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5 fatos que fizeram do Xbox 360 o melhor console da Microsoft

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Microsoft
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Que o Xbox 360 foi o auge da Microsoft nos videogames, disso não há dúvida. O abismo fica ainda maior quando o comparamos com a atual geração do Xbox Series, que tinha todo o potencial para rivalizar com o PlayStation 5 e apagar a mancha do Xbox One da história, mas que acabou se tornando um modelo de negócios confuso para quem assiste de fora.

Muitos fãs da marca ainda relembram a Era de Ouro do Xbox 360: um console poderoso, acessível e com uma das melhores bibliotecas de jogos de todos os tempos. Foi nesse período que vimos o melhor que a Microsoft tinha a oferecer para os games, jogando no modelo tradicional do setor: priorizando hardware, exclusividade e recursos do ecossistema.

No Brasil, o cenário não foi diferente e o Xbox 360 ganhou de lavada do PlayStation 3 no quesito popularidade, e não era para menos. Além de mais acessível, o videogame era muito mais fácil de "desbloquear", o que fez com que o Xbox 360 fosse o console mais popular entre os brasileiros até 2016, mesmo com a chegada dos sucessores Xbox One e PlayStation 4.

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Pensando em todo o seu legado e história, o Canaltech listou 5 fatos que fizeram do Xbox 360 o melhor console da Microsoft, bem a tempo do 20° aniversário do videogame.

5. Kinect do Xbox 360

Um dos pontos altos do Xbox 360 foi o lançamento do Kinect, o saudoso "Project Natal". Apesar de não ter uma boa fama na memória de muitos hoje em dia, o aparelho foi uma das melhores invenções da Microsoft em hardware e uma resposta ao Wii, da Nintendo.

Para quem não se lembra, o Kinect permitia usar o corpo e a voz para jogar títulos dedicados ao dispositivo. Ele foi muito importante para expandir o Xbox 360 para além da bolha gamer, assim como o próprio Wii. O aparelho também permitiu maior acessibilidade para pessoas com deficiência. Instituições como a Casa de David usam o Kinect até os dias de hoje na gameterapia.

No fim das contas, o Kinect foi um verdadeiro sucesso comercial, com mais de 24 milhões de unidades vendidas, superando inclusive as vendas mensais do Wii em certos momentos no fim da geração. Infelizmente, o aparelho foi mal aproveitado no Xbox One, sendo vendido obrigatoriamente junto ao console de oitava geração, o que encareceu o produto e levou ao seu fim.

4. Xbox Live e ecossistema online

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Apesar de hoje em dia recursos online serem regra para fabricantes de consoles, a situação não era bem assim há 20 anos. Mesmo com as muitas tentativas de implementar a conexão com a internet — em exemplos como o Satellaview, do Super Nintendo, ou o próprio Dreamcast —, foi a Microsoft que expandiu esses recursos com o Xbox original.

O primeiro console da gigante de Redmond já tinha introduzido seu serviço Xbox Live, mas foi no Xbox 360 que o cenário mudou completamente. Foi nele que surgiram recursos como conquistas, rankings, perfis sociais, chat de voz nativo, grupos de amigos etc. Foram essas funcionalidades que permitiram a evolução de jogos multiplayer e de toda a cultura online dos consoles.

Todo esse sistema online expandiu o alcance do Xbox 360. Você comprava o console para jogar com um amigo, traçar estratégias e conversar via chat, algo que definitivamente foi motivo de compra para muitos.

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O aprimoramento da Xbox Live também reinventou a forma como os jogadores consumiam videogames. O marketplace do Xbox 360 permitia comprar e baixar jogos de forma digital, sem a necessidade de disco físico. Ficou mais fácil para as empresas lançarem atualizações e conteúdos extras, como DLCs.

3. Xbox entra no Japão

Desde o Xbox 360 não vimos uma boa performance da Microsoft no Japão, e isso tem explicação. Foi nesta geração que o "lado verde da força" investiu mais esforços para atrair o público oriental, com parcerias de peso, como a firmada com Hironobu Sakaguchi, criador de Final Fantasy.

