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Por que Digimon é melhor que Pokémon nos videogames?

Por| Editado por Bruna Penilhas | 25 de Julho de 2022 às 10h00

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Montagem/Canaltech/Lucas Arraz
Montagem/Canaltech/Lucas Arraz

Treinar, participar de batalhas e evoluir companheiros até o mais alto grau de poder. Os RPGs de colecionar monstros podem ter alcançado o sucesso mundial com Pokémon, mas estão longe de ter, na franquia criada por Satoshi Tajiri, seu melhor representante. Com orçamentos menores e lançamentos menos perenes, Digimon é um dos exemplos de franquias que podem impressionar qualquer jogador casual da série do Pikachu. Vamos descobrir o porquê.

O mundo dos jogos de colecionadores criaturas produzidos no Japão é grande. Além de Digimon, a lista desse subgênero de JRPG inclui aventuras como Persona, Dragon Quest e Shin Megami Tensei. A ideia surgiu com o lançamento de Dragon Quest V, de 1992. O título é tido como uma grande inspiração para Pokémon Red & Green.

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Nessa família de JRPGs, Pokémon é como aquele primo rico que fez medicina ou passou em um concurso público: ele tomou os caminhos mais seguros, é bem sucedido, todos conhecem sua história no Natal e ele tem boas chances de ser conservador. No entanto, ser o mais reconhecido não é sinônimo de ter as maiores qualidades. Para manter-se no topo, Pokémon fez concessões para chegar ao Ocidente e continuar como uma franquia que vende aos mais velhos pela nostalgia e aos mais novos pela acessibilidade.

Enquanto o império do Pikachu lida com jogos de orçamentos homéricos, que precisam arriscar menos, a franquia Digimon sempre foi subjugada. Os lançamentos não são constantes, não tem um estúdio dedicado como a Game Freak e nem sempre alcançam a melhor qualidade técnica. As aventuras são publicadas pela Bandai Namco para diferentes plataformas e nem todas chegam ao ocidente.

Por essa razão, como quem não tem nada a perder, a marca Digimon permitiu-se dar passos mais ousados que nos levaram a jogos infinitamente mais interessantes que os de Pokémon. Se você gosta de JRPGs e busca novos colecionadores de monstros, confira cinco características que fazem os jogos de Digimon serem melhores que os da Game Freak:

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5. Sistema de evolução rebuscado

Em Pokémon, não tem muita conversa. São até dois estágios de evolução para um monstrinho em um processo sempre irreversível. Funções como Mega Evoluções e o Dynamax surgem para esticar um pouco os limites das mecânicas de evolução, mas, no geral, em 25 anos, os fãs ganham o mesmo arroz com feijão.

Digimon subverte a lógica e aperta todos os botões ao mesmo tempo. O jogador pode não somente retroceder uma digievolução, como também conta com mais de uma opção para avançar os poderes de um monstrinho.

Frente aos três estágios evolutivos de um Pokémon, Digimon apresenta de seis a oito estágios, que vão dos Digimons bebês até as formas supremas e fusões. Os métodos evolutivos ainda envolvem mecânicas de fusão com armaduras e cruzamento de espécies digitais, ideia que Pokémon arranha superficialmente há anos, como nas formas alternativas dos lendários Kyuren, em Black e White 2, e na dupla de Pokémon Sun e Moon.

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Na prática, a liberdade de montar um time entregue nos jogos de Digimon garante uma diversidade gigantesca de estratégias possíveis e formas de encarar as histórias dos jogos. O Agumon que vimos nas adaptações para a televisão, por exemplo, pode evoluir para Greymon, Skullgreymon ou até retroceder para a forma bebê e virar ToyAgumon, a versão brinquedo do monstro digital.

Digimon possui 885 monstros digitais diferentes, menos que os 900 Pokémon inventados. No entanto, no geral, os jogadores percebem mais pluralidade e dinamismo no gerenciamento de companheiros nos jogos do mundo digital.

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4. Mais que colecionar monstros

Diz a lenda que Satoshi Tajiri criou Pokémon a partir de uma paixão de colecionar e cuidar de insetos. Os jogos de batalha com monstros ainda teriam forte inspiração no ato de cuidar dos bichinhos digitais em tamagotchis. O espírito da ideia original desses jogos foi perdido em Pokémon, onde os companheiros estão ali para lutar, mas é preservado em Digimon.

Em títulos como Digimon World: Next Order, disponível para PS4, o jogador não utiliza os companheiros apenas para movimentação ou batalhas. É necessário alimentar os companheiros, além de colocar os monstros digitais para dormir, tomar banho e usar o banheiro. Em Next Order, a forma com que o tamer cuida do companheiro, determina qual entre as infinidades de evolução o parceiro irá seguir.

O jogo ainda tem uma mecânica muito sensível, uma vez que os monstrinhos envelhecem, morrem e voltam a ser um ovo de tempos em tempos. Todo o ciclo entrega profundidade à jogabilidade e um elemento surpresa. No meio da história, o jogador pode conquistar uma evolução muito mais forte ou perder um companheiro de batalha para a velhice.

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3. JRPG raiz

Pokémon mantém o reconhecido esforço de lançar jogos anuais que sejam levemente diferentes, mas essencialmente iguais. Mesmo revoluções de jogabilidade são contidas. Pokémon Legends: Arceus inova em relação ao retrospecto de 25 anos de jogos lançados, mas mantém bases clássicas da franquia.

Não é um problema uma franquia manter aquilo que a fez famosa, a questão levantada é que as mecânicas que fizeram Pokémon ser o que é, são bastante simples em relação aos outros jogos do gênero JRPG. Ao comparar qualquer jogo de Pokémon com outro JRPG, a sensação que fica é que a Game Freak simplificou a experiência para torná-la mundial.

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Se você gosta de RPGs como Persona, que alcançou o sucesso no globo mantendo as características do gênero japonês, Digimon é uma ótima opção para você. Os jogos têm sistemas de batalhas mais próximos a clássicos como Dragon Quest, como golpes que são separados em ataques normais e magias que gastam a barra de MP, além de adicionar batalhas em grupo e, em muitos jogos, ação em tempo real nos confrontos.

As histórias também descambam para situações drásticas e ultrapassam, facilmente, as mais de 100 horas de jogabilidade, como manda a cartilha de bom JRPG. A série Digimon World é o exemplo de uma enorme homenagem aos jogos Final Fantasy e uma ótima pedida para quem está nos controles até hoje.

2. Mundos mais ricos

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Se na maior parte dos jogos de Pokémon exploramos as nada empolgantes rotas, florestas e cavernas em linha reta, Digimon te leva para a extensão do mundo digital. Mesmo jogos mais antigos, como Digimon World DS, de Nintendo DS, transportava o jogador para cenários muito mais plurais.

Em Digimon Story, navegamos não só pelo mundo digital, como por reproduções de bairros e pontos turísticos de cidades japonesas. O enredo ainda ganha novos contornos quando os dois cenários unem-se no explosivo final da aventura.

1. Histórias sombrias

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Todos os jogos de Digimon tem um forte apelo narrativo. As aspirações dos protagonistas vão além de vencer um campeonato para tornar-se um campeão de uma região, envolvendo a salvação de todo o mundo e questões mais dramáticas.

Assim como Pokémon, a franquia Digimon já lançou uma dupla de jogos paralelos nos videogames. A diferença é que Digimon Story vai muito além das diferenças estéticas, com as versões Cyber Sleuth e Hacker 's Memory narrando uma trama por dois pontos de vista totalmente diferentes.

Por um lado, o jogador controla um adolescente que tem a identidade roubada e é acusado por crimes que não cometeu. No ponto de vista do segundo jogo, os acontecimentos são diferentes ao controlarmos um protagonista que faz parte da organização criminosa que rouba identidades e coloca em ação um plano para destruir o mundo. Os jogos estão disponíveis para PS4 e Nintendo Switch.

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As narrativas complexas de Digimon ainda vão atingir um novo patamar. O próximo lançamento da franquia, Digimon Survive será um RPG tático, como Final Fantasy Tactics, com forte apelo narrativo. Na aventura que será lançada em 29 de julho para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC, as escolhas de diálogos do jogador irão determinar o rumo da história do protagonista, que é transportado para o Digimundo.