Rockstar demite funcionários e é acusada de repressão sindical
Por Gabriel Cavalheiro • Editado por Jones Oliveira |

A Rockstar Games teria demitido entre 30 e 40 colaboradores de escritórios no Reino Unido e Canadá na última quinta-feira (30), segundo Alex Marshall, porta-voz do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Grã-Bretanha (IWGB), em reportagem da Bloomberg. Todos os funcionários faziam parte de um grupo privado no Discord, sendo membros do sindicato ou desenvolvedores que tentavam se sindicalizar na empresa.
Segundo Marshall, as demissões ocorreram como forma de evitar que os funcionários da Rockstar Games se sindicalizassem. "A Rockstar acaba de realizar um dos atos mais flagrantes e cruéis de repressão sindical na história da indústria de jogos", contou o presidente da IWGB, argumentando que a decisão "é um insulto aos seus fãs e à indústria".
A Bloomberg entrou em contato com o porta-voz da Take-Two, Alan Lewis, que justificou as demissões "por falta grave, e por nenhum outro motivo", reiterando que "apoiamos totalmente as ambições e a abordagem da Rockstar".
No passado, a criadora de GTA foi criticada pelo sindicato por pedir aos funcionários que retornassem ao modelo presencial de cinco dias por semana no escritório. Segundo a empresa, essa medida foi tomada parcialmente por motivos de segurança.
Vale lembrar que, em 2022, a Rockstar sofreu um vazamento massivo de vídeos e imagens inacabadas de GTA 6, o que poderia ser um dos fatores para pedir aos funcionários para voltar ao escritório.
Indústria dos games vem enfrentando demissões em massa
Desde o fim da pandemia da covid-19, a indústria dos games vem passando por uma série de aumentos de preços, mudanças e demissões em massa que afetam dezenas de milhares de desenvolvedores por ano.
Em 2022, o número de colaboradores dispensados em grandes demissões em massa atingiu mais 8,5 mil afetados, segundo a apuração do VG Lay-offs. Esse número subiu para mais de 10,5 mil em 2023 e depois ultrapassou os 14 mil em 2024.
Comparado a outros anos, 2025 vem sendo um pouco menos duro, com 4,4 mil demissões registradas até outubro. Porém, vale notar que grande parte das empresas não informam o número de demitidos, então esses dados correspondem apenas a cortes registrados.
Um excelente exemplo é o Xbox, que sofreu baixas e cancelamentos da Microsoft que afetaram mais de 9 mil pessoas em julho deste ano. O número exato de colaboradores do Xbox que sofreram com os cortes não foi especificado.
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Fonte: Bloomberg, VG Layoffs