Brasil perdeu R$ 3,76 bi em contrabando; eletrônicos superaram cigarros em 2024
Por Wendel Martins • Editado por Léo Müller | •

Nesta quinta-feira (27), a Receita Federal anunciou resultados importantes do combate ao contrabando em 2024. O órgão informa que o Brasil perdeu R$ 3,76 bilhões em mercadorias diversas. Não foi informado o valor que representa apenas os celulares, por exemplo, mas a categoria dos eletrônicos superou os cigarros pela primeira vez nos registros de contrabando da Receita.
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Apreensão de celulares e eletrônicos alcançou número recorde
Conforme anunciado durante a coletiva, o valor das mercadorias apreendidas em 2024 chegou a R$ 3,76 bilhões. O montante é superior à média dos últimos anos, de R$ 3,5 bilhões.
"Devido às altas proporções, subiu bastante as apreensões de artigos eletrônicos. Pela primeira vez, o volume de eletrônicos apreendidos ultrapassou o volume de cigarros, que anualmente se mantém no patamar próximo a R$ 1 bilhão", comentou Raphael Eugênio de Souza, Coordenador-Geral de Combate ao Contrabando e Descaminho.
Para efeito de comparação, durante uma única operação, que durou um ano e meio, mais de R$ 2 bilhões em eletrônicos foram confiscados.
Além disso, cerca de 70 mil postos de trabalho foram perdidos devido ao comércio ilegal em 2024, segundo cálculos da Receita.
Contrabando de celulares está ligado ao tráfico de drogas
A Receita reforçou que o crime de contrabando está frequentemente ligado a outros crimes, como o tráfico de drogas.
De acordo com o órgão, é comum que, durante fiscalizações de eletrônicos, seja descoberta outra atividade ilegal.
Eugênio menciona um caso, em que ao investigar um avião sob suspeita de transportar drogas, os agentes encontraram 500 celulares. No entanto, os cães farejadores indicaram que já haviam passado drogas naquele avião.
Receita Federal quer que as pessoas ajudem a combater o contrabando
Um dos grandes destaques dos anúncios feitos hoje (27) foi o aumento da transparência. Segundo a Receita Federal, neste ano, o site do órgão terá informações atualizadas sobre operações, empresas e valores.
A ideia é que a população possa acompanhar as ações e consultar as empresas responsáveis, para que elas também contribuam para o combate ao contrabando e descaminho.
"A gente busca uma transparência, uma conversão maior com a sociedade, de forma que nos ajude na fiscalização e no combate desse tipo de atuação criminosa", explicou Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal.
O órgão também deseja diminuir a sensação de impunidade das pessoas que praticam contrabando e descaminho. Segundo a Receita Federal, a normalização do comércio ilegal atrapalha a fiscalização:
"Nós queremos afastar a aceitação social que há hoje em relação ao crime de contrabando, que é um grande dificultador do nosso trabalho", finalizou Barreirinhas.
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