Dessa ambição de entrar de vez no mercado japonês saíram títulos como Blue Dragon e Lost Odyssey. Este último, inclusive, fez o diretor de Clair Obscur: Expedition 33, Guillaume Broche, chorar, conforme apontou o desenvolvedor em entrevista ao site Eurogamer.

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Houve até jogo exclusivo de Xbox 360 pelas mãos da FromSoftware, um dos estúdios mais aclamados da atualidade: Ninja Blade. Obviamente, o console da Microsoft não liderou as vendas no Japão, dada a concorrência agressiva da Nintendo e da Sony, e também pelas barreiras culturais que qualquer empresa norte-americana enfrenta ao tentar explorar o mercado nipônico.

De qualquer maneira, a tentativa resultou em 1,6 milhão de unidades vendidas do Xbox 360 em solo japonês, superando inclusive as vendas do Sega Mark-III, conhecido no Brasil como Master System. Todo esse investimento rendeu jogos inesquecíveis e exclusividades que enriqueceram ainda mais o vasto catálogo do console.

2. Popularidade do Xbox 360 no Brasil

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Saindo do Japão e chegando ao Brasil, o Xbox 360 simplesmente dominou a sétima geração de consoles por aqui — e por muito! O principal fator que popularizou o console da Microsoft em território nacional foi justamente a pirataria, uma das maiores polêmicas em torno dos games.

Enquanto o PlayStation 3 seguia uma linha dura antipirataria, o Xbox 360 era muito mais fácil de "desbloquear", permitindo usar softwares piratas encontrados em feirinhas e no mercado cinza. Nesse contexto, podemos dizer que o Xbox 360 foi o sucessor espiritual do PlayStation 2 quando o assunto era desbloqueio.

Apesar da prática ser ilegal, é inegável que foi isso que tornou o Xbox 360 acessível no Brasil. Claro que havia muitos entraves, como o impedimento de acesso a serviços e jogos online e o risco de ter o console banido. Apesar disso, foi a pirataria que permitiu que o Xbox 360 entrasse em tantas casas brasileiras e se mantivesse tão popular mesmo 10 anos após o seu lançamento.

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1. Biblioteca absurda de jogos

Se hoje a Microsoft reduz o peso do hardware em sua estratégia central, diminuindo assim a importância dos exclusivos, no Xbox 360 a exclusividade era lei. Quando falamos da biblioteca do 360, não estamos citando apenas Halo, Forza, Gears e Fable, mas também Alan Wake, BioShock, Mass Effect e The Elder Scrolls IV: Oblivion. Muitos desses ou eram exclusivos totais ou tinham acordos de exclusividade temporária na plataforma.

Nem é preciso dizer que esses e muitos outros títulos fizeram uma diferença colossal na biblioteca da geração. O Xbox 360 conseguiu exclusividade temporária em muitos jogos por vários fatores. O primeiro deles é que o videogame foi lançado um ano antes do PlayStation 3, o que abriu uma ampla vantagem.

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Outro fator que não pode ser deixado de lado era a arquitetura do Xbox 360, muito mais simples que a do PS3, o que facilitou o trabalho dos desenvolvedores, que priorizavam a plataforma da Microsoft em detrimento do complexo sistema da Sony. Tudo isso elevou o alcance e a popularidade da marca, resultando em mais investimento e mais jogos.

Também é importante ressaltar que foi na sétima geração que os jogos tomaram forma e padronizaram controles e recursos importantes até hoje. Franquias que bombaram naquela época seguem relevantes, justamente por terem nascido da fórmula de sucesso daquela geração.

Todos esses cinco motivos fizeram o Xbox 360 ficar no imaginário do público mesmo anos após o seu lançamento. A saudade acaba virando melancolia ao compararmos com o estado atual da marca, aparentemente sem uma direção clara, com dificuldades de conversar com o público e deixando de lado o coração do que é o Xbox: o hardware.

Dificilmente veremos algo como o Xbox 360 vindo das mãos da Microsoft, à medida que seu foco em serviços e nuvem se expande em detrimento de todos os outros fatores.

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  1. Exclusivos do Xbox 360;
  2. Pirataria no Brasil;
  3. Expansão para o Japão;
  4. Xbox Live;
  5. Kinect.

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