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Stormgate chega com a ambição de devolver os tempos de glória dos RTS

Por| Editado por Bruna Penilhas | 09 de Junho de 2022 às 15h48

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Divulgação/Frost Giant Games
Divulgação/Frost Giant Games

Dois anos de desenvolvimento e criação de universos culminaram na edição 2022 do Summer Game Fest, evento em que a desenvolvedora Frost Giant Studios finalmente apresentou Stormgate. A nova obra, toda realizada por ex-integrantes da Blizzard, chega com duas missões que parecem tão ambiciosas e difíceis quanto as batalhas travadas pelos próprios personagens. A ideia é trazer de volta os tempos de glória dos RTS (jogos de estratégia em tempo real), matando a saudade dos veteranos, enquanto introduz o gênero e o estilo para um novo mercado.

À frente dessa tarefa estão uma série de nomes conhecidos da comunidade, seja pelo envolvimento nos clássicos ou pela presença entre criadores de conteúdo e modders. No topo, Tim Morten, ex-diretor de produção de StarCraft II e, agora, CEO da Frost Giant, e Tim Campbell, designer-chefe de campanha em Warcraft III: The Frozen Throne e presidente do novo estúdio. Ele ainda assina como diretor de Stormgate, uma aventura futurista e com ares pós-apocalípticos que serve, como tantos elementos, como o início de uma saga que promete ser bem próxima dos jogadores.

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O título também é nome de um experimento que abriu um portal para o outro mundo, causando uma invasão de diferentes raças de alienígenas. São figuras conhecidas, uma vez que foram elas as motivadoras dos mitos que fazem parte da história humana, com demônios e outras criaturas, agora, em combate ferrenho com as forças da Terra. Veio, então, o apocalipse, com o game nos mostrando um período bem posterior a ele, com o mundo já se recuperando e voltando a criar laços de união, ainda que em um formato bem diferente.

“O tom é otimista, com a história focada na união e no restabelecimento da sociedade. Por isso, não existem facções boas ou más”, explica Morten, em um evento de apresentação de Stormgate do qual o Canaltech participou. Segundo ele, essa abordagem tem a ver com o tom de proximidade do título, já que a ideia é criar grupos e protagonistas pelos quais os usuários torçam e criem afinidade, algo que também motiva a exploração de diferentes estilos de jogabilidade e estratégias de combate.

Falar do novo jogo, na realidade, é como explicar uma teia de fios que se entrelaçam, com suporte e feedback da comunidade, elementos de jogabilidade, interface, conectividade e eSports conversando entre si o tempo todo e influenciando em todos os aspectos do título. Ao contrário do que aconteceu em games do passado, em que novos modos eram introduzidos de tempos em tempos, muitas vezes sem ligação com o restante, a ideia de Stormgate é criar um mundo coeso e que dure por anos a fio.

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É o trabalho da vida de Morten, Campbell e do restante da equipe, com o que vimos no Summer Game Fest sendo apenas o início. “Queremos criar uma experiência social, mas que não seja intimidante. Um jogo convidativo e viral, que incentive o conhecimento, exploração e a conversa entre os usuários, com diferentes habilidades e backgrounds. Stormgate é algo em que queremos trabalhar ao longo do futuro próximo, com conteúdo e recursos sendo lançados pelos próximos anos”, completa o CEO da Frost Giant.

Stormgate, gratuidade e o “efeito Elden Ring”

A versão base do título será gratuita para jogar, com o usuário tendo acesso a uma lista inicial de heróis, ao começo da campanha e todos os modos multiplayer, incluindo cooperativo, competitivo e aqueles focados em eSports. Desde já, a Frost Giant deixa claro que não deseja trabalhar com NFTs e que promete grandes atualizações trimestrais, sempre com a adição de um novo personagem, um capítulo inédito da história e múltiplas skins para unidades, bases e os protagonistas.

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As datas ainda não estão firmadas em pedra, mas a desenvolvedora quer ver tudo começando no primeiro semestre de 2023, com um período de beta fechado de Stormgate. A ideia, então, é seguir diretamente para o lançamento final, sem uma versão de testes aberta, já que o objetivo é focar nas melhorias e no feedback dos jogadores de forma localizada e contar com eles para espalhar a palavra.

“Confiamos na comunidade para tornar Stormgate mais popular”, explica Morten, fazendo uma comparação com o todo poderoso Elden Ring. Ele lembra como, há apenas alguns meses, os próprios fãs da FromSoftware falavam no game como uma alternativa mais acessível ao estilo Souls, o que fez com que mais gente, até mesmo os não iniciados no gênero, sentissem vontade de dar uma chance.

O sonho de todos é ver o mesmo acontecendo com o novo RTS, principalmente depois que o foco na acessibilidade e na abertura a novos públicos for testado e aprovado. Da mesma forma, os desenvolvedores também se apoiam no ombro de gigantes citando os grandes Starcraft II e Warcraft 3 como pontos de partida, mas afirmando que, da mesma forma que estes títulos se expandiram de diferentes maneiras, evoluíram ao longo dos anos e receberam mudanças, Stormgate também está em seu próprio elemento.

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Nas experimentações, estarão disponíveis não apenas os combates convencionais como também as ferramentas de criação de mapas e modos de jogo. Enquanto a apresentação vista pelo Canaltech não deu detalhes profundos sobre tais sistemas, a promessa é que tudo será “fácil de usar e postar”, funcionando diretamente do cliente do game e a partir de uma mesma interface.

“Gêneros inteiros surgiram assim e muitos de nós éramos modders antes de entrarmos para a equipe”, lembra Ryan Schutter, designer de interfaces líder em Stormgate. Para ele, a grande motivação agora é empoderar uma nova geração de criadores em um novo universo, com a equipe não deixando de lado o sonho de ver sua obra crescendo além dela mesma e ganhando novos ares pelas mãos da comunidade.

Do iniciante ao profissional

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Ao falar da progressão e da pegada do novo título, a Frost Giant, mais uma vez, nos remete à ideia da teia que se entrelaça, com elementos que geram o engajamento e conversam entre si para criar o resultado esperado pela equipe. Isso se aplica a todos os aspectos, desde os elementos básicos de design que utilizam os controles em grade, para o teclado, e a lógica de jogabilidade com unidades bem visíveis, elementos de ataque e defesa facilmente percebidos e uma comunicação constante entre jogadores de diferentes níveis.

No multiplayer, por exemplo, é possível criar arenas 1v1, com amplo foco no conflito e na estratégia, ou de 3v3, considerado pela equipe como o formato mais social e focado na exploração de todo o game. É aqui que os desenvolvedores esperam ver veteranos dos RTS e novatos em Stormgate se unindo para explorarem possibilidades e trabalharem de maneiras diferentes, uma das propostas que o time considera inéditas e, mais do que isso, capazes de levar todo o gênero adiante.

Há também o clássico modo PvE, em que os jogadores enfrentam hordas controladas pela inteligência artificial do game e podem ampliar ainda mais o conhecimento sobre as mecânicas e os heróis. “Estamos criando mecânicas que incentivam o trabalho em equipe, além de um sistema de progressão coeso que permita dezenas de horas de jogo”, explica Kevin Dong, designer-líder do cooperativo de Stormgate.

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Não tem tempo para grindar ou deseja manter a experiência casual? A Frost Giant também promete algo para você, com recompensas interessantes em todos os níveis de evolução, dos mais baixos aos mais altos. Além disso, o formato sazonal permite que a empresa imagine uma estrutura de torneios, com temporadas competitivas que levam aos playoffs e às grandes finais, com as celebrações dos grandes campeões.

Você pode não ser o melhor jogador de Stormgate do mundo, nem desejar isso, mas pode sim se tornar o melhor da sua rua ou do seu local de trabalho, com a desenvolvedora também apresentando opções de organização de torneios e elementos de progressão exclusivos para a jornada competitiva. E aqui, novamente, entra em jogo a acessibilidade, com cada usuário podendo adequar sua experiência ao próprio nível, engajamento, disposição e, principalmente, habilidade.

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“Os eSports não são apenas uma experiência de assistir aos profissionais, mas também um elemento de participação. Você pode não querer assistir a um grande jogador, mas pode desejar acompanhar as partidas do seu vizinho”, explica Morten. Mais uma vez, entra em jogo o elemento social e a palavra sendo passada adiante, com Stormgate, desde o início, querendo se materializar em uma experiência compartilhada.

São grandes sonhos e uma jornada maior ainda, com a equipe sabendo muito bem que os dois anos que ficaram para trás são apenas o começo. Afinal de contas, como dito, Stormgate ainda está em pleno desenvolvimento. Uma previsão de lançamento está à vista, mas ainda é uma ideia que precisa ser maturada pela equipe, ainda que 2023 seja uma perspectiva realista.

Por enquanto, Stormgate está previsto apenas para PC e, enquanto a equipe brinque com o milagre que foi Starcraft 64, parece desejar focar naquilo que mais importa. E com a palavra acessibilidade sendo a mais repetida durante a apresentação do game à imprensa e aos criadores de conteúdo, outra ficou bem clara para quem assistia: ambição. É o primeiro passo para quem deseja ser grande, algo que os gigantes de gelo do estúdio querem, mais do que qualquer coisa, ver acontecendo.