Testamos! Libertadores preenche importante lacuna em FIFA 20, mas com ressalvas
Por Felipe Ribeiro | 20 de Fevereiro de 2020 às 12h00
*Direto de Buenos Aires, Argentina
Apesar das críticas, ainda é possível dizer que FIFA 20 é o melhor game de futebol do momento. O grande trunfo do jogo da EA Sports, além de sua jogabilidade, é seu vasto conteúdo, com uma infinidade de licenças, campeonatos e modos de jogo que o tornam além de divertido, completo.
Com o passar dos anos, a publisher foi se aproximando cada vez mais do público sul-americano com a aquisição das mais importantes ligas locais, como a argentina, colombiana, chilena e uruguaia. Mas faltava alguma coisa, principalmente se levarmos em conta o tratamento dado aos badalados torneios europeus e ao principal campeonato de lá, a Champions League, que passou a fazer parte do jogo em 2018 e é um enorme sucesso.
E o que faltava, chegou: finalmente a Taça Libertadores da América se faz presente em FIFA 20. O certame contará com todos os times classificados e trará ao game toda a customização e identidade visual que vimos nos jogos reais da competição. As equipes brasileiras classificadas também estão na expansão, mas, como era de se esperar, com jogadores genéricos — porém com os escudos, uniformes e gritos de torcida bem retratados.
O Canaltech viajou para Buenos Aires, na Argentina, a convite da EA para experimentar a expansão em primeira mão e vai contar tudo para vocês.
Soy loco por ti America
A primeira sensação ao entrar na expansão da Libertadores em FIFA 20 é de estarmos em casa. O detalhamento e os cuidados que a equipe de desenvolvimento tiveram com a apresentação do campeonato dentro do jogo são do mesmo nível do que vimos na Champions League.
É possível jogar o campeonato tanto em seu modo próprio quando no modo carreira, além, é claro, de poder ser utilizado no Jogo Rápido para partidas multiplayer offline. Segundo a EA, também será possível usar as equipes e uniformes tanto no modo Temporadas quanto no Ultimate Team, sendo que este último receberá mais informações em breve.
Ao iniciar uma partida, percebe-se que o capricho continua dentro do campo, com o envelopamento do estádio e toda a apresentação gráfica da transmissão idênticas ao que acontece na vida real. No nosso teste, utilizamos as equipes brasileiras para ver se o cuidado (possível) com as equipes daqui foi tomado e a impressão foi bem positiva. Os uniformes estão perfeitos, a força dos times está condizente com a realidade e os gritos das torcidas foram retratados de maneira impecável.
O problema, como é de conhecimento geral, é que os jogadores das equipes brasileiras não estão licenciados e tampouco são análogos, salvo uma ou outra exceção, como Filipe Luís, do Flamengo, e Luiz Adriano, do Palmeiras, que, apesar de nomes completamente diferentes, tiveram a aparência minimamente retratada.
Já o trato com as demais equipes foi muito mais fidedigno, sobretudo com os times argentinos. Um exemplo claro é o do Boca Junior e do River Plate. Ambos não possuíam licenças em FIFA 20 antes da aquisição da Libertadores, sendo retratados no game como "Buenos Aires" e "Nuñez", respectivamente. A expansão do torneio continental resolveu esse problema e ainda trouxe equipes de campeonatos que não fazem parte de FIFA, como Peru, Equador e Venezuela.
Sobre a jogabilidade, apesar do nível mais baixo das equipes latino-americanas, é possível ter partidas bem divertidas, sobretudo se usarmos os times brasileiros e argentinos.
Aproximação com a América do Sul
Um tema muito abordado pela EA na apresentação foi a aproximação com o mercado sul-americano. Segundo Alex Constantinescu, senior game designer de FIFA 20, o caminho para a aquisição da Libertadores era natural e o cuidado que a empresa teve pode ser visto no jogo.
"Nossa missão é entregar o jogo mais completo possível aos fãs de FIFA. Sabemos que o público aqui na América Latina é enorme, sobretudo no Brasil, e este trabalho com a Conmebol para trazer a Libertadores é fruto de nossos estudos sobre a região", comentou em entrevista ao Canaltech.
De fato, a ambientação do game impressiona. Em alguns momentos, sobretudo quando jogamos no estádio El Cilindro, do Racing-ARG, a imagem e sensação é de que estamos mesmo em um jogo da Libertadores. Os estádios, aliás, com exceção deste que citamos, não foram confirmados pela empresa, algo que deve ocorrer em breve.
Sobre as licenças com os times brasileiros, Constantinescu afirma que a ideia é que, no futuro, tudo possa ser resolvido da melhor maneira, mas que lançar a Libertadores este ano era fundamental e isso não poderia esperar. "Temos de pegar o começo da competição, pois é de suma importância dentro de nossa estratégia. Além disso, os torcedores e fãs de FIFA se sentirão mais acolhidos ao verem que o maior torneio do continente estará presente em seu jogo favorito. Isso, para nós, é sinal de que estamos no caminho certo", avalia.
Os times brasileiros presentes na expansão da Libertadores são: Athlético-PR, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Santos e São Paulo. O Internacional ainda pode fazer parte do jogo caso vença o Tolima-COL, na 3ª fase do torneio. Caso passe, o time comandado por Eduardo Coudet fará parte do grupo do Grêmio. O Corinthians, outra equipe brasileira que estava na fase preliminar da Libertadores, foi eliminada pelo Guaraní-PAR, que por sua vez enfrentará o Palestino-CHI. Quem vencer, entrará no grupo do Palmeiras.
Copa Sul-Americana também está presente
Outro detalhe bem interessante foi poder ver a Copa Sul-Americana dentro do jogo. Afinal, se teremos a Libertadores dentro do modo carreira, o natural era que o segundo torneio mais importante do continente também estivesse, tal qual acontece com os europeus e a Liga Europa.
Diferente da Libertadores, só é possível, a princípio, acessar a Sul-Americana no modo Carreira, escolhendo uma equipe dentro das ligas que faça parte do certame, como o Fortaleza, o Botafogo ou o Independiente-ARG.
A Taça Libertadores da América chegará a FIFA 20 em março de 2020.
*O Canaltech viajou a convite da EA Sports.