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Review A.I.L.A | Terror brasileiro vai mexer com sua mente

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Pulsatrix Studios
Divulgação/Pulsatrix Studios

2025 está repleto de títulos aguardados, como Silent Hill f e Cronos: The New Dawn, além do vindouro Resident Evil Requiem — apontado por muitos como o próximo grande jogo de terror. Mas é a Pulsatrix Studios quem surpreende o público ao lançar A.I.L.A, que fecha o ano com estilo. 

Na trama, um testador usará um protótipo de óculos de realidade virtual que dá nome ao título. A inteligência artificial do dispositivo cria experiências únicas e coloca Samuel diante de situações imprevisíveis nas simulações.

A.I.L.A entrega um gameplay intenso, repleto de cenas assustadoras. O jogo levanta uma dúvida constante: afinal, o que é real e o que é criado pela tecnologia? Com referências inteligentes e imersão, o novo título da Pulsatrix Studios tem potencial para se tornar um dos favoritos do gênero.

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Prós

  • Terror em sua raiz
  • Mistura bem recursos clássicos de survival horror em um jogo moderno
  • A trama é envolvente e manterá todos presos

Contras

  • Ritmo prolongado pode incomodar um pouco

O mergulho em A.I.L.A

A.I.L.A é um jogo de terror em primeira pessoa, que mostra um mundo futurista no qual o jogador encarna o papel de um testador de jogos. Drones voadores entregam produtos na sua varanda, tem IA para tudo e o personagem tem um gato para cuidar (e dá para fazer carinho nele!)

Porém, em seu caminho surge a inteligência artificial que dá nome ao game. Seu objetivo é único: levar Samuel para mundos imersivos e baseados em sua experiência pessoal (com leitura do algoritmo, histórico de pesquisa, dispositivos inteligentes conectados etc.). 

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Porém, isso o impacta de formas que nem o personagem imagina. Os mundos que Samuel visita são inspirados em seu gosto por jogos, livros e contos de terror. Esse detalhe torna cada cenário ainda mais perturbador.

Um ponto que me agradou bastante são os detalhes espalhados pela casa, como livros, jogos e notícias, que funcionam como pistas do que pode surgir nas simulações, mas nunca revelam claramente como cada elemento será incorporado.

Essa imprevisibilidade elimina qualquer sensação de rotina e garante sustos e surpresas genuínas ao longo da jornada. 

“Tornar tudo imprevisível foi uma sacada genial da Pulsatrix Studios, mesmo para aqueles que acham que entenderam tudo em poucas horas”
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A trama é extremamente envolvente, com detalhes muito bons de A.I.L.A nos mundos apresentados pela inteligência artificial e também nas suas interações. Existem diversos aspectos logo no começo que fazem surgir um sinal vermelho — que pode ou não ser o que espera ou coisas mais sinistras.

Tanto as experiências quanto os momentos em que Samuel pode caminhar pela sua casa geram tensão, o que me fez ver muito positivamente o que os desenvolvedores da Pulsatrix Studios fizeram. Não são gráficos de ponta ou que realmente inovam algo no mercado, mas seu coração está no lugar certo.

Gameplay consistente

Seu objetivo em A.I.L.A é sobreviver aos cenários que a tecnologia te insere. Você deve avançar com munição e armas escassas, com diversos quebra-cabeças para resolver e encontrar uma forma de sair das experiências em que o protagonista está imerso.

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Estes trechos são intercalados com momentos em que vemos Samuel em sua residência, com interações adicionais com a inteligência artificial, seu gato e com cômodos que não estavam acessíveis antes. Desta forma, aprendemos mais sobre ele e seus gostos, assim como o que “está por vir”.

Gostei muito de ver que, mesmo ao utilizar padrões similares no decorrer do jogo, não senti que ele é repetitivo. Algumas experiências você sabe que aprendeu a usar 3 a 4 botões e consegue encerrar sua narrativa apenas com eles. Não é o caso de A.I.L.A, para ser honesto.

No entanto, não gostei muito de ver que algumas fases apresentadas se prolongam mais do que o necessário. Elas se estendem além do ideal e tornam o ritmo do jogo mais lento em determinados pontos. 

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Isso não compromete o jogo, mas é fácil perceber quando o conteúdo acrescenta profundidade e quando apenas prolonga uma cena desnecessariamente. Não é um pecado capital e que mancha as conquistas que o título tem, porém teria sido melhor ter guiado os jogadores de forma mais direta. 

“Sabe aquele trecho que já cansou e viu que está mais enrolado do que o comum? Este ritmo prolongado pode cansar, mesmo não sendo um jogo muito longo”

Desempenho de A.I.L.A

Me deixou surpreso o zelo da Pulsatrix Studios para deixar A.I.L.A o mais liso possível de rodar. Os testes executados no PS5 mostram que tanto o Modo Qualidade quanto o Desempenho equilibram bem o que é proposto e não sofre impactos em trechos de maior ação. 

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Graficamente, ele não é o título mais belo que terá na plataforma. No entanto, ele não fez nada feio e em certos aspectos me peguei parado enquanto observava o cenário e os detalhes que ali existiam. Muitos podem dizer “bonito, para um jogo brasileiro”, mas ele mostra muito bem o potencial e capacidade que temos dos desenvolvedores brasileiros. Não o desmereça.

Do tanto que avancei, também só vi um bug em A.I.L.A e nem foi algo que me impactou tanto. Era Samuel debaixo do chão enquanto tudo rolava na parte de cima? Sim, mas foi logo após uma cutscene, tudo já estava salvo e ao voltar ele continuou a rodar sem qualquer impedimento. 

A.I.L.A vale a pena?

Se você é fã de jogos de terror, se ama experiências como Resident Evil, Silent Hill e The Evil Within e buscava uma trama inédita, este é o game para você investir. Embora seja dito que “IA do mal” é muito clichê, aqui posso garantir que o problema é um pouco mais embaixo. 

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Com mecânicas sólidas e desempenho digno de destaque, A.I.L.A tem potencial para se tornar o novo favorito dos fãs de terror. 2025 foi um ano farto para o gênero — e este título fecha com chave de ouro. Não é um “lanche”, mas sim um banquete completo.

Recomendo bastante que jogue e mergulhe de cabeça na experiência da Pulsatrix Studios. Ele cumpre com louvores a sua proposta e mostra que, às vezes, o que assusta mais vem dos lugares que você menos espera. 

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