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Ministro da Cultura apresenta novas políticas para indústria gamer na Game XP

Por| 10 de Setembro de 2018 às 21h20

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Ministro da Cultura apresenta novas políticas para indústria gamer na Game XP
Ministro da Cultura apresenta novas políticas para indústria gamer na Game XP

No último domingo (9), durante uma apresentação na Game XP, que rolou no Rio de Janeiro, Sérgio Sá Leitão, Ministro da Cultura, mostrou ao público os dados coletados a partir do 2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais, pesquisa que ajudou a fomentar uma política pública para o setor.

Segundo Sá Leitão, o Brasil ocupa o 13º lugar do ranking de maiores produtores de games do mundo, além de ser o maior da América Latina. Quando o assunto é mercado, somos o terceiro lugar, com 66 milhões de gamers, o que o ministro aponta como sendo um horizonte muito promissor. Nos dados apresentados, consta que todas as regiões geográficas do país detêm insdústrias voltadas para a produção de jogos digitais, sendo que a maior parte dos 946 títulos desenvolvidos neste ano é oriunda do eixo São Paulo-Rio de Janeiro, que representam 41,6% da produção total. Nos últimos quatro anos, o número de empresas da área cresceu 182%.

"O Brasil está demonstrando grande vocação. Mesmo sem ter política pública, mesmo sem ter nenhum tipo de ajuda mais sistemática, o setor começou a se estruturar e aumentou muito nos últimos anos a sua maturidade", afirmou Sá Leitão.

Do censo à política pública

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Com ajuda dos dados coletados no 2º Censo, o Ministério da Cultura definiu nova política nacional de jogos digitais, visando dar um "up" no crescimento da área. Segundo o Ministro, R$ 100 milhões do erário serão investidos em linhas estratégicas de desenvolvimento, incluindo tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada, da produção até a distribuição. Essa verba visa amparar as empresas e fomentar seu crescimento através da aceleração, mostras e festivais, melhorias na infraestrutura, além de formação e capacitação de mão de obra especializada.

Agora, o Conselho Superior de Cinema (CSC) conta com uma frente de trabalho sobre políticas voltadas à indústria gamer para dar seguimento à implementação das novas políticas. Segundo explicação de Sá Leitão, o projeto ficou atrelado à CSC devido aos jogos digitais serem tratados como produtos culturais audiovisuais no Brasil.

Ainda segundo o Ministro, a política também visa, a médio prazo, aumentar as oportunidades de carreira para os jovens: "O mercado de jogos seria uma alternativa criativa e atraente para aqueles entre 18 e 24 anos que se encontram desempregados". Outro ponto seria a diversidade, uma vez que o 2º Censo mostrou que apenas 20,7% das pessoas que estão empregadas na área se identificam como pertencentes ao gênero feminino. Sá Leitão comprometeu-se ao afirmar que o projeto incluirá esforços para rumar à equidade de gênero: "Os games começaram como uma atividade mais masculina do que feminina e isso é uma questão cultural, mas não quer dizer que a gente tenha que se conformar", revelou.

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Algumas políticas anteriores já visavam diminuir o imenso abismo que impede a equidade de gênero na indústria de jogos do Brasil: "Determinamos que 50% dos projetos premiados devem ser de mulheres, 25% devem ser de negros e indígenas, 50% devem ser de iniciantes e tem também o recorte regional. Então, 30% têm que ser do Norte, Nordeste e Centro-Oeste", explicou Sá Leitão, sem abordar a escassez de jogos produzidos por populações indígenas ou mesmo abordar a questão das mulheres transexuais que trabalham na indústria de jogos e raramente têm suas demandas, como nome social, respeitadas.

Entretanto, o Ministro encara a diversidade e a multidisciplinaridade como questões importantes nesse âmbito: "A indústria de games é heterogênea e miscigenada por natureza, porque ela lida com elementos de linguagens de várias outras atividades. Quanto mais diversificadas forem as referências e os elementos, melhor."

Fonte: Folha