais comuns na América Latina

Continua após a publicidade

Os pesquisadores da Kaspersky afirma que, na América Latina, as cinco famílias mais comuns de ransomware têm a capacidade de criptografar os dados das vítimas. São eles:

  • Trojan.Ransom.Win32.Wanna
  • Trojan.Ransom.Win32.Stop
  • Trojan.Ransom.Win32.Blocker
  • Trojan.Ransom.MSIL. Blocker
  • VHO.Trojan.Ransom.Win32.Convagent

E o estudo também destaca uma tendência que pode ganhar tração em 2023: o chamado ransomware destrutivo, que tem o único propósito de danificar recursos das instituições, como aconteceu com o HermeticRansom, detectado no início de 2022. "Isso obriga todos os tipos de instituições a redobrarem as medidas de cibersegurança", recomenda o analista da Kaspersky.