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Quanto custaria um Super Nintendo hoje, com a inflação?

Por  • Editado por Jones Oliveira |  • 

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Reprodução/Giant Bomb
Reprodução/Giant Bomb
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O Super Nintendo sempre carregou um grande peso em sua trajetória. Ele tinha a obrigação não apenas de ser um sucessor digno do NES, que inaugurou a maior parte das franquias que são amadas e queridas pelos fãs até os dias atuais, como também disputar espaço com o Mega Drive da SEGA.

Mesmo com uma estrada cheia de bloqueios e armadilhas, o SNES brilhou de forma magnífica durante os anos 1990 e consolidou a Big N como uma das maiores companhias de toda a indústria gamer. Seu sucesso é inegável, seu legado inquestionável e há centenas de jogos que permanecem até os dias atuais como os mais amados de todos os tempos (vide Super Mario Kart, Chrono Trigger, Final Fantasy VI, Super Metroid e vários outros). 

Se recentemente vimos o Nintendo Switch 2 chegando ao Brasil por R$ 4.499 — o que muitos acharam caríssimo —, como o Super Nintendo custaria no Brasil, com o valor corrigido pela inflação, caso fosse lançado hoje? Confira qual seria o valor do console da Big N e se o tempo seria ou não generoso com os fãs que iam querer reviver suas aventuras algumas vezes mais.

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Lançamento e preço oficial do Super Nintendo

O Super Nintendo chegou tarde no Brasil, 4 anos depois de sua lançamento oficial ao mercado japonês. Ele aterrissou em terras tupiniquins em 1993 pelas mãos da Playtronic, uma joint-venture formada pela Gradiente (que fabricava eletrodomésticos) e pela Estrela (famosa fabricante de brinquedos).

Seu principal objetivo era competir com o já consolidado Mega Drive, que chegou ao Brasil em 1990 através da TecToy e já impactava grande parte das crianças e jovens. Se ambos disputavam espaço no Japão, Europa e nos Estados Unidos, o único ponto que faltava crescer era na América Latina e não se pode negar que o nosso país representa um tamanho considerável demais para ser ignorado.

A entrada para o universo dos jogos 16-bit não foi fraca, com o Super Nintendo apresentando inovações como seu sistema de parallax scrolling e com a introdução do Mode7. Isso tudo tinha um custo, obviamente, com o videogame da Big N sendo lançado nos EUA por R$ 199 na época

No Brasil, ele chegou oficialmente em 1993 com preço sugerido de Cr$ 25.000. Naquele ano, o salário mínimo era de Cr$ 5.534 e comprar um console significava 4 meses e meio de trabalho (sem considerar gastos com supermercado, contas, despesas extras entre outros). Quase a mesma coisa que comprar um Switch 2 com Mario Kart World em pleno 2025. 

Os anos se passaram e, com a entrada do Plano Real (em 1994), o preço do Super Nintendo passou por alterações. Ele passou a ser vendido por R$ 319, sofrendo algumas alterações ao longo dos anos — em 1997, por exemplo, o público encontrava o console nas lojas com um preço de R$ 269 com o jogo Super Mario World incluso. 

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Em 1999, com o PS1, Nintendo 64 e Game Boy (com Pokémon, lógico) atropelando tudo o que viam pela frente no Brasil, o Super Nitnendo manteve o preço de R$ 269, mas vinha com mais brindes. A versão “Baby” já estava nas lojas e vinha acompanhado de dois controles e dois jogos: Super Mario World e Kirby’s Avalanche.

Quanto custaria um SNES em 2025?

Considerando que o Super Nintendo chegou ao Brasil custando Cr$ 25.000, seu preço de lançameto hoje no país seria equivalente a R$ 907,54, com correção pela inflação segundo o IPCA do IBGE empregado na calculadora do Banco Central (BACEN).

Agora tomando levando em conta o último preço registrado nas lojas em 1999, quando era vendido a R$ 269, hoje o Super Nintendo custaria R$ 1.855,02.

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Se tiver em mente que ele é um console da era 16-bit, seria um preço muito alto para se pagar em um SNES hoje em dia. Principalmente se levarmos em consideração que o Nintendo Switch OLED pode ser encontrado em promoções por um valor semelhante.

Além disso, vale questionar se essa quantia deveria ser considerada. Em 2017, foi lançado o Super Nintendo Classic Edition com 21 jogos pré-instalados; no Brasil, ele era encontrado entre R$ 700 e R$ 1.000 — ou seja, além de superar o valor do videogame propriamente falando, você não teria de caçar uma parte dos cartuchos clássicos que teria em mãos.

A situação entra em uma contradição maior quando analisamos o Nintendo Switch Online. Com menos de R$ 1.000, os jogadores hoje poderiam comprar o console (na sua versão Lite, geralmente em promoção por R$ 800) e assinar o plano (que custa R$ 120 por ano) para ter acesso a mais de 80 jogos da plataforma. 

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Claro que, falando em colecionismo, temos outro fator. Há quem gastaria R$ 800 a mais e ainda caçaria diversos cartuchos para ter em sua estante para apreciar. Porém, isso abalaria outro mercado: hoje um SNES seminovo em boas condições e acessórios também é vendido entre R$ 1.700 e R$ 2.000 em marketplaces como Mercado Livre e OLX. 

Ou seja, por mais que não estivesse tão caro no ano de 2025 — levando em consideração o salário mínimo de R$ 1.518 — não compensaria comprar um Super Nintendo nos dias atuais. Com diversas opções (quais nem incluímos a pirataria e os consoles retrô com mais de 20 mil títulos), o público hoje talvez nem fosse dar bola para o bom e velho SNES nas lojas. 

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