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Phil Spencer revela que Xbox usa IA, mas não como você imagina

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Microsoft
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Enquanto muitos debatem o uso de inteligência artificial no desenvolvimento de jogos, o CEO da Microsoft Gaming, Phil Spencer, revelou que a aplicação "fundamental" da IA no Xbox hoje é muito menos glamorosa do que pensávamos: ela é usada apenas para garantir a segurança e moderação nas redes online.

A informação veio da Cúpula do Conselho Internacional Paley, em Palo Alto, na Califórnia, evento que reúne diversas lideranças de setores como o de tecnologia. A reunião ocorreu nesta quinta-feira (23). Além da presença de Spencer, o chefe da Double Fine, Tim Schafer, também esteve presente no evento que discutia "Grandes Ideias, Pequenos Jogos: Criatividade Além do Blockbuster".

"Nossas aplicações de IA hoje são principalmente, na verdade, na segurança e proteção de nossas redes", afirmou Phil Spencer ao abordar o chat de voz e texto na rede do Xbox.

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O chefão da divisão Xbox argumenta que a área de chat cresceu em uma escala muito grande e não há como moderar a segurança apenas com pessoas, pelo volume muito alto de mensagens para serem analisadas.

"Então, temos IA que usamos para garantir que a conversa e os tópicos que estão acontecendo, e para contas infantis protegidas e outras coisas, e quem pode falar com essas contas para essas pessoas, sejam bloqueados pelos pais ou responsáveis que estão definindo esses controles", conta Spencer.

Apesar de muito se falar no uso de inteligência artificial em processos criativos no desenvolvimento de games, parece que o Xbox ainda não adota IA dessa forma dentro da organização. "Esse é o nosso principal uso de IA dentro de nossa organização hoje, o que talvez não seja o uso mais glamoroso da IA, mas é algo em que acredito fundamentalmente", conta o CEO da Microsoft Gaming, afirmando que "nosso uso de IA hoje é muito mais operacional do que no espaço criativo".

Spencer revela que deixa o uso de IA para fins criativos nas mãos dos estúdios, que decidem se usam ou não a tecnologia. "Descobri que equipes criativas usarão ferramentas que facilitam seu trabalho quando isso facilita seu trabalho, e qualquer mandato de cima para baixo de que 'Você deve usar uma determinada ferramenta', não é realmente um caminho para o sucesso. Eu olho para as equipes, e disponibilizamos ferramentas, e meio que deixo isso espalhar-se organicamente".

Ainda no tópico de IA, o executivo revelou o interesse no recurso para descoberta de novos jogos:

"Como encontro a próxima coisa que posso amar? Nesse cenário em que estamos analisando algumas das ferramentas de IA – não está em prática hoje – mas existe uma maneira de usarmos a descoberta com base em coisas que você fez no passado para trazer à tona a próxima coisa que você pode não saber, mas que pode ser interessante para você?"
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Apesar da forte inclinação da empresa-mãe, a Microsoft, em investimentos e no uso de IA, bem como o caso da King, que demitiu pessoas em julho que ajudaram a criar ferramentas de IA, só para que a tecnologia as substituísse depois, Phil Spencer reforça que não há metas no modelo do Xbox para que utilizem a tecnologia para a criação. "Penso mais no ritmo da criatividade, talvez no número de coisas que podemos tentar e arriscar antes de decidir sobre nossa próxima oportunidade".

Inteligência Artificial nos videogames

Muito se discute sobre como a IA será aplicada aos jogos sem que o processo criativo seja afetado. Um dos grandes problemas é a estrutura como a Inteligência Artificial Generativa funciona, dependendo de uma ampla base de dados de conteúdos de terceiros para gerar conteúdos demandados pelos usuários. Muitos acusam ferramentas de plágio justamente por utilizarem obras de artistas, por exemplo.

Algumas empresas de games já se envolveram em polêmicas ao fazer uso da tecnologia em seus jogos. Em julho, a 11 bit studios foi acusada de usar IA para localizar The Alters para o português do Brasil e gerar textos para objetos no cenário usando IA.

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Nesta quinta-feira (23), a sul-coreana Krafton anunciou que agora é uma empresa que prioriza a IA. Para quem não se lembra, a Krafton é uma editora que possui franquias como PUBG, Subnautica e Hi-Fi RUSH, este último comprado na aquisição da Tango Gameworks após o fechamento do estúdio pela Microsoft em 2024.

Segundo comunicado, a Krafton "automatizará o trabalho centrado na IA Agentic e implementará totalmente um sistema de gestão centrado na IA, onde os membros se concentram em atividades criativas e na resolução de problemas complexos". A orientação é que colaboradores usem IA em suas atividades rotineiras. A sul-coreana investiu cerca de US$ 70 milhões na nova infraestrutura.

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Fonte: IGN