Prévia | Jogamos Resident Evil 2 por 4 horas seguidas com Leon, Claire e Ada
Por Jessica Pinheiro | 04 de Dezembro de 2018 às 14h00
A releitura de Resident Evil 2 está quase chegando: falta pouco para 25 de janeiro, apesar de não parecer. O segredo é não pensar muito sobre o assunto e tentar manter a cabeça ocupada para que o tempo passe mais rápido. Contudo, fica difícil se manter controlado, evitando que a ansiedade tome conta, quando a Capcom convida o Canaltech e alguns outros veículos para testar a mais recente build do aguardado remake.
A demonstração permitia explorar muito além dos locais que já tínhamos visitado antes, em testes anteriores com ambos os personagens principais, Leon e Claire. Porém, durante a jogatina, que durou cerca de 4 horas, tivemos a chance de contemplar algumas das diversas novidades que Resident Evil 2 Remake está reservando tanto para os velhos quanto para os novos jogadores. Vamos por partes!
Demo do Leon
Começamos com o policial novato, já no estacionamento da delegacia de Raccoon. Como já visto em um dos últimos trailers divulgados do novo Resident Evil 2, é nessa área que Leon se encontrará com Ada pela primeira vez, da mesma forma que no game original. Não foi possível vermos a cutscene que apresenta a personagem oficialmente, tampouco o que ela conversou com o recém-chegado oficial, mas assim que colocamos nossas mãos nos controles, a espiã – ainda trajando um casaco e óculos escuros – já estava nos esperando para prosseguir.
Antes de prosseguirmos, porém, resolvemos retornar um pouco, explorando a área subterrânea da delegacia de polícia. Não havia nada de novo, tampouco muitos inimigos para nos preocuparmos. Por falar neles, vale à pena abrir parênteses nesse trecho para mencionar que continua sendo prudente economizar (a escassa) munição e evitar batalhas, mesmo contra zumbis normais, pois, continua sendo ridiculamente difícil derrubá-los.
Então, após finalmente prosseguimos caminho ao lado de Ada, exploramos algumas locações conhecidas e encontramos, inclusive, figuras conhecidas dos fãs, tais como Robert Kendo. Se você não se lembra dele, basta se recordar dos seus primeiros minutos jogando o Resident Evil 2 original. Caso tenha sobrevivido aos zumbis brotando em meio ao incêndio e chegou ao primeiro refúgio, isto é, a loja de armas, você certamente conheceu o personagem.
Ele está de volta na releitura do game e o momento em que o encontramos é bastante emocionante – a um nível The Last of Us, só para se ter uma noção. De toda forma, prosseguimos com a jogatina e chegamos eventualmente aos esgotos da cidade de Raccoon, explorando um pouco a área até chegar à planta de tratamento de água.
Alguns detalhes da história, infelizmente, precisarão ficar de fora dessa prévia por conta das restrições impostas pela Capcom, porém podemos dizer três coisas sobre esse segmento dos esgotos e da planta de tratamento: antes de tudo, o crocodilo existe; depois, as adições à narrativa como um todo junto do fotorrealismo tornaram tudo ainda mais especial e visceral; e, por fim, Ada é jogável!
E por falar em Ada, a parte dela é essencialmente difícil basicamente porque a munição é escassa. Aliás, não apenas com a espiã de vestido vermelho – sim, ela está usando o clássico vestido vermelho, muito mais bonito e chamativo, diga-se de passagem – como com o Leon e com a Claire também, mas falaremos disso mais à frente.
Voltando à Ada, vale mencionar que ela agora conta com um acessório bem spy-tech: um dispositivo de scan que será primordial na jogatina. E, além de bastante ágil, ela também resolverá puzzles. O gameplay dela encerra após algum tempo e voltamos para Leon, encontrando velhos conhecidos e prosseguindo até reencontramos a espiã de vestido vermelho. Porém, a demonstração com o policial novato acabou logo após esse momento e, em seguida, assumimos os testes com Claire.
Demo da Claire
Com a irmã de Chris Redfield, assumimos o controle um pouco antes do desfecho da primeira build que testamos com ela. Isso significa que assistimos novamente toda a cutscene com o chefe da delegacia de polícia, Brian Irons, e também nos despedimos temporariamente da garotinha Sherry Birkin. A partir disso, exploramos os subterrâneos da delegacia de polícia, passando pelo estacionamento, pelo necrotério, pelo canil e pela sala do gerador.
É importante ressaltar como toda essa parte é assustadoramente escura. Os sustos são constantes e os monstros estão, literalmente, à espreita... Especialmente os Lickers! Eles estão presentes e em grande número durante todo esse excerto, e é um pouco trabalhoso derrotá-los. Porém, nessa demonstração, basicamente tudo se desenvolve com base em exploração e resolução de puzzles, então tivemos que inevitavelmente derrotar alguns dos inimigos que encontrávamos.
Essa é uma escolha particularmente difícil já que, como comentado antes, a munição realmente é escassa para todos os personagens jogáveis – diferente do game original. Ajuda também o fato de os inimigos serem bastante resistentes, então cada encontro é, de fato, uma escolha importante: fugir ou ficar; economizar ou batalhar? Optamos pelas duas últimas alternativas de cada questão e, conforme avançávamos, cada vez mais a jogatina se tornava difícil.
A lição que ficou, portanto, é: reconhecer território e racionar itens é primordial. E uma dica legal é ficar sempre de olhos atentos ao mapa, pois ele ajudará o jogador nesses dois quesitos, mas não entraremos em mais detalhes do que isso, ao menos por enquanto. De toda forma, prosseguimos resolvemos os enigmas e desvendando mais da delegacia, indo do pátio ao último andar, entrando inclusive na torre do relógio.
Há muitos itens a se coletar e muito pouco espaço, então as idas e vindas aos baús eram sempre constantes, trazendo de volta um sentimento que há muito tempo eu sentíamos na série Resident Evil: aquele medo constante, capaz de te fazer salvar o progresso a cada nova visita a uma safe haven. Inclusive, houve um momento em que eu realmente precisei adentrar um refúgio às pressas, com a saúde já no vermelho e cambaleando, me tremendo de medo devido à horda de inimigos que se acumulou às costas de Claire. Foi épico.
E todo esse desespero tem um belo nome: Mr. X. O T-00, aquele gigante que veste um sobretudo verde chumbado, está de volta e persegue Claire a todo o momento. É, inclusive, assustador e fascinante vê-lo perseguindo a heroína, limpando o caminho até ela, literalmente. Por outro lado, estar tranquilo em uma área e começar a ouvir os passos dele e, de repente, escutar a trilha sonora mudar... É desesperador. Agora, imagine resolver os quebra-cabeças da delegacia com esse figurão caçando a motoqueira? Haja coração!
Chega logo, janeiro!
A demonstração da Claire acaba logo após resolvermos o puzzle da torre do relógio. Após terminarmos ambas as builds, conclui que senti poucas mudanças na jogabilidade desde a última vez que testei Resident Evil 2. Os controles parecem mais responsivos, mais facilmente adaptáveis – ou talvez seja o costume. Contudo, vale ressaltar o quanto achei mais prazeroso de jogar desta vez, embora a tensão tenha feito muitas massagens em meus ombros durante toda a jogatina, não me deixando sequer respirar.
Também vale apontar que as duas builds que testamos estavam totalmente legendadas em português e, no quesito localização, há um cuidado que beira o fofo, afinal até os inimigos ganharam nomes adaptados para o nosso idioma! No que tange à história e ao legado do game original, deixo também meus parabéns à Capcom por todo o esmero com os mínimos detalhes. Certamente, todos os fãs de velha guarda vão apreciar as novidades e vão conseguir enxergar nas entrelinhas que tudo está lá: a receita é certamente a mesma, só mudaram (e acrescentaram) os temperos, mas tudo ficou ainda mais gostoso!
O game também parece bem difícil. Mesmo progredindo com os enigmas e principalmente obtendo novas armas, parece que os inimigos vão acompanhando sua evolução bélica e não deixam barato, e os quebra-cabeças vão ficando igualmente mais complicados. Além disso, nada está como antes. Esse definitivamente não é um remake; trata-se de um novo Resident Evil 2. E eu mal posso esperar para jogá-lo em 25 de janeiro.