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Análise | Mortal Kombat 11: Aftermath consagra Shang Tsung como grande vilão

Por| 06 de Junho de 2020 às 10h30

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Warner Bros Games
Warner Bros Games

Depois do reboot de 2011, Mortal Kombat passou a dar muito mais atenção ao enredo por trás dos combates sanguinários e intensos que sempre foram marcas registradas da franquia. Com três games primários nesse novo ciclo - isso é, sem contar as versões "kompletas" - a saga dos guerreiros do plano terreno contra as forças da Exoterra ganhou um final em Mortal Kombat 11. Bem, era o que imaginávamos...

Há algumas semanas, a surpresa: a Warner anunciou a primeira expansão já feita para um jogo de Mortal Kombat que afetava não apenas o número de personagens, mas também o Modo História do game. Com a chegada de Mortal Kombat 11: Aftermath, teríamos a chance resolver algumas das pontas soltas que a narrativa encontrada na história-base deixou e, de quebra, aproveitar a exploração de alguns dos nomes mais interessantes em toda a trajetória do jogo, como Sindel, Nightwolf, Fujin e Shang Tsung. E por falar no feiticeiro, se há algo que Aftermath faz é justiça ao personagem.

Não que ele possa ser considerado um herói, mas, depois de 28 anos, é possível dizer, sem qualquer dúvida, que o personagem é o maior vilão de todos os tempos em Mortal Kombat.

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*Esta análise pode conter pequenos spoilers de roteiro de Mortal Kombat 11

Melhorando o que já era ótimo

O capítulo final dessa nova saga de Mortal Kombat foi digno de elogios. Foi o melhor e mais bem feito enredo entre os três games lançados após o reboot de 2011. Mas, mesmo com tamanha qualidade, ficou uma sensação de que faltava alguma coisa, algum gancho para nos indicar o que poderia acontecer daqui para frente. A tarefa era complicada, mas foi feita com maestria pela Netherrealm.

Como sabemos, nos momentos finais de MK 11, Liu Kang recebeu de Raiden a incumbência de ser o novo guardião da Terra. Com os poderes do então Deus do Trovão, o lutador transformou-se no Deus do Fogo e foi capaz de vencer Kronica, titã responsável por controlar as linhas do tempo da história e que era a mente por trás de toda a batalha entre os diferentes núcleos da série.

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Ao vencer Kronica, Liu Kang acabou destruindo sua coroa, que lhe dava poderes inimagináveis e a capacidade de controlar a ampulheta do tempo de maneira completa. Quando estava prestes a dar um novo começo à humanidade em sua linha temporal, Kang é surpreendido por ninguém menos que Shang Tsung, Fujin e Nightwolf, que haviam sido presos por Kronica em outra dimensão.

Assumindo o protagonismo, o feiticeiro diz que é o único que pode evitar que todos desapareçam, pois Liu Kang não tinha o poder suficiente para manejar a ampulheta e restabelecer o controle do tempo. Para isso, ele sugere que o agora Deus do Fogo lhe envie para os eventos que precederam a tomada de Kitana como a nova Kahn da Exoterra, com a ideia de recuperar a coroa de Kronica, que estava em sua ilha.

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Por si só, a introdução já nos dá motivação de sobra para seguir com a história de Aftermath. Essa tarefa é complicada, pois esta foi a primeira vez que um jogo de luta deste porte recebia uma atualização em seu enredo para uma continuação. Mesmo os fãs mais fervorosos precisariam de algo que lhes desse um impulso para fazer com que Aftermath fizesse sentido. Missão cumprida.

Não somente presenciamos um enredo envolvente e intrigante, mas também ganhamos a oportunidade de entender os papéis dos demais personagens que foram inseridos no game. Além de Shang Tsung, que já havia aparecido em uma atualização passada, entendemos os momentos e a importância de Nightwolf, índio xamã detentor de poderes sobrenaturais; Fujin, o Deus do Vento e irmão de Raiden; Sindel, mãe de Kitana e esposa de Shao Kahn; e Sheeva, rainha dos shokan e elo importante entre alguns dos núcleos de toda a trama.

Mesmo que em dados momentos tenhamos que jogar no lado "malvado" da história, é importante ver como a Netherrealm conseguiu inserir figuras importantes nessa nova fase da trama de Mortal Kombat - mais especificamente, Sindel. A mãe de Kitana sempre foi considerada peça-chave na relação da Exoterra com o plano terreno, muito em função de seus poderes, mas também de ter sido rainha de Edenia, e isso não apenas nessa fase da franquia, mas desde sua primeira aparição, em Mortal Kombat 3.

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Mas se há algo que merece destaque é como, depois de 28 anos de franquia, finalmente Shang Tsung teve seu papel de vilão no auge. Nem mesmo no primeiro título da série, Mortal Kombat, de 1992, o feiticeiro foi tão ardiloso, frio, calculista e, até certo ponto, atraente. Em dados momentos, mesmo com toda essa carga histórica, é possível desenvolver até uma certa "torcida" para que seus planos se concretizem.

No decorrer da trama, a pergunta que ficava no ar era: quando é que Shang Tsung irá trair seus novos companheiros? Tamanha a certeza de que isso aconteceria. Com isso em mente e com o que pudemos observar, dá para dizer que o feiticeiro mereceu - seja lá o que você optar no final.

Mais conteúdo

Além da continuação da história, Mortal Kombat Aftermath trouxe mais personagens para os demais modos de jogo. Além de Fujin e Sheeva, foi acrescentado o robô policial mais famoso do cinema: Robocop. Sua jogabilidade é bem verossímil e adequada, com movimentos e armas que foram utilizados pelo Policial do Futuro algumas vezes em suas películas.

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O trabalho de arte feito pela equipe da Netherrealm foi de encher os olhos e o ator Peter Weller foi retratado de maneira impecável.

Além dos personagens, Aftermath traz quatro novas fases, incluindo as icônicas Dead Pool e Soul Chamber. Entre essas fases, aliás, será possível executar os novos Stage Fatalities, que fizeram muito sucesso desde o primeiro jogo da franquia. E por falar em sucesso, os Friendships também estão de volta e são bem criativos, o que ajuda a dar uma "quebrada" na violência do game.

Missão cumprida

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A dura missão de fazer com que um jogo de luta tivesse uma mudança de padrão no modo como seu enredo é tratado foi um sucesso e a Netherrealm merece todos os elogios por isso. Desde Mortal Kombat (2011) até Aftermath, percebe-se a preocupação com cada detalhe em todos os sentidos, seja no modo como o recomeço foi pensado até como os ganchos para o futuro foram deixados.

Nunca pudemos reclamar de conteúdo em Mortal Kombat, mas Aftermath elevou isso a um outro patamar. Não é possível dizer se outras franquias a copiarão, mas, de todo modo, será difícil retirá-la do topo.

Como é difícil, também, não concluir que Shang Tsung é o maior vilão da história da franquia e, talvez, dentre todos os jogos de luta. Quem puder jogar Aftermath vai, ao menos, considerar essa tese. Quem for fã de longa data, vai confirmá-la.

Mortal Kombat 11: Aftermath está disponível para Xbox One, PlayStation 4, PC e Nintendo Switch. No Canaltech, a análise foi feita no Xbox One X com cópia cedida gentilmente pela Warner Bros Games